Mais Médicos será debatido no fórum de saúde da Folha; entenda a medida
Uma das principais vitrines do governo Dilma Rousseff (PT), o programa Mais Médicos será assunto de debate durante o segundo dia do Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha.
José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde e diretor-executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, e Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP, discutirão o tema a partir das 9h30 desta quinta-feira (27) no Teatro Tucarena (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes).
Lançado em 8 de julho do ano passado, o Mais Médicos foi anunciado como um pacote de medidas que obrigava estudantes de medicina a trabalhar por dois anos no SUS (Sistema Único de Saúde), além de autorizar a contratação de médicos estrangeiros para suprir a carência desses profissionais no interior do país e nas periferias de grandes cidades.
Os gastos previstos para o programa são de R$ 510 milhões.
Após reação negativa de entidades do setor, o texto da medida provisória que criou o Mais Médicos foi modificado no Congresso, excluindo a expansão do curso de medicina de seis para oito anos, com dois anos de serviços prestados por estudantes no SUS.
Segundo o Ministério da Saúde, a meta do governo federal é erradicar a demanda por médicos de municípios desatendidos - 13.235 profissionais foram solicitados por prefeituras até agora.
Atualmente, 9.501 médicos do programa trabalham em 3.101 municípios e em 32 distritos indígenas - 1.231 têm diploma brasileiro, 909 são formados no exterior e 7.361 são cubanos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Trazidos ao país por meio de um acordo que envolve a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, os profissionais cubanos são um dos pontos mais polêmicos do Mais Médicos.
Em fevereiro, o DEM, partido da oposição, trouxe à tona o caso da cubana Ramona Rodriguez. Segundo a médica, os cubanos inscritos no programa receberiam US$ 400 no Brasil e outros US$ 600 em uma conta em Cuba, que só poderiam ser movimentados no retorno à ilha.
O governo cubano recebe R$ 10 mil por mês (cerca de US$ 4.290), por médico que está no Brasil trabalhando no programa, mesmo valor pago individualmente aos profissionais de outros países no Mais Médicos.
Além de Ramona, outros 28 cubanos desistiram do programa. Um deles, Ortelio Jaime Guerra, refugiou-se nos Estados Unidos
De acordo com o Ministério da Saúde, a escolha de Cuba preenche os requisitos do Mais Médicos: a ilha mantém índice de médicos por habitante bem acima da média recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 1 médico para cada 1.000 habitantes, e idioma semelhante ao português.
CRÍTICAS
Uma das principais críticas ao programa considera que a presença de médicos em ambientes sem infraestrutura não resolve o problema da saúde no Brasil.
"Não adianta jogar os médicos [num hospital] se não houver estrutura. O médico pode ser da China, da Lua. Se não tiver seringa, se não tiver raio-x, ele não vai conseguir atender ao paciente", declarou o médico da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil Filho, na época do lançamento do programa.
Outro motivo de discórdia é o pagamento da maior parte do salário de médicos cubanos inscritos no programa ao governo de Cuba - o que levou o governo brasileiro a negociar com o governo de Raúl Castro um aumento na remuneração de seus profissionais.
Atualmente, os cubanos inscritos no programa recebem US$ 1.245, ou cerca de R$ 3.000 líquidos.
Os argumentos favoráveis ao governo se baseiam na necessidade de uma medida de curto prazo para atender às regiões mais remotas do país, que sofrem com a falta de profissionais na atenção básica.
O Fórum a Saúde do Brasil faz parte da programação dos Seminários Folha. No ano passado, a série de eventos foi inaugurada com o Fórum de Mobilidade Urbana
O seminário terá cobertura on-line em tempo real.
José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde e diretor-executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, e Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP, discutirão o tema a partir das 9h30 desta quinta-feira (27) no Teatro Tucarena (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes).
Lançado em 8 de julho do ano passado, o Mais Médicos foi anunciado como um pacote de medidas que obrigava estudantes de medicina a trabalhar por dois anos no SUS (Sistema Único de Saúde), além de autorizar a contratação de médicos estrangeiros para suprir a carência desses profissionais no interior do país e nas periferias de grandes cidades.
Os gastos previstos para o programa são de R$ 510 milhões.
Após reação negativa de entidades do setor, o texto da medida provisória que criou o Mais Médicos foi modificado no Congresso, excluindo a expansão do curso de medicina de seis para oito anos, com dois anos de serviços prestados por estudantes no SUS.
Sergio Lima/Folhapress | ||
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Médicos cubanos no primeiro dia de curso para trabalharem no Brasil, onde participaram da abertura do módulo de acolhimento e avaliação dos profissionais inscritos no Mais Médicos |
Atualmente, 9.501 médicos do programa trabalham em 3.101 municípios e em 32 distritos indígenas - 1.231 têm diploma brasileiro, 909 são formados no exterior e 7.361 são cubanos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Trazidos ao país por meio de um acordo que envolve a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, os profissionais cubanos são um dos pontos mais polêmicos do Mais Médicos.
Em fevereiro, o DEM, partido da oposição, trouxe à tona o caso da cubana Ramona Rodriguez. Segundo a médica, os cubanos inscritos no programa receberiam US$ 400 no Brasil e outros US$ 600 em uma conta em Cuba, que só poderiam ser movimentados no retorno à ilha.
O governo cubano recebe R$ 10 mil por mês (cerca de US$ 4.290), por médico que está no Brasil trabalhando no programa, mesmo valor pago individualmente aos profissionais de outros países no Mais Médicos.
Além de Ramona, outros 28 cubanos desistiram do programa. Um deles, Ortelio Jaime Guerra, refugiou-se nos Estados Unidos
De acordo com o Ministério da Saúde, a escolha de Cuba preenche os requisitos do Mais Médicos: a ilha mantém índice de médicos por habitante bem acima da média recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 1 médico para cada 1.000 habitantes, e idioma semelhante ao português.
CRÍTICAS
Uma das principais críticas ao programa considera que a presença de médicos em ambientes sem infraestrutura não resolve o problema da saúde no Brasil.
"Não adianta jogar os médicos [num hospital] se não houver estrutura. O médico pode ser da China, da Lua. Se não tiver seringa, se não tiver raio-x, ele não vai conseguir atender ao paciente", declarou o médico da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil Filho, na época do lançamento do programa.
Outro motivo de discórdia é o pagamento da maior parte do salário de médicos cubanos inscritos no programa ao governo de Cuba - o que levou o governo brasileiro a negociar com o governo de Raúl Castro um aumento na remuneração de seus profissionais.
Jarbas Oliveira - 26.ago.2013/Folhapress | ||
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Médico cubano vaiado por manifestantes em Fortaleza; presidente Dilma pediu desculpas para o profissional |
Os argumentos favoráveis ao governo se baseiam na necessidade de uma medida de curto prazo para atender às regiões mais remotas do país, que sofrem com a falta de profissionais na atenção básica.
O Fórum a Saúde do Brasil faz parte da programação dos Seminários Folha. No ano passado, a série de eventos foi inaugurada com o Fórum de Mobilidade Urbana
O seminário terá cobertura on-line em tempo real.
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