É O MESTRE PITANGUY SE ADAPTANDO E SE ENQUADRANDO ÀS NOVAS RESOLUÇÕES DO CFM, CIRURGIAS GRANDES SÓ EM HOSPITAIS COM UTI, É A TENDENCIA ÉTICA.
CIRURGIAS SEM RISCOS.
Equipe do cirurgião plástico Ivo Pitanguy deixa de operar em clínica e vai para hospitais
Intervenções não serão mais feitas no espaço médico de Botafogo. Aos 91 anos, especialista garante que continua trabalhando
IVO PITANGUY
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Ivo PItanguy: aos 91 anos, trabalho a todo
vapor - Felipe Hanower / Agência O Globo
RIO — Com 52 anos de
atividades, a Clínica Ivo Pitanguy, em Botafogo, referência mundial em cirurgia
plástica, vai deixar de ter um centro para operações, que passarão a ser feitas
em grandes hospitais da rede privada do Rio. Como informou, nesta terça-feira, o colunista Ancelmo Gois, no
espaço médico da Rua Dona Mariana serão mantidos o atendimento ambulatorial, o
pré e pós-operatório, o curso de pós-graduação do Instituto Ivo Pitanguy, uma
biblioteca médica e um núcleo de saúde e beleza.
Segundo Pitanguy, a mudança
não afetará o atendimento cirúrgico, que continuará sendo feito pelo mestre e
por sua equipe. Somente o “ato cirúrgico’’, como ele faz questão de frisar,
passará a ser realizado em hospitais que contam com amplas e modernas unidades
de terapia intensiva (UTIs).
— Estamos apenas fazendo
uma readequação para atendermos à evolução da medicina moderna, que hoje pede a
realização de cirurgias em locais com UTI. Para contar com uma unidade de
terapia intensiva, eu teria de montar uma estrutura complexa, grande,
funcionando 24 horas, e não vi necessidade disso. Tudo continuará sendo feito
aqui, menos o ato cirúrgico. Vamos realizar as operações em hospitais de grande
porte, como outras clínicas já vêm fazendo — explicou Pitanguy.
O cirurgião plástico lembrou
que sua clínica já havia terceirizado a realização de exames laboratoriais. De
resto, garante Pitanguy, nada mudará.
— Eu não sou candidato à
vida eterna, mas gosto muito de trabalhar. Há um ano não estou mais operando
devido a uma limitação física natural, estou com 91, mas faço o diagnóstico, o
plano cirúrgico e acompanho as médicas assistentes Bárbara Helena Barcaro
Machado e Hazel Fischdick. Afinal, cirurgia não é só cortar; é a decisão sobre
o que deve ou não ser feito. Mas conto com uma equipe extraordinária, que
mantém os ideais da clínica — afirmou, orgulhoso, o cirurgião.
Além de trabalhar
diariamente em sua clínica, Pitanguy faz atendimentos às quartas-feiras na
Santa Casa da Misericórdia, em um serviço que criou para pessoas de baixo poder
aquisitivo que precisam de cirurgias reparadoras ou estéticas. Além disso, o
médico continua à frente do instituto que leva seu nome, no qual coordena, em
convênio com a PUC-RJ, um curso de pós-graduação em cirurgia plástica pelo qual
já passaram 600 profissionais de 42 países.
— A associação de ex-alunos
já tem 40 anos e, a cada dois, realiza um congresso de atualização numa cidade
diferente do mundo — contou Pitanguy.
Ivo
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