domingo, 31 de dezembro de 2017

O REBENTO, A MINHA VIDA E OS ERUDITOS. CAPITULO I

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O REBENTO, A MINHA VIDA E OS ERUDITOS.

CAPITULO I
          Ao sentir as vibrações das ondas do mar no qual  mergulhava  pressenti que não estava só, senti que além do escuro casulo, das rajadas que sopravam o meu corpo e do baticum, sempre tum tum Tum, que encantava o meu mergulho, existia algo diferente, coisas sublimes, existia outro mundo muito distante do meu, juro que me sentia muito seguro no meu pequeno , quente e aconchegante  ecossistema.


          Senti também,  que diariamente o meu mundo ia ficando menor ou eu estava crescendo, notei que algo sobrenatural , no meu vê,   afagava o meu dorso, o meu abdômen, a minha face, o meu corpo e o meu esboço de cérebro. 

          Notei algo novo  com o passar do tempo, já decifrava ruídos, depois passei a decifrar os  sons, os das cordas vocais noturnos e que eram sempre os mesmos, como também os sons de cordas vocais diurnos, mais de um som, muitas vezes múltiplos e  diferentes, eles viraram rotina, depois passei a sentir ,  decifrar e saborear  outros sons, eram sons misturados, sons de cordas não humanas, sons de metais, de tambores, de pratos,  de surdos , de sopros e de vozes, todos revelados e compreendidos pelas ondas que geravam nas águas do meu pequeno e escuro oceano no qual me encontrava mergulhado e que aos poucos foram apurados pelos meus ouvidos e impregnados na minha tênue massa cinzenta. 


         O mais interessante é que eles só ou em conjunto  faziam bem ao meu neófito encéfalo, eles organizavam os meus pensamentos ,  traziam tranqüilidade , acho até que contribuíram e  influenciarão  para o resto da minha trajetória de vida .


         Num  belo e estranho dia estes sons sumiram , o meu mar secou, abriram as cortinas dos céus e uma claridade invadiu o meu novo mundo, os baticuns,  tum-tum-tum,  emudeceram, silenciaram,  as rajadas de ventos desapareceram, cessaram  e lá estava eu todo envolvido em macias e fofas plumas, de olhos semi fechados e as narinas a captar os odores dos dois principais gestores, dos dois que cederam os seus DNA e que , com muita felicidade e alegria me acolheram, cada um tinha o seu cheiro peculiar, eu nasci com  o cheiro dos dois, levarei comigo até os últimos dias de minha vida.


         A voz noturna ,  que me acompanhou por nove meses,  estava agora ao meu lado, os baticuns , tum tum tum,  de outrora e que nunca me abandonaram estão  agora encostados aos meus baticuns tum tum tum . Circulando no meu claro casulo  diversas vozes e  para a minha surpresa  as minhas velhas , constantes e conhecidas    sintonias de Bach, Beethoven, Mendelssohn, Mozart, Vivaldi, Paganini, Egberto Gismonti, Heitor Villa-Lobos e as vozes de Caetano, Gonzaga, Gil, Belchior, Ivone Lara, Luiz Melodia, Jessye Norman, Kathleen Battle, Pavaroti, Bob Dylan, Nana Mouskouri, Carlos Galhardo e outros a encherem os meus ouvidos, o meu encéfalo, a minha vida, a minha alma e a minha consciência. 


Neste dia mudei de casulo, continuei no mesmo mundo, porém  noutro ecossistema, no mesmo planeta, no mesmo sistema, na mesma galáxia e universo, neste dia consolidei a minha vida junto a minha família, neste dia eu nasci.


Nascimento Feliz Natural da Silva
( O REBENTO)
Iderval Reginaldo Tenório

FAÇO QUESTÃO QUE OUÇA  TODO ESTE CD DO BELCHIOR, FAÇA UMA VIAGEM PARA O ESPAÇO, NÃI DEIXE DE OUVIR.  ABRAÇOS.

Belchior - Divina Comédia Humana (original) - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=ltCHLhtGOZ4
2 de fev de 2009 - Vídeo enviado por fedepite
Versão Acústica e Original da Canção do Belchior- Divina Comédia Humana. Trecho final da poesia Via ...

sábado, 30 de dezembro de 2017

CASOS INTERESSANTES DE UM MEDICO RESIDENTE

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Dois causos vividos por este seguidor de Esculápio


CAUSO N-1


DONA MARIA


 Hospital Roberto,1986 , Salvador Bahia.

