quinta-feira, 31 de março de 2011

ILDO SIMÕES E PATATIVA DO ASSARÉ


DO GRANDE POETA BAIANO- ILDO SIMÕES

 MÉDICO PNEUMOLOGISTA EM ATIVIDADE

                         Dr ildo Simões,ex-Preseidente da

                          Sobrames- Bahia.

 

Um certo doutor tinoco

Já chegado nas idades

Paquerô menina nova

Uma verdadeira beldade

Mas em matéra de janero

Só tinha dele a metade.

 

Viajaram pra Paris

Pra passar lua de mé

Todo mundo comentava

Da menina e o coroné

Sete dias de passeio

Sendo cinco no moté

 

No começo aquele fogo

Verdadeira patuscada

Dava três em cada tarde

E mais cinco por noitada

No quinto dia o vexame

Começou a fraquejada.

 

Cuidou da alimentação

Mas cada dia pió

Apelou pra bruxaria

Nem assim ficou mio.

Foi correndo ao celular

E pediu vaga no incó.

 

O coroné tomou o vou

Lá pro  incó de sun Palo

Depois de muitos ixames

Na barriga acharam um calo

O coração disparado e

O sangue muito ralo.

 

Jutaro os especialista

De Jatene ao diretor

E fizeram o veredicto

Sem ninguém se contra por

A sua doença é esclerose

Cum estravagança de amor.

 

É doença passagera

Pió se fosse maleita

Fique Carmo e confiante

Brochada nunca é disfeita

Vá correndo a sarvador e

Mande aviá esta receita.

 

Um litro de catuaba

Nós moscada e pixulim

Vinte grama de castanha e

Um quilo de  amedoim

Erva de são Cipriano

Da feira são Joaquim

 

 

Hoje em dia o coroné

Miorô  seu furunfá

Aprendeu que mingau quente

Só se come devagá

E fogo de mué nova

Tem que saber apagá.









AGORA  O AMIGO TERÁ ALGUMAS DO GRANDE PATATIVASEU DOUTOR ME CONHECE?  

   VEJA A PROFUNDIDADE DAS PALAVRAS, SÓ QUEM SOFREU SABE FAZER UMA ESTADO FALAR.SINTA  A SÊCA ENTRELAÇADA NESTAS PALAVRAS. SINTA  O APELO DE UM POVO QUE MORRE A MINGUA.  MENTALISE.

 

 

Esta poesia o grande Patativa  dando voz ao Estado do Ceará, cobra do Brasil, cobra dos homens poderosos uma resposta,cobra mais atenção, cobra uma solução  centenária.Roga humildemente o sofrimento de um povo, não só do Ceará mais de todo o país. Esta página é profunda.

 

Falo sempre que Patativa do Assaré( Antonio Gonçalves) Homem rude do sertão cearense, homem sem estudo, foi um dos maiores desta terra.   Hoje vive na mente de um povo sofrido, de um povo que perdeu um verdadeiro guerreiro.Porém digo, para um povo  de vergonha, O VELHO PATATIVA  continua vivo e cotidianamente cresce,  acorda com a sua voz alta, com as suas palavras fortes e contundentes muitos que  conseguem beber deste poço de sabedoria e de ensinamentos. Viva o Brasil, viva  a literatura Brasileira. Vá fundo.   Conheça os literatos brasileiros.

 

Amigo: CONHEÇA O SEU BRASIL. CONHEÇA O SEU NORDESTE. CONHEÇA O NORTE. CONHEÇA O SUL.  ENFIM:    CONHEÇA ESTE PAÍS. SEJA BRASILEIRO.  TOME CONHECIMENTO DAS OUTRAS LITERATURAS, MAS, PRIMEIRO CONHEÇA A SUA.

 

 

SEU DOUTÔ ME CONHECE?

 

 

SEU DOTÔ,SÓ ME PARECE

QUE O SINHÔ  NÃO ME CONHECE,

NUNCA SÔBE QUEM SOU EU,

NUNCA VIU MINHA PANHOÇA,

MINHA MUÉ,MINHA ROÇA

E NEM OS FIO QUE DEUS ME DEU.

