ruy castro
As vozes do dono
À francesa Vivendi pertence tudo que antigamente eram a Casa Edison e a Odeon, inclusive os acervos que a EMI já tinha absorvido, como o da Copacabana. Isso vai da gravação de "Pelo Telefone", de 1917, passando por Francisco Alves, Mario Reis, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Dorival Caymmi, Moreira da Silva, Elza Soares, Wilson Simonal, Paulinho da Viola, Clara Nunes e os três primeiros LPs de João Gilberto.
À Vivendi pertence também a Universal, herdeira de tudo que, dos anos 50 aos 80, foi sucessivamente Sinter, Companhia Brasileira de Discos, Philips e Polygram, e de selos como a Elenco. Donde Ataulpho Alves, Tom Jobim, Sylvia Telles, Os Cariocas, Baden Powell, Jorge Ben, Nara Leão, Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa, Chico Buarque, Raul Seixas e mais discos de João Gilberto, tudo isso agora é Vivendi.
À japonesa Sony, sucessora das ex-potências Columbia e RCA Victor, pertence quase tudo do que gravaram, dos anos 30 aos 70, Silvio Caldas, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Ciro Monteiro, Aracy de Almeida, Nelson Gonçalves, Linda Batista, Luiz Gonzaga, Isaura Garcia, Jackson do Pandeiro, Cauby Peixoto, Tito Madi, Maysa e Beth Carvalho.
À americana Warner pertence o acervo da brasileiríssima Continental. Isso significa Vassourinha, os Anjos do Inferno, Dick Farney, Lucio Alves, Marlene, Emilinha, Valdir Azevedo, Jamelão, Jorge Goulart, Nora Ney, Doris Monteiro e até os disquinhos com as histórias da Baratinha e música de João de Barro. E mais discos de João Gilberto.
Ruy Castro, escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve às segundas, quartas, sextas e sábados na Página A2 da versão impressa.
- ESTAMOS PERDIDO. RUY MUITO OBRIGADO PELO ALERTA.
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