 Médico Residente de Cirurgia Geral


 Hora do   almoço-


 Dona Maria era uma das funcionárias ,  que  na rampa do restaurante  colocava os alimentos nas bandejas de aço, utensílios estes  divididos em 04 ou 05 compartimentos.


Neste dia  seria servido como complemento,  cubinhos de abóboras, por sinal muito gostosos, principalmente  quando untado na manteiga.


Eu na fila, bandeja na rampa e do outro lado dona Maria, senhora pícnica e da  cara redonda,   roupa comum , um grande jaleco branco por cima, touca na cabeça, braços curtos, luvas de polietileno incolor e voz estridente, beirava uns 50 anos, porém com a aparência dos seus 60
" Quer abroba dotô Reginaldo, o sinhô quer abroba na manteiga ?" Já com a concha cheia de cubinhos a despejar na minha bandeja  .

Na fila muitos residentes, muitas enfermeiras e muitos funcionários à escuta, modéstia à parte , era eu o único Residente Cearense do Hospital , o mais simples e o mais nordestino da turma, dona Maria e todos os funcionários tinham uma grande identificação com este mortal, o Hospital era uma verdadeira família.

Olhei para Dona Maria e respondi num tom de brincadeira com a minha 
bandeja à espera da gostosa Cucurbitaceae, assim me pronunciei
 "Dona Maria,  na minha terra,  o Ceará,  quem come abóbora é porco". 
 Dona Maria não contou conversas e nem titubiou, na bucha, na lata e em tom de gozação  emendou :
"Aqui tumem dotô, aqui tumem,  quer mais um pouco?"

Não ficou nenhum funcionário que não caísse na risada

Foi assim os melhores dias naquela casa,  que era uma verdadeira família.


                                    Iderval Reginaldo Tenório





CAUSO N-2

O ESPECIALISTA


Era eu o cirurgião Geral do Plantão e chefe de equipe.


Ao chegar na sala da ortopedia, estava deitado na maca  um senhor que beirava os 50 anos, encontrava-se rodeado por  três ortopedistas, dois residentes, o R1 e o R2, quatro internos, duas auxiliares de enfermagens e um clinico a confabular como resolver aquele caso, já entrei a indagar.

___Quer que houve aí doutores? Que reunião é esta?

___Esse senhor luxou o braço direito e estamos aqui tentando resolver o caso.


Foi a resposta de um dos residentes de ortopedia.

Atlas aberto, desenhos múltiplos sendo discutido por toda a equipe, 
residentes empolgados , diazepam nos músculos, técnicas aplicadas e todas as manobras sem resultados.

Entrei, solicitei aos mesmos se poderia contribuir, recebi o sim. Perguntei pelo seu nome, falei que o cabra era macho, não era como esses frouxas da capital, certifiquei da causa da luxação, conferi  o diagnóstico, era  uma luxação verdadeira. 


O paciente tomou afeição por este cirurgião de plantão, depois de 10 minutos de papo até parecia que já éramos conhecidos de longas datas, falei da vida que levei na lida do campo, nas laçadas  de bois, nas amarras de feixes de lenha, dos banhos de rios, das  corridas de cavalos e nas pegas de bezerros bravos nos braços, falei das   quedas, dos arranca unhas nas capoeiras dos sertões e da lida com o gado pé duro, gado de orelha curta, gado criado na caatinga. O homem se entusiasmou.


 O seu braço luxara pela manhã,  quando jogou o laço na pega de uma vaca e no puxão que deu,  a cabeça do úmero saiu de sua cavidade

Pedi licença aos ortopedistas para aplicar a velha manobra aprendida no saudoso  Hospital de Urgência da Bahia- o tradicional HGV, maior escola de urgência do estado, recebi a aprovação de todos.

Expliquei ao paciente a manobra que faria, o paciente concordou , então com voz firme ordenei:

___Fique reto na maca, estique os braços colado ao corpo, vou puxar o braço direito afastando do seu corpo até a sua colocação na cavidade que já expliquei ao senhor,  pode doer um pouco,  mas,  peço para agüentar, cabras do nosso tipo não abre nem pra boi bravo, imagine pra uma bobagem desta, vou mandar os meninos segurar a maca e outro segurará o seu tórax.

