quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Equipe do cirurgião plástico Ivo Pitanguy deixa de operar em clínica e vai para hospitais


É O MESTRE  PITANGUY  SE ADAPTANDO E SE ENQUADRANDO  ÀS NOVAS RESOLUÇÕES DO CFM, CIRURGIAS GRANDES SÓ EM HOSPITAIS COM UTI,  É A TENDENCIA ÉTICA.
CIRURGIAS SEM RISCOS.

Equipe do cirurgião plástico Ivo Pitanguy deixa de operar em clínica e vai para hospitais

Intervenções não serão mais feitas no espaço médico de Botafogo. Aos 91 anos, especialista garante que continua trabalhando

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IVO PITANGUY
 
 Ivo PItanguy: aos 91 anos, trabalho a todo vapor - Felipe Hanower / Agência O Globo

 

       RIO — Com 52 anos de atividades, a Clínica Ivo Pitanguy, em Botafogo, referência mundial em cirurgia plástica, vai deixar de ter um centro para operações, que passarão a ser feitas em grandes hospitais da rede privada do Rio. Como informou, nesta terça-feira, o colunista Ancelmo Gois, no espaço médico da Rua Dona Mariana serão mantidos o atendimento ambulatorial, o pré e pós-operatório, o curso de pós-graduação do Instituto Ivo Pitanguy, uma biblioteca médica e um núcleo de saúde e beleza.

 

      Segundo Pitanguy, a mudança não afetará o atendimento cirúrgico, que continuará sendo feito pelo mestre e por sua equipe. Somente o “ato cirúrgico’’, como ele faz questão de frisar, passará a ser realizado em hospitais que contam com amplas e modernas unidades de terapia intensiva (UTIs).

 

       — Estamos apenas fazendo uma readequação para atendermos à evolução da medicina moderna, que hoje pede a realização de cirurgias em locais com UTI. Para contar com uma unidade de terapia intensiva, eu teria de montar uma estrutura complexa, grande, funcionando 24 horas, e não vi necessidade disso. Tudo continuará sendo feito aqui, menos o ato cirúrgico. Vamos realizar as operações em hospitais de grande porte, como outras clínicas já vêm fazendo — explicou Pitanguy.

 

     O cirurgião plástico lembrou que sua clínica já havia terceirizado a realização de exames laboratoriais. De resto, garante Pitanguy, nada mudará.

 

      — Eu não sou candidato à vida eterna, mas gosto muito de trabalhar. Há um ano não estou mais operando devido a uma limitação física natural, estou com 91, mas faço o diagnóstico, o plano cirúrgico e acompanho as médicas assistentes Bárbara Helena Barcaro Machado e Hazel Fischdick. Afinal, cirurgia não é só cortar; é a decisão sobre o que deve ou não ser feito. Mas conto com uma equipe extraordinária, que mantém os ideais da clínica — afirmou, orgulhoso, o cirurgião.

 

      Além de trabalhar diariamente em sua clínica, Pitanguy faz atendimentos às quartas-feiras na Santa Casa da Misericórdia, em um serviço que criou para pessoas de baixo poder aquisitivo que precisam de cirurgias reparadoras ou estéticas. Além disso, o médico continua à frente do instituto que leva seu nome, no qual coordena, em convênio com a PUC-RJ, um curso de pós-graduação em cirurgia plástica pelo qual já passaram 600 profissionais de 42 países.

 

      — A associação de ex-alunos já tem 40 anos e, a cada dois, realiza um congresso de atualização numa cidade diferente do mundo — contou Pitanguy.


 

 

Ivo

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