 

SE NÃO SABE,ESCUTE AGORA,

QUE VOU CONTÁ MINHA HISTÓRA,

TENHA A BONDADE DE UVI,

EU SOU DA CRASSE MATUTA,

DA CRASSE QUE NÃO DISFRUTA,

DA RIQUEZA DO BRASI.

 

SOU AQUELE QUE CONHECE

AS PRIVAÇÃO QUE PADECE

O MAIS POBRE CAMPONÊS:

TENHO PASSADO NA VIDA

DE CINCO MÊS EM SEGUIDA

SEM COMER CARNE UMA VEZ.

 

SOU O QUE DURANTE A SUMANA,

CUMPRINDO A SINA TIRANA,

NA GRANDE LABUTAÇÃO,

PRA SUSTENTAR A FAMIA,

SÓ TEM DEREITO A DOIS DIA,

E O RESTO,O RESTO DO PATRÃO.

 

SOU O QUE NO TEMPO DA GUERRA

CRONTRA O GOSTO SE DESTERRA

PRA NUNCA MAIS VORTAR,

E VAI MORRÊ NO ISTRANGERO,

COMO POBRE BRASILÊRO

LONGE DO TORRÃO NATÁ.

 

SOU O SERTANEJO QUE CANSA

DE VOTÁ COM ESPERENAÇA

DO BRASI FICÁ MIÓ:

MAS O BRASI CONTINUA,

NA CANTIGA DA PIRUA,

QUE É       ___ PIÓ,PIÓ,PIÓ...

 

 

SOU O MENDIGO SEM SUSSEGO,

QUE POR NÃO ACHÁ EMPREGO

SE VÊ FORÇADO A SEGUI

SEM DEREÇÃO E SEM NORTE,

ENVERGONHADO DA SORTE,

DE PORTA EM PORTA A PEDI.

 

SOU AQUELE DESGRAÇADO

QUE NOS ANOA ATRAVESSADO,

VAI BATÊ NO MARANHÃO,

SUJEITO A TÔDO MARTRATO,

BICHO DE PÉ CARRAPATO

E ATAQUE DE SEZÃO.

 

SEU DOTÔ, NÃO SE ENFADE,

VÁ GUARDADNDO ESTA VERDADE

NA MEMÓRA ,E PODE CRÊ

QUE EU SOU AQUELE OPERARO

QUE GANHA UM POBRE SALÁRO

QUE NÃO DÁ NEM PRA CUMÊ.

 

SOU ÊLE TODO,EM CARNE EM OSSO,

MUTA VEZ NÃO TEM ARMÔÇO

E NEM TOMBÉM O JANTAR,

EU SOU AQUELE ROCÊRO,

SEM CAMISA E SEM DINHEIRO

CANTADO POR JUVENÁ.

 

 

SIM POR JUVENÁ GALENO,

O POETA ,AQUELE GENO,

O MAIOR DOS TROVADÔ,

AQUELE CORAÇÃO NOBRE

QUE MINHA VIDA DE POBRE

MUNTO SENTIDO CANTÔ.

 

HÁ MAIS DE CEM ANO EU VIVO,

NESTA VIDA DE CATIVO

E POTREÇÃO NÃO NÃO CHEGOU:

SOFRO MUNTO E CORRO ESTREITO,

INDA TÔ DO MÊRMO JEITO

QUE JUVENÁ ME DEIXOU.

