Amigos do blog cultural, tenho um amigo chamado Aldo Souza, é um grande compositor musical aqui da Bahia. O mesmo me enviou uma fotografia na qual existia uma família de tatús, não fiquei calado , procurei responde-lo com este conto, que saiu da mente como se já estivesse pronto no meu cérebro. Como não sou egoísta, ofereço também a todos que tenham acesso a esta matéria.
Obrigado Aldo pelo depertar deste texto que dormia na minha massa cinzenta.
Iderval Reginaldo Tenório
Espero o seu comentário
O Cachorro Leão e a Tatu Bola
Era fim de tarde, de repente mais do que de repente, o
cachorro leão saiu em disparada, as glândulas olfativas acusaram tatus há mil metros
de distância , tatús no seu raio de ação. O dono do cachorro de
bornal à tiracolo, facão colino na cintura e cordas de couro nos ombros seguiu
os seus rastros e latidos, o cachorro estava acuado com alguma caça.
O cachorro chegou primeiro na toca, de longe avistou o confabular
de três pequenos e jovens tatus, um corria para um lado, pulava para o outro,
ficava com os cascos no chão e as pernas para cima , estava a bailar, outro com
o seu bicudo focinho amarelo cutucava a sua barriga freneticamente e um
terceiro grunhindo em tom alto e musical, se jogava por cima dos outros como a
gargalhar.
Na boca do buraco, na boca da toca surgiu uma velha e cuidadosa
tatu, da porta de sua residência vigiava
os seus rebentos e observava o cachorro leão. Os três filhotes eram semelhantes
em tudo, do mesmo tamanho, da mesma cor, do mesmo porte e com as mesmas
características, todos do mesmo sexo, eram
todas fêmeas com quatro meses de idade, todas da mesma ninhada.
O cachorro de longe a observar, pensou em capturar os três
filhotes e ficou a matutar, quando da boca da toca, a mãe Tatu enfiou o focinho
entre as pernas por baixo da amarela e peluda barriga , como uma bola se
jogou nas duas patas dianteiras do cachorro leão, os três filhotes de tatu de
olhos arregalados pararam diante da inebriante cena, ficaram petrificados com o choque, eles não
conheciam o bicho cachorro.
O cachorro ficou assustado com a velha tatu bola na sua frente,
cheirou o casco da velha matriarca, a tocou com a ponta do frio nariz, lambeu
com a sua língua molhada. A corajosa
tatu desfez a bola defensiva e ficou sentada cara a cara com o cachorro leão a
desafiá-lo ou a se oferecer em troca das vidas dos seus inocentes filhotes.
O predador levantou a cabeça, observou os três tatus mirins,
olhou mais uma vez para a matriarca e foi vagarosamente até a boca da toca de
onda saíra a velha matriz , medindo um raio de cem metro ao redor da toca, o cachorro leão num
movimento lento e preciso urinou em mais de 08 pontos demarcando em círculo o seu reduto, depois abandonou o
local após se despedir daquela família de tatus.
De volta à sede da fazenda , o cachorro leão encontrou o seu esbaforido dono, os
dois voltaram pelo mesmo caminho, foi dada como perdida a caçada.
Durante mais de 03 anos, o velho cão visitava semanalmente aquela bela família, fazia os mesmos movimentos, urinava nos mesmos locais, sempre a renovar o seu reduto.
Os outros cachorros que chegavam na região, logo que sentiam o cheiro da uréia e dos hormônios ao redor da toca do Tatu, davam meia volta e diziam, aqui não, deu chabú, este é reduto do compadre leão.
E aquela família de tatus, com o passar do tempo e livre das garras dos predadores progrediu e procriou, deixando de ser uma das raças ameaçadas de extinção.
Durante mais de 03 anos, o velho cão visitava semanalmente aquela bela família, fazia os mesmos movimentos, urinava nos mesmos locais, sempre a renovar o seu reduto.
Os outros cachorros que chegavam na região, logo que sentiam o cheiro da uréia e dos hormônios ao redor da toca do Tatu, davam meia volta e diziam, aqui não, deu chabú, este é reduto do compadre leão.
E aquela família de tatus, com o passar do tempo e livre das garras dos predadores progrediu e procriou, deixando de ser uma das raças ameaçadas de extinção.
Belo cachorro, exemplar e corajosa mãe, inocentes filhotes e
sábia natureza.
Predominou o instinto animal, que sempre preza pela preservação natural em detrimento do racional, que naturalmente conspira pela destruição indiscriminadamente.
Predominou o instinto animal, que sempre preza pela preservação natural em detrimento do racional, que naturalmente conspira pela destruição indiscriminadamente.
Iderval ReginaldoTenório
O blog é cultural
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Iderval Reginaldo Tenório
Nome popular: Tatu-bola
Nome científico: Tolypeutes tricinctus
Quanto mede: 50 centímetros
Onde vive: Na caatinga do Nordeste
O que come: Formigas, escorpiões, frutas, ovos
O tatu-bola é o menor tatu brasileiro, o único tatu endêmico, isto é, que existe apenas no nosso Brasil e o mais ameaçado, porque, como não cava bem como os outros tatus, é mais fácil de ser caçado na região de seca, onde há pouca comida.
Para se defender, esse tatu se enrola completamente, formando uma bola, daí o nome popular, e o rabo e a cabeça se adaptam como num quebra-cabeça, protegendo o corpo do tatu, o que não o defende do homem, porém, porque fica fácil pegar a bola que é o tatu e enfiar num saco.
Por ser ainda muito caçado, o tatu-bola desapareceu em Sergipe e no Ceará, mas ainda existe na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, nas regiões ainda despovoadas. Apesar de protegido por lei, esse animalzinho é caçado até dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Estação Ecológica do Raso da Catarina, áreas de conservação, onde no passado o tatu-bola existia em quantidade.
Para salvar essa espécie, os cientistas estão propondo estudos para criação em cativeiro e principalmente programas de educação ambiental para a população da área onde ainda sobrevive esse tatu. O problema é que esse bicho vive justamente na região mais pobre e carente do Brasil e, sem educação, nunca se conseguirá que um caboclo com fome deixe de pegar o tatu para comê-lo, se tiver oportunidade.
Um comentário:
bando di sem coração raça de sem vergonhas covardis da pior espécie da nojo olhar vocês , quem faz aqui paga aqui mesmo na mesma moeda
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