Os humanos, os seus heróis
e os seus ídolos
O ser humano para dá sustentabilidade
a vida, possui um ou mais heróis no decorrer da sua existência. Quando ainda na matriz uterina e embebido no
liquido amniótico, tem na mãe a sua maior heroína e no ser masculino mais presente,
o pai, o seu maior herói. Nesta fase da vida,
o embrião consegue vivenciar mágicos momentos, são os mistérios hormonais,
neste período embrionário o binômio mãe embrião, embrião mãe, fruto do DNA e
das trocas de elementos pertinentes a maternidade, se impregnam mutuamente para
o resto da vida, selando a mais concreta ligação entre dois seres humanos.
Ao nascer, diz a neurociência,
que o rebento naturalmente reconhece a sua genitora devido os vários fatores
que margeiam e penetram na fase de sua formação embrionária, como os seus
odores, o contato corpo a corpo, o ritmo respiratório, os batimentos cardíacos,
os complexos componentes formadores da voz e com seu avançado e aguçado paladar, consegue identificar até mesmo os principais pratos servidos à genitora durante a gravidez .
Do pai, guarda uma curta interação,
que é proporcional a sua presença no decorrer da fase embrionária, no momento
do parto, no pós parto imediato e tardio até o sexto ou oitavo mês , uma vez
que dos órgãos dos sentidos, apenas a visão ainda não foi aprimorada, a visão
só alcança até os 50 cm e não distingue as cores, ficando por conta da boa
audição, do excelente olfato e do avançado paladar a ligação com este
importante personagem da sua vida, com estas condutas, os seus odores, a sua
voz, os grandes olhos, o formato do rosto, o ritmo respiratório, o bulido dos batimentos
cardíacos e os seus hormônios serão de imediato gravados para sempre na massa
cinzenta do neófito cérebro, estas propriedades podem justificar, o porquê dos pais serem natural e
instintivamente até os sete anos os seus verdadeiros heróis e ídolos, este
modus operandi se aplica a todos os componentes da família, dos tios aos vós.
Quando se mergulha na fase de
escolaridade e por ser o humano um animal sociável, vitalista e essencialista, a
criança começa a interagir com outros humanos, cada um com os seus odores e costumes,
nesta fase é submetida a esboços de novos heróis e ídolos, são geralmente
passageiros, que a depender da sua importância, da sua penetração podem
participar e permanecer na galeria dos principais por muitos anos ou para
sempre, neste rol figuram colegas, amigos e professores, sendo os últimos os
mais prováveis.
No período mágico da adolescência,
muitos são os conhecimentos adquiridos em todas as áreas, nesta fase, a criança é encharcada pelos hormônios sexuais.
Além dos heróis como os colegas, os amigos e os professores, surgem novos e a distancia,
são os atletas e os artistas que em
massa arquitetonicamente ocupam a mídia,
grandes serão os contágios e cega a idolatria. O ser humano neste período tem a
propriedade de criar imagens, odores, tatos e paladares devido as informações gravadas
na memória, nesta fase, ganham espaços os odores artificiais (as marcas de essências ) de cada ídolo, o formato do
corpo, o vestuário, a alimentação e a maneira de vida, levando o jovem a se identificar
com cada um dos escolhidos, o bombardeio midiático é assustador, muitos deles
modificam em definitivo a maneira de se viver na terra, vide os Beatles, os
grandes tatuados e a moda de uma maneira em geral.
Neste período de formação intelectual
e pré profissional, o ser humano fica
obnubilado, os pais aos poucos vão cedendo espaços a este novo universo, muitos
são substituídos impreterivelmente por estes novos elementos, assumem a galeria
de heróis e ídolos os jogadores, os cantores, os atores de televisão, de cinema
e os atletas de uma maneira em geral, o mundo imaginário para o jovem passa a
ser o seu habitat, as manobras fictícias o seu domínio, o livre arbítrio o seu natural
comportamento, a vida torna-se uma bola mágica e tudo é ilusão.
Terminada esta fase, que
inclusive pode ser extrapolada e invadir a fase adulta, o jovem entra na realidade
da vida, na fase constitucional, na fase regida pelos códigos, relatórios e
regimentos, a família perde o poder e entra os ditames da justiça criados pelo
homem. Os hormônios sexuais perdem a
grande importância, os descartáveis ídolos e heróis despencam da galeria e o jovem sedento pela
sobrevivência voa em busca de novos sustentáculos e heróis, uma boa formação profissional,
uma boa fonte de renda e o respeito da sociedade. Com uma regressão cronológica,
o adulto centrado e consciente , conspicuamente volta a repescar os heróis desgarrados
e não perdidos, volta a recuperar os verdadeiros heróis, passa a compreender
que aquele que lhe gerou, aquele que lhe acompanhou em toda a fase embrionária,
aquela que lhe alimentou por quase um ano na vida intra uterina, junto àqueles que lhe ensinaram da
alfabetização até a plena profissão, jamais poderiam sair da sua nobre galeria,
estes sim, devido os diversos fatores
impregnados nas suas raízes são os seus verdadeiros heróis e ídolos, os demais são meros participantes guardados as
devidas proporções.
Os atletas por mostrarem garra, força
e coragem, os cantores por expressarem algo importante para a vida e para a
liberdade social, os atores por mostrarem fatos que influenciaram, influenciam
e influenciarão para o bem ou para o mal da sociedade continuarão com alguns
traços de heroísmo na sua vida, apenas traços.
O grande equívoco está na
extrapolação desta fase numa gama de jovem, no grupo que não recupera e não
resgata o trajeto cronológico imposto pelo desenvolvimento da vida e continua atrelado
aos seus rompantes , endeusar os hipotéticos ídolos, os fictícios e digitais
heróis do futebol, do cinema e da televisão, numa demonstração de imaturidade
cerebral, quando deveria abandonar o pragmatismo da idolatria e resgatar como ídolos
os seus pais, os familiares, alguns amigos e os seus professores. Os pais por serem os mentores da fecundação , os
familiares pelos vínculos consangüíneos , os efusivos amigos por permanecerem
ao seu lado, os professores por não serem parentes consangüíneos
e dedicarem o mesmo carinho e responsabilidade por um futuro melhor em cada
fase da vida.
Os professores são baluartes que, ao assumirem
uma turma, assumem o cidadão, a família, a sociedade e a nação, estes
incansáveis baluartes atuam alicerçando a trajetória dos seus pupilos, vibram e
choram com o sucesso, como também, choram e lamentam com o insucesso, o resto é
questão de tempo, é bananeira que já deu cacho.
Ao sucesso e que os
seus ídolos sejam resgatados.
Iderval Reginaldo
Tenório
O cio da terra - Chico Buarque e Milton Nascimento - YouTube
www.youtube.com/watch?v=mAS9a7H2T78
24 de jan de 2009 - Vídeo enviado por Tauil
Os dois cantam uma composição própria para especial da TV Globo em 1982. Cedido e postado ...Milton Nascimento, Pena Branca & Xavantinho, Cio da Terra
www.youtube.com/watch?v=pP0yyFjQSos
7 de set de 2012 - Vídeo enviado por mbreverso
"CIO DA TERRA" - com Milton Nascimento e Pena Branca & Xavantinho. mbreverso ...
2 comentários:
Olá Dr, Iderval!
Mais um precioso texto!
Cada fase da vida com suas peculiaridades! Hoje os heróis são um tanto diferentes dos que entendíamos, "heróis"!
Também torço por esse resgate de moral e vergonha na cara!
Faz-se urgente!
Abraço amigo!
O texto é fantastico ajuda a pessoa a tomar as atitudes certas
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