quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Obama promete agir sem Congresso para combater desigualdade nos EUA

O QUE ACONTECE LÁ REPERCUTE NO MUNDO, A DESIGUALDADE É UNIVERSAL.

Obama promete agir sem Congresso para combater desigualdade nos EUA

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Flávia Barbosa
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O presidente americano faz discurso diante do Congresso
Foto: REUTERS
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O presidente americano faz discurso diante do Congresso REUTERS






WASHINGTON - Desacreditado pela maior parte dos americanos, o presidente dos EUA, Barack Obama, iniciou um contra-ataque para retomar o controle da agenda política e sua popularidade, influenciar as eleições de novembro e definir seu legado na Presidência. Em seu quinto discurso anual sobre o Estado da União, em sessão do Congresso transmitida ao vivo no início da madrugada (horário de Brasília), ele declarou que não vai mais esperar a colaboração dos republicanos para implementar sua agenda, necessária, defendeu, para reduzir a desigualdade de renda histórica e restaurar as oportunidades econômicas e sociais para a classe média e os pobres, no que chamou de “projeto definitivo de nossa geração.” Desafiando a oposição, que barrou sua agenda legislativa em 2013 e promete manter-se inflexível, Obama decidiu aprofundar o uso de ordens executivas - que alteram políticas sem o aval parlamentar - e anunciou doze delas, abrangendo do mercado de trabalho à previdência, de energia à educação.

- O que eu ofereço esta noite é um conjunto de propostas concretas para acelerar o crescimento, fortalecer a classe média e construir novas escadas de oportunidade de acesso à classe média. Algumas precisam de ação do Congresso, e estou disposto a trabalhar com todos vocês. Mas os EUA não ficam parados, nem eu ficarei. Sempre que eu puder dar passos sem o Legislativo para expandir oportunidades para mais famílias americanas, é isso que eu farei - disse Obama, que falou por uma hora.

A primeira ordem veio antes mesmo do discurso. A Casa Branca obrigará os fornecedores do governo a pagarem salário mínimo de pelo menos US$ 10,10 a hora, contra os US$ 7,25 do piso federal. Desde o discurso de 2013, Obama vem defendendo a elevação geral e reajustes anuais atrelados à inflação, para recompor o poder de compra dos trabalhadores, especialmente no setor de serviços. O Partido Republicano tem bloqueado o projeto de lei na Câmara.
Obama anunciou ainda a criação de um plano de aposentadoria para trabalhadores sem cobertura pelas empresas e medidas de treinamento de mão de obra, de ajuda a pessoas há muito desempregadas e de acesso à educação e à internet. Ele disse contar com a iniciativa privada e governos locais para contornar o obstrucionismo em Washington e implementar ações que ajudem a acelerar o crescimento, que deve ser, este ano, o mais rápido desde a crise.

- Acredito que este pode ser o ano de virada para os EUA. Depois de cinco anos de coragem e determinação, os EUA estão mais bem posicionados do que qualquer outra nação para o século XXI. Essa questão para todos neste plenário, através de cada decisão que tomarmos este ano, é se vamos ajudar ou deter este progresso - afirmou Obama, que recorreu à sua tática tradicional de contas histórias de americanos comuns, militares e empresários para arredondar seus argumentos em defesa dos pontos de sua agenda.


oglobo..

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