Tirei o meu querido dokside branco do pé direito, tirei a meia surrada, levantei a minha perna direita ,  com o dedão maior do pé  na axila do paciente,  localizei a cabeça do úmero, o  odor ocre de peixe ardido do meu pé infiltrou-se nas suas narinas, me pendurei esticando o seu braço  direito como se fosse uma corda, os músculos foram relaxando, relaxando,  até o ponto máximo de afastamento permitido pelo paciente, com uma manobra plácida e certeira , uma manobra serena , empurrei com o dedão a cabeça do osso na cavidade da omoplata e lá estava a luxação resolvida.

O paciente não contou conversas, levantou, abriu os braços, fez diversas manobras sem dor e abriu o bocão.

____É doutô, graças a Deus, foi Êle que mandou o senhor,  esses homens iam me matar, já chega os de Candeias e os de Camaçari que quase arrancam o meu braço, ando a dois dias e sem solução,  obrigado doutor, obrigado.


E em voz alta exclamou:


 AINDA BEM QUE CHEGOU O ESPECIALISTA.

Foi uma tremenda gargalhada.


Tem horas que a tática fala mais alto.



                                Iderval Reginaldo Tenório
                                       Médico Residente R4
                                              1986


ESCUTEM COM FAGNER E LUIZ GIONZAGA DE PATATIVA DO ASSARÉ- VACA ESTRELA E BOI FUBÁ, UM VERDADEIRO HINO.


Fagner - Vaca Estrela e Boi Fubá - Eternas Ondas - 1980 - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=oWz6us4ldMk

9 de nov de 2012 - Vídeo enviado por Edilson Lino
Eternas Ondas/Vento Forte - 1980 - CBS (Sony Music) Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré ...

Luiz Gonzaga e Fagner - Vaca Estrela E Boi Fubá - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=GdDuu0fzPs4
21 de mai de 2014 - Vídeo enviado por Raizes da musica Sertaneja
Música: Vaca Estrela e Boi Fubá Artista: Luiz Gonzaga e Fagner Composição de: (Patativa Do Assaré ...

CASOS VIVIDOS POR UM MEDICO RESIDENTE EM CIRGIA GERAL


CAUSOS DA RESIDENCIA MEDICA - A LUXAÇÃO DO OMBRO


Dois causos vividos por este seguidor de Esculápio


CAUSO N-1


DONA MARIA


 Hospital Roberto,1986 , Salvador Bahia.

 Médico Residente de Cirurgia Geral


 Hora do   almoço-


 Dona Maria era uma das funcionárias ,  que  na rampa do restaurante  colocava os alimentos nas bandejas de aço, utensílios estes  divididos em 04 ou 05 compartimentos.


Neste dia  seria servido como complemento,  cubinhos de abóboras, por sinal muito gostosos, principalmente  quando untado na manteiga.


Eu na fila, bandeja na rampa e do outro lado dona Maria, senhora pícnica e da  cara redonda,   roupa comum , um grande jaleco branco por cima, touca na cabeça, braços curtos, luvas de polietileno incolor e voz estridente, beirava uns 50 anos, porém com a aparência dos seus 60
" Quer abroba dotô Reginaldo, o sinhô quer abroba na manteiga ?" Já com a concha cheia de cubinhos a despejar na minha bandeja  .

Na fila muitos residentes, muitas enfermeiras e muitos funcionários à escuta, modéstia à parte , era eu o único Residente Cearense do Hospital , o mais simples e o mais nordestino da turma, dona Maria e todos os funcionários tinham uma grande identificação com este mortal, o Hospital era uma verdadeira família.

Olhei para Dona Maria e respondi num tom de brincadeira com a minha 
bandeja à espera da gostosa Cucurbitaceae, assim me pronunciei
 "Dona Maria,  na minha terra,  o Ceará,  quem come abóbora é porco". 
 Dona Maria não contou conversas e nem titubiou, na bucha, na lata e em tom de gozação  emendou :
"Aqui tumem dotô, aqui tumem,  quer mais um pouco?"

Não ficou nenhum funcionário que não caísse na risada

Foi assim os melhores dias naquela casa,  que era uma verdadeira família.


                                    Iderval Reginaldo Tenório





CAUSO N-2

O ESPECIALISTA


Era eu o cirurgião Geral do Plantão e chefe de equipe.


