O Carnaval
De longe e muito longe é hoje
o carnaval como o de antigamente, quando naquela época era o carnaval uma
manifestação popular dos populares, uma manifestação espontânea e pueril dos não populares , uma festa de responsabilidade
administrativa dos gestores e dos organizadores. O carnaval era dos amantes,
dos sonhadores, das crianças, dos velhos, dos palhaços, dos tristes, dos
alegres, dos homens, das mulheres, do sol , da lua , dos índios, dos transviados,
dos cabeludos e dos inocentes.
Hoje o carnaval é uma
vitrine para os políticos lançarem e sedimentarem os seus nomes para cargos eletivos futuros com o erário publico, é o
carnaval a maior peça publicitária para o mal, onde escancara e incentiva o
consumo do álcool em todas as idades , em todos os recantos da nação . Os mentores expõem as
suas peças publicitárias em todos os portais visíveis, das paginas dos jornais,
nas ruas e nos nichos receptores dos foliões de posses, os aeroportos e os hotéis,
numa verdadeira enxurrada de desinformação, destruindo todos os ensinamentos
postos pelos pais e pelos professores durante o ano que antecede a momesca festa, por puro interesse de poder, tanto político, econômico e de dominação de castas.
Agora o mais grave é a exposição demasiada da
mulher, a transformado numa mercadoria, as mais bem dotadas de corpos, bumbuns, coxas, cinturas e seios artificiais, as de plásticas esculturais e mulheres midiáticas , com os seus nus em eternas sessões de manutenção, para as quais existem os mantenedores, são maquiadas e transformadas em estrelas inatingíveis
com a finalidade de se replicarem em milhares de adolescentes
imaturas em todas as classes sociais, principalmente nas camadas mais baixas, utilizadas como mercadorias depois de
ensopadas de álcool etílico e das frenéticas músicas enxertadas de
coreografias obscenas.
É este carnaval onde os
homens se manifestam, se vestem de mulheres e num crescente vão caricaturando os seus desejos , suas vontades e os seus gestos, é neste carnaval
que mergulhados no som, na multidão e na liberdade os seres humanos manifestam as suas preferências sexuais, os homens e as mulheres se beijam, se entrelaçam, se expõem e se
revelam ao público como a comunicar as suas preferência sexuais embutidas até aquela
data, é no carnaval onde se descobrem as suas diretrizes que desinibidas circulam pelo mundo de cada um.
O carnaval passou a ser a
gaiola dos loucos, dos inibidos, dos enrustidos, dos políticos, dos grandes que sabem armar arapucas para aprisionarem um povo
inofensivo e inocente. O carnaval deixou
de ser a maior festa popular criada para extravasar as mágoas, a solidão, o
sofrimento e o sentimento de desigualdade social, passando a ser um poderoso
instrumento de criador de famosos, de ricos, de mandantes políticos e de musas(os)
de areia , de gelo ou de fumaça que servem de formas para o fabrico de uma
juventude frágil, superficial e mais distante da realidade do torrão em que
vive.
O carnaval precisa voltar a
ser carnaval , não precisa ser arcaico, melancólico, saudoso e nem depressivo. O carnaval precisa e deve voltar a ser apenas um carnaval. Alegria, alegria , alegria , jamais uma fabrica de loucos, um carnaval privatizado e excludente.
Iderval Reginaldo Tenório
Um comentário:
excelente matéria Prof. toda vez que eu leio uma materia sua me sinto um anão deante de um gigante de sabedoria e cultura porem se me dessem cultura eu chegaria pertinho do sr. Parabens Dr. Iderval
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