 

 

SOFRENDO A MÊRMA SENTENÇA,

TOU QUAGE PERDENDO A CRENÇA,

E ´RA NIGUÉM SE ENGANÁ

VOU DEXÁ MEU NOME AQUI;

EU SOU FIO DO BRASÍ,

E O MEU NOME É CEARÁ.


domingo, 20 de março de 2011

LEIAM TODOS OS ARTIGOS-

COMO USUFRUIR DESTE BLOG

AMIGOS DEPOIS QUE TERMINAR UMA LEITURA PASSEM PARA AS OUTRAS E NO FIM DA´PAGINA EXISTEM MAIS TEXTOS, SEMPRE NO FIM DE CADA JANELA UMA MENSAGEM. POSTAGEM ANTIGAS, POSTAGEM ANTIGAS´,POSTAGEM ANTIGAS, SÃO MAIS DE 60 TEXTOS , LEIAM,DESCANSEM, VOLTEM PARA  OUTROS SITES E LOGO DEPOIS ACESSEM O BLOG PARA NOVAS LEITURAS, SÃO MUITOS. UM ABNRAÇO DO AMIGO IDERVAL.  LEMBREM-SE-   NO FIM DE CADA PÁGINA OU JANELA-  ACESSEM: PSOSTAGEM MAIS ANTIGAS NO FIM DA PAGINA À DIREITA.

INICIAREI ESTE BLOG COM ALGUNS TEXTOS.

APELO DE UM BRASILEIRO.
AS GARGALHADAS DE SEU MOCIM.
HISTÓRIAS QUE MINHA MÃE  CONTA.

 SÃO TEXTOS  DE NARRAÇÕES EFETUADAS POR MINHA MÃE COM O INTUITO DE MOSTRAR PARA OS FILHOS  COMO OS PAIS LUTAM PARA OFERECER DIAS MELHORES PARA OS SEUS REBENTOS.

COLOQUEI TAMBÉM ALGUNS FATOS VIVIDOS POR ESTE SIMPLES MORTAL DURANTE A SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.

PUBLICO TAMBÉM FATOS IMPORTATES DA HISTORIA DO BRASIL .


POR DERRADEIRO AGRADEÇO  A OPORTUNIDADE DE SER VISTO POR VOCÊ QUE HOJE ABRIU ESTE BLOG.

AMIGO MUITO OBRIGADO E ESPERO POR CRÍSTICAS E  UMA BOA AULA DE PORTUGUÊS .
 SEI QUE O AMIGO É CAPAZ DE OFECERER.

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IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
driderval@bol.com.br

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E LÁ ESTÃO MUITOS ARTIGOS.

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UM ABRAÇO.   
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO 

IDE


CALABAR

QUEM FOI CALABAR


Domingos Fernandes Calabar

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Domingos Fernandes Calabar (c. 16001635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos neerlandeses que invadiram o Nordeste do Brasil.

Índice

[esconder]

[editar] Biografia

Pouco se sabe desse personagem controverso da História do Brasil: nasce em Porto Calvo, Alagoas, então parte integrante da Capitania de Pernambuco, por volta de 1600. Foi batizado na fé católica no dia 15 de março de 1610. Mulato, estudara com os jesuítas e, fazendo dinheiro com o contrabando, chega a tornar-se senhor de terras e engenhos. Vários cronistas qualificam, no entanto, Calabar de mameluco e não de mulato.

[editar] Contra os Holandeses

Em 1580, Portugal passara para o domínio espanhol. A Holanda era, até então, aliada dos lusos mas, ao contrário, grande inimiga dos espanhóis. Estes, dada a intensidade do comércio lusitano com os holandeses, estabelecem uma trégua, que vigora até 1621, quando retomam os embates.
Funda-se, então, na Holanda, a "Geoctroyerd Westindische Companie" - A Companhia das Índias Ocidentais. Tendo invadido a Bahia, dali foram expulsos, em 1625. Continuaram atacando naus ibéricas e, a 13 de fevereiro de 1630 iniciam o ataque a Olinda.
O neto de Duarte Coelho, Matias de Albuquerque, vindo da Espanha, viaja ao Brasil a fim de coordenar a defesa do país. Pouco auxílio deram-lhe em Portugal (27 soldados), mas chegando arregimenta dentre os nativos homens que pudessem auxiliar na defesa. Apesar disto, perde primeiro Olinda, e depois o Recife. Retirando-se, iniciando um combate em guerrilhas, que duras derrotas infligiam aos invasores.
Para estas emboscadas, muito contribuíra Domingos Fernandes Calabar, profundo conhecedor do território - composto, no litoral, de baías, mangues, rios e praias - aos quais os neerlandeses estavam acostumados - e no interior pelas matas, às quais este povo costeiro não se adaptara.
Comerciante e contrabandista, Calabar vivia a percorrer aqueles caminhos, e com seu auxílio viram-se os neerlandeses forçados a abandonar Olinda, que incendeiam, concentrando-se no Recife.