Ao chegar na sala da ortopedia, estava deitado na maca  um senhor que beirava os 50 anos, encontrava-se rodeado por  três ortopedistas, dois residentes, o R1 e o R2, quatro internos, duas auxiliares de enfermagens e um clinico a confabular como resolver aquele caso, já entrei a indagar.

___Quer que houve aí doutores? Que reunião é esta?

___Esse senhor luxou o braço direito e estamos aqui tentando resolver o caso.


Foi a resposta de um dos residentes de ortopedia.

Atlas aberto, desenhos múltiplos sendo discutido por toda a equipe, 
residentes empolgados , diazepam nos músculos, técnicas aplicadas e todas as manobras sem resultados.

Entrei, solicitei aos mesmos se poderia contribuir, recebi o sim. Perguntei pelo seu nome, falei que o cabra era macho, não era como esses frouxas da capital, certifiquei da causa da luxação, conferi  o diagnóstico, era  uma luxação verdadeira. 


O paciente tomou afeição por este cirurgião de plantão, depois de 10 minutos de papo até parecia que já éramos conhecidos de longas datas, falei da vida que levei na lida do campo, nas laçadas  de bois, nas amarras de feixes de lenha, dos banhos de rios, das  corridas de cavalos e nas pegas de bezerros bravos nos braços, falei das   quedas, dos arranca unhas nas capoeiras dos sertões e da lida com o gado pé duro, gado de orelha curta, gado criado na caatinga. O homem se entusiasmou.


 O seu braço luxara pela manhã,  quando jogou o laço na pega de uma vaca e no puxão que deu,  a cabeça do úmero saiu de sua cavidade

Pedi licença aos ortopedistas para aplicar a velha manobra aprendida no saudoso  Hospital de Urgência da Bahia- o tradicional HGV, maior escola de urgência do estado, recebi a aprovação de todos.

Expliquei ao paciente a manobra que faria, o paciente concordou , então com voz firme ordenei:

___Fique reto na maca, estique os braços colado ao corpo, vou puxar o braço direito afastando do seu corpo até a sua colocação na cavidade que já expliquei ao senhor,  pode doer um pouco,  mas,  peço para agüentar, cabras do nosso tipo não abre nem pra boi bravo, imagine pra uma bobagem desta, vou mandar os meninos segurar a maca e outro segurará o seu tórax.

Tirei o meu querido dokside branco do pé direito, tirei a meia surrada, levantei a minha perna direita ,  com o dedão maior do pé  na axila do paciente,  localizei a cabeça do úmero, o  odor ocre de peixe ardido do meu pé infiltrou-se nas suas narinas, me pendurei esticando o seu braço  direito como se fosse uma corda, os músculos foram relaxando, relaxando,  até o ponto máximo de afastamento permitido pelo paciente, com uma manobra plácida e certeira , uma manobra serena , empurrei com o dedão a cabeça do osso na cavidade da omoplata e lá estava a luxação resolvida.

O paciente não contou conversas, levantou, abriu os braços, fez diversas manobras sem dor e abriu o bocão.

____É doutô, graças a Deus, foi Êle que mandou o senhor,  esses homens iam me matar, já chega os de Candeias e os de Camaçari que quase arrancam o meu braço, ando a dois dias e sem solução,  obrigado doutor, obrigado.


E em voz alta exclamou:


 AINDA BEM QUE CHEGOU O ESPECIALISTA.

Foi uma tremenda gargalhada.


Tem horas que a tática fala mais alto.



                                Iderval Reginaldo Tenório
                                       Médico Residente R4
                                              1986


ESCUTEM COM FAGNER E LUIZ GIONZAGA DE PATATIVA DO ASSARÉ- VACA ESTRELA E BOI FUBÁ, UM VERDADEIRO HINO.


Fagner - Vaca Estrela e Boi Fubá - Eternas Ondas - 1980 - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=oWz6us4ldMk

9 de nov de 2012 - Vídeo enviado por Edilson Lino
Eternas Ondas/Vento Forte - 1980 - CBS (Sony Music) Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré ...

Luiz Gonzaga e Fagner - Vaca Estrela E Boi Fubá - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=GdDuu0fzPs4
21 de mai de 2014 - Vídeo enviado por Raizes da musica Sertaneja
Música: Vaca Estrela e Boi Fubá Artista: Luiz Gonzaga e Fagner Composição de: (Patativa Do Assaré ...