terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Fertilização com três genitores é votada em meio a polêmica no Reino Unido


Fertilização com três genitores é votada em meio a polêmica no Reino Unido
Perguntas e respostas sobre o transplanta de núcleo celular que permite que mães com distúrbios mitocondriais tenham filhos saudáveis

POR O GLOBO
03/02/2015 6:00 / ATUALIZADO 03/02/2015 10:29

LONDRES - O Reino Unido pode ser tornar o primeiro país a legalizar o polêmico procedimento de fertilização in vitro com três genitores. O parlamento britânico votará, nesta terça-feira, se autoriza a prática. A técnica, que usa o óvulo da mãe, o esperma do pai e o óvulo de uma doadora para gerar um embrião, divide a sociedade e levanta dilemas éticos. De um lado, críticos dizem que a ideia pode dar início a um "design de bebês". Do outro, entusiastas destacam que a prática reduz a probabilidade de filhos com doenças hereditárias.
O procedimento consiste em transplante de núcleo entre dois óvulos. Um mulher com DNA mitocondrial defeituoso, ou seja, que pode passar ao filho diferentes doanças congênitas, tem o núcleo de seu óvulo removido. Este núcleo, carregando informações genéticas como altura, cor dos olhos e cor da pele, é então implantado no óvulo de uma doadora, com DNA mitocondrial saudável. Este óvulo, com informações de ambas as mulheres, é, em seguida, fecundado pelo esperma do pai. O embrião gerado tem 0,1% de DNA da doadora.
Segundo cientistas, cerca de 100 bebês por ano poderão nascer a partir dessa técnica no Reino Unido, com menos chances de doenças mitocondrias, como cegueira e epilepsia. Mas opositores, entre eles a Igreja, acham que este será mais um instrumento para a ciência tomar o lugar de Deus na criação humana.
Caso o projeto seja aprovado nesta terça-feira, a proposta passará por nova votação em fevereiro. Se for novamente aceito, a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana do país poderá conceder licenças para clínicas já no outono britânico. Os primeiros bebês nascidos por conta da técnica viriam ao mundo em 2016.
Em meio à polêmica, o jornal britânico “The Guardian” respondeu a perguntas sobre o procedimento.
Quais problemas o procedimento resolve?
Um pequeno número de crianças nasce com defeitos em seu DNA mitocondrial, que podem causar doenças. As mitocôndrias são pequenas estruturas celulares que fornecem energia às células. Elas têm seu próprio conjunto de 37 genes.
Como as doenças afetam as pessoas?
Doenças mitocondriais tendem a surgir na infância e evoluir ao longo da vida. Elas costumam ser fatais antes mesmo da idade adulta. As partes do corpo mais afetadas são aquelas que necessitam de mais energia, como cérebro, coração, músculos e fígado. É o caso de problemas raros como as síndrome de Leigh e de Barth. Porém, mitocôndrias defeituosas também têm sido associadas a problemas médicos mais comuns, como Parkinson, surdez, epilepsia e diabetes.
Que objeções existem contra o procedimento?
A transferência mitocondrial se relaciona a mudanças genéticas que passam de uma geração para outra. Assim, a proposta levanta questões éticas porque quaisquer problemas inesperados causados pelo procedimento poderiam afetar pessoas que ainda não nasceram, e que, dessa forma, não podem dar o seu consentimento para o tratamento. Ainda há fatos ignorados sobre as mitocôndrias, e a técnica poderia afetar as características das pessoas de formas desconhecidas. Alguns cientistas creem que seriam necessários mais estudos para que o procedimento fosse legalizados. A Igreja diz que não se opõe, em princípio, mas precisa de mais investigações científicas e debate sobre ética, segurança e eficácia antes que a lei seja alterada.
Existem outras objeções religiosas?
Uma das formas de transferência mitocondrial, a chamada transferência pronuclear, destrói um óvulo fecundado da mãe durante o processo. Católicos também se queixaram de que a transferência mitocondrial introduz uma "ruptura" entre mãe e pai e "dilui paternidade".
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Bebês de “três pais” é uma boa descrição de crianças nascidas com o processo?
As mulheres que doam suas mitocôndrias anonimamente não têm direitos sobre as crianças. Em um nível genético, 20 mil genes vêm da mãe e do pai da criança. A doadora contribui com o que equivaleria a menos de 0,2% do total.
Será que uma mudança na lei permitirá que o "design de bebês"?
Características humanas como cor dos olhos e do cabelo e outros traços são controlados por DNA no núcleo da célula. O procedimento não altera esse DNA "nuclear". A proibição de alterar o DNA nuclear continuará em vigor, mesmo com a aprovação do projeto.
Doenças mitocondriais são comuns?

Cerca de uma em cada 200 crianças são afetadas por doenças mitocondriais. Muitas delas podem ter apenas sintomas leves. Mas cerca de uma em cada 6.500 têm doenças graves que podem encurtar suas vidas. Não há cura para esses males.
OGLOBO.

The Fevers - Deus - YouTube

www.youtube.com/watch?v=6f4Fsfi6xrY
5 de out de 2009 - Vídeo enviado por Daniela Vieira
Realmente e um hino a Deus, e o mundo que na época desa música já apresentava sinais de inversão de ..

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