[editar] Calabar muda de lado

Por razões de ser um herói brasileiro e ambicioso que só queria causar problemas, ele muda de lado, em abril de 1632. Por ambição, desejo de alguma recompensa entre os invasores, convicção de que estes seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo por supor que aqueles colonizadores trariam maiores progressos à terra que os portugueses - o fato foi que Calabar traiu seus antigos aliados.
Durante dois anos havia servido entre os seus conterrâneos, foi ferido duas vezes e ganhou alguma reputação. Dele afirma Robert Southey (História do Brasil, vol. I, página 349):
Se, cometido algum crime, fugiu para escapar ao castigo; se o tratamento recebido dos comandantes o desgostou; ou, se o que é mais provável, com a traição, esperou melhorar de fortuna, é o que se não sabe. Mas foi o primeiro pernambucano que desertou para os neerlandeses, e se a estes fosse dado dentre todos fazer seleção de um, não teriam escolhido outro, tão ativo, sagaz, empreendedor e desesperado era ele, nem havia quem melhor conhecesse o país e a costa.
A vantagem mudara de lado - e os holandeses passam a conquistar mais e mais territórios, agora tendo ao seu lado o conhecimento de que necessitavam: conquistaram as vilas de Goiana e de Igaraçu, a ilha de Itamaracá e até o forte do Rio Formoso.
Seu auxílio foi tão precioso que até o forte dos Três Reis Magos, no Rio Grande do Norte, caiu sob domínio dos invasores que, com participação direta de Calabar destroem o engenho do Ferreiro Torto. Seu domínio estendia-se, então, do Rio Grande até o Recife. Além de Calabar, aderem à proposta cristãos-novos, negros, índios e mulatos.
Pudsey, mercenário inglês à serviço da Holanda, descreve Calabar com grande admiração:
Nunca encontramos um homem tão adaptado a nossos propósitos (…), pois ele tomava um pequeno navio e aterrava-nos em território inimigo à noite, onde pilhávamos os habitantes & quanto mais dano ele podia ocasionar a seus patrícios, maior era sua alegria.(Robert Southey, História do Brasil, vol. I)

[editar] A captura

Forçado a recuar cada vez mais, Matias de Albuquerque retira-se para Alagoas, durando as lutas já cinco anos. Levava Albuquerque cerca de oito mil homens. Próximo ao Porto Calvo encontra um grupo de aproximadamente 380 neerlandeses, dentre estes o próprio Calabar. Um dos moradores deste lugar - Sebastião do Souto - oferece-se para um ardil e as coisas começam a tomar novo rumo.
Utilizando-se deste voluntário, fiel aos portugueses, o plano consistia em infiltrar-se nas fileiras inimigas. Souto vai ao comandante holandês Picard, dizendo haver mudado de lado, convencendo-o a atacar as forças de Albuquerque, que informou não terem mais que 200 homens.
Armada a cilada, nela caem Picard e os seus, dentre os quais o trânsfuga Calabar - os neerlandeses se rendem, e Calabar é feito prisioneiro.

[editar] Execução exemplar

Tratado como o mais vil traidor dos portugueses - Calabar é punido com a morte. Foi garroteado (não havia como montar-se uma forca, naquelas circunstâncias) e esquartejado e as suas partes expostas na paliçada da fortaleza - demonstrando assim a quem mudasse de lado o destino que lhe estava reservado.
Sobre este episódio narra Robert Southey (História do Brasil, vol. I):
Com tanta paciência recebeu a morte, dando tantos sinais de sincera contrição de todos os seus malefícios, acompanhada de tão devota esperança de perdão, que o sacerdote que lhe assistiu aos últimos momentos nenhuma dúvida conservou sobre a salvação do padecente. O confessor foi Fr. Manuel do Salvador, que mais tarde tomou não vulgar parte nesta longa contenda, de que nos deixou singular e interessantíssima história.
Interrogado se sabia de algum português que estivesse em traiçoeira correspondência com o inimigo, respondeu Calabar que sobre este capítulo muito sabia, não sendo das mais baixas as pessoas implicadas
Em Porto Calvo, agora sob comando de Arciszewski, os neerlandeses prestaram-lhe honras fúnebres - àquele a quem efetivamente deviam grande parte de seu sucesso.
Dois anos depois, em 1637, chegaria ao Brasil o príncipe Maurício de Nassau. Nassau contribui para que muitos tenham, hoje, idéia de que a colonização holandesa seria melhor que outras, algo inconsistente ante mesmo o olhar sobre sua retirada do Brasil, acusado de dar prejuízo à Companhia das Índias Ocidentais, e terem retomado o clássico modelo de exploração exaustiva - aos quais forçaram a revolta dos brasileiros, dentre os quais André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias - tratados como heróis da expulsão dos neerlandeses.

[editar] Outros olhares

O compositor Chico Buarque, junto a Ruy Guerra, fez em 1973 uma peça teatral intitulada: "Calabar: o Elogio da Traição" onde pela primeira vez a condição de traidor de Calabar era revisitada. Mas este posicionamento dava-se muito mais para denunciar a situação da época ditatorial, do que uma visão historiográfica sobre os fatos do século XVII.
Em Salvador (Bahia), há bairros com o nome "Calabar". Ao largo dessas "homenagens", alguns historiadores procuram justificar a atitude de Calabar, sem entretanto observar que este primeiro era aliado dos portugueses, granjeara-lhes a confiança - para depois servir aos inimigos numa privilegiadíssima posição.

[editar] Bibliografia

  • SOUTHEY, Robert (1774-1843). História do Brasil (Traduzida por Luís Joaquim de Oliveira e Castro). Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1981.

[editar] Ligações externas

CONTROVERSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL-CALABAR

CALABAR-HEROI OU TRAIDOR -LEIAM.

CALABAR HERÓI OU TRAIDOR?

 “O conhecimento é um processo e, portanto, a verdade também o é”. Adan Schaff (1913-2006), filósofo polonês

- O nome de FERNANDES CALABAR sempre esteve ligado à idéia de traição desde o período em que teve a consciência de que era melhor lutar do lado dos holandeses (1630-1654) do que permanecer do lado da União Ibérica (Portugal e Espanha). Não podemos nos esquecer que o atual Estado brasileiro foi uma colônia da Espanha[1] por 60 anos, ou seja, de 1580 a 1640.
- Será que realmente esse senhor mestiço, que desconhecia quem era o seu genitor, com boa educação ministrada pelos jesuítas, que era dono de engenhos de açúcar e descriminado pelos brancos portugueses pela cor da sua pele pode ser chamado de traidor? Graças à possibilidade de revisão de documentos históricos e fatos históricos recentemente revelados essa visão de que ele seria um traidor vem sendo revista.
- Atualmente com a possibilidade de estarmos vivendo dentro de um regime democrática livre, sem a interferência de um Estado ditatorial[2], hoje se pode revisar documentos, fatos históricos e analisar novos vestígios desse período mal contado da nossa História sem pressões corporativas ou, pelo menos, bem mais atenuadas.
- Nesse sentido, muitos revisionistas já consideram O Major Fernandes Calabar como um verdadeiro herói[3] pela perspicácia de ter tido a consciência de que o território colonial desde o ano de 1500 d.C., o qual um dia seria o atual Estado brasileiro, sempre tinha sido explorado pelos portugueses com muita opressão e dentro desse tempo por seis décadas pela União Ibérica, ou seja, de 1580 d.C a 1640 d.C., quando Portugal foi anexado a Espanha.
- No período do Senhor Calabar, os impostos eram escorchantes e, diga-se de passagem, até hoje os impostos são elevados e o retorno um tanto duvidoso pelos efeitos da corrupção. Nesse período colonial, as viagens eram controladas, quando não proibidas pelos portugueses. Havia a proibição para a produção de tecidos, a educação escolar não existia, proibiam o comércio com os estrangeiros. Profissões ligadas a arte aplicada e a posse de livros eram severamente proibidos, com exceção dos livros religiosos católicos, pois ajudavam na manutenção do controle social e manutenção de um senso comum sobre o povo da época.
- Além do mais, apenas a religião Católica Apostólica Romana era permitida na colônia, a qual adotava terríveis castigos para os acusados de heresia. O medo da inquisição católica e das suas técnicas de torturas mantinha o povo calado e submisso.
- Para os historiadores revisionistas, com o advento das invasões holandesas e a fixação do domínio holandês, Calabar e outros colonos mestiços, bem como muitos índios e “cristãos novos” (judeus convertidos compulsoriamente ao catolicismo romano), viram que com a presença dos holandeses os padrões de justiça, liberdade religiosa, melhorias acentuadas nas condições econômicas e sociais deram um salto gigantesco. O domínio português da época, atrelado com a Espanha, jamais iria permitir tal desenvolvimento sob o seu comando.
- Por esta linha, alguns pesquisadores[4] tentam lançar mais luz nos motivos que levaram Calabar e outros colonos a passar para o lado dos holandeses. Quais seriam as reais motivações? Seriam religiosas, econômicas ou o surgimento de uma manifestação de patriotismo dos autóctones? Vários documentos lançam luz nesses emaranhados de interesses, dos quais muitos são favoráveis a Calabar. Estão a ensejar a possibilidade de que se comece a mudar a idéia da acusação de traição divulgada pelos opressores portugueses da União Ibérica.
- O certo é que os holandeses trouxeram, para as regiões por eles ocupadas, o desenvolvimento econômico, a liberdade religiosa, permitiram o surgimento de escolas fundamentais, possibilitaram a vinda de homens de ciência[5], urbanizaram Recife, construíram pontes e obras sanitárias. Estenderam vários benefícios para outras regiões. Para os autóctones que ousavam ter um raciocínio crítico era impossível não ver as melhorias e não precisariam ser muito inteligentes para saber em qual dos lados se deveria ficar e lutar.
- Convém ressaltar que existiram traidores que não foram tão escorchados como Calabar, por terem muito prestigio e conhecimento. Entre esses traidores temos o nome do padre jesuíta Manoel de Moraes, “estrela de uma longa constelação de traidores”[6], o qual cometeu diversos atos de traição mais infames do que aquele atribuído a Calabar, mas sempre acabava escapando das punições, inclusive da própria inquisição.
- Pelos dados já coletados e revisados deverá haver algumas mudanças substanciais na continuação ou não da visão de Calabar como traidor. Obviamente os historiadores levaram em conta as interpretações feitas em décadas passadas e de quem as elaborou. A partir de uma analise criteriosa, esses pesquisadores revisionistas, estarão formulando novas verdades isentas de paixões para prevalecer à versão mais correta.
Sendo assim, talvez o mestiço autóctone Fernandes Calabar esteja muito mais próximo da imagem de um herói do que a de um reles traidor.
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[1] GOMES, Rafael. História pode revelar um novo Brasil. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/esp_bra­_historia.htm>. Acessado em 08 mar 2009.
[2] A peça “Calabar – Elogia de uma traição” de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra foi proibida em 1973 pelo governo militar, mas liberada em 1980 ( Veja, 14/05/1980, PP 60 ss).
[3] LUNA, Mozart. Calabar, herói desconhecido completa 370 anos da sua morte. Disponível em <http://www.maragogi.tur.br/noticia_calabar.htm>. Acessado em 17 mar 2009.
[4] SCHALKWIJK, Frans Leonard. Por que, Calabar? O motivo da traição. Disponível em <http://www.thirdmill.org/files/portuguese/47093~9_18_01_4-13-56_PM~calabar.htm>. Acessado em 15 mar 2009.
[5] FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo: Ática, 2002, p. 166