sábado, 6 de dezembro de 2025

A encruzilhada da identidade .

     Fórum. A encruzilhada da identidade

                           Semana de Gênero e Diversidade.                                                                  

                                 UFBA

               Universidade Federal da Bahia

                Curso Gênero e Diversidade  

 Professora Luana Passos 

Aluno Iderval Reginaldo Tenório 

 Encontro . A encruzilhada da identidade 

Salvador, 04 de Dezembro de 2025 

O  encontro foi um sucesso e de grande importância foi a composição da mesa sob a tutela da Adriele Barbosa. Aluna do Bacharelado Gênero e diversidade, servidora da Secretaria do Estado que cuida da humanidade e que atua no Trabalho de Produção, sem olvidar o de reprodução. Jovem oriunda de um bairro periférico,  destaque da sua escola publica até o curso médio e hoje destaque na UFBA, já é uma liderança reconhecida pelo alunado.

A outra componente foi a Rafaela Brito, jovem de 21 anos de idade, de origem quilombola caipora, líder estudantil desde os 14 anos, quando foi diretora da Associação Estudantil Municipal  do seu município, Simões Filho. É  uma ferrenha defensora do ensino publico de qualidade, uma promessa para o mundo politico do Brasil. Aluna UFBA do Curso de Bacharelado gênero e que devido a sua origem e trajetória, traz o espírito de luta e de liderança no meio acadêmico. O outro foi o jovem Manoel David, 18 anos de idade, foi vereador mirim de Salvador e deputado mirim da Bahia. Hoje cursa direito na UFBA e vai em janeiro para o terceiro semestre, é um jovem negro que   demonstra destreza na cidadania e na pauta reivindicatória pela luta antirracista. Enriquecendo a mesa veio a Débora Nepomuceno, um furacão de conhecimento para a idade e uma das maiores promessas negra da Bahia, mostrou que tem cultura, conhece bem a literatura, é poetisa e que além de dominar a escrita, domina a oralidade, muito bom ouvi-la e de uma didática impressionante.

O Debate transcorreu muito bem, mergulhou no tema Encruzilhada  da identidade geral e na  sua visão de vida de cada um  e de suas  origens. Mostraram as dificuldades dos negros, notadamente da faixa etária dos 18 aos 30 anos, as mulheres no assédio e os homens nos riscos de perder a vida, precisamente por virem dos bairros esquecidos, onde o Estado sempre abandona. Relembraram o Aquille MBembe, o Abdias do Nascimento, Simone de Beauvoir, Sueli Carneiro e a sempre presente   bell hooks. 

Deram ênfase à dificuldade de entrar no curso superior. Todos frisaram que são os primeiros da família a ingressar numa Universidade, notadamente Pública, o sonho de todos os brasileiros. 

Mostraram detalhadamente o abandono da UFBA  nos cursos noturnos, da  falta de papel higiênico,   segurança no campus, deficiência na alimentação e na locomoção de casa para a Universidade. Foram claras no poder aquisitivo de cada aluno e que o sistema de cotas, bolsas e estágios remunerados têm salvado muitos alunos, porém o abandono do curso é muito grande.

Como plateia tive algumas incursões, explanei  as dificuldades do alunado pobre, do muros erguidos pelas autoridades que trabalham para as classes média e alta; e acham que colocar o jovem periférico, negro, de diversos gêneros é um favor e já seria o suficiente para agradecerem. Lembro que só  contemplará estes heróis estudantes da UFBA e de grande. Afirmo que os estudantes com este    quilate não  deveriam aceitar estas premissas como benefícios e favores, isto não mais é do que a obrigação de um Brasil democrático e de todos.

Lembrei aos presentes que os grandes homens brasileiros, notadamente os negros e a mulheres que  vieram das classe mais baixas; e hoje se destacam no mundo pela força e por encararem a academia predestinadamente  como uma das ferramentas  para sair do fosso social que nasceram. 

Fiz uma alusão na minha entrada no curso de medicina, usei palavras informando que os jovens que lutavam nos diretórios e que eram desacreditados pelos alunos das classes mais altas, muitos detestados pelos professores e os gestores da UFBA, hoje são os verdadeiros líderes e comandam parte do país nos quatro poderes- no 2º o executivo, no 3º o legislativo, no 4º o judiciário e no 1º  o VOTO( Este poder esquecido e que numa democracia deveria ser ouvido). Na minha opinião o primeiro poder é o povo, o dono do VOTO.

Citei Abdias do Nascimento, Bendita da Silva, Lélia Gonzales, Carolina de Jesus, Sueli Carneiro, Luiza Helena de Bairros, Carla Akotirene Santos e outras de igual importância.

Encerrei as minhas palavras falando  de uma guerreira brasileira Dona Raimunda quebradeira de coco.  Nascida no Tocantins e que contribuiu  muito para a mulher oprimida  do país, como também do Mestre Patativa do Assaré.

No fim do debate, foi mostrado uma peça teatral  pelos alunos  da Escola de Teatro, mostrando da invasão da África, o aprisionamento dos seus filhos, as travessias dos oceanos em navios negreiros sob a chibata, quantos chegavam vivos de corpo e quantos chegavam vilipendiados pela consciência quase mortos, sem língua, pátria, cidadania e liberdade.

A vacância deste encontro  foi  a ausência  dos grandes professores que poderiam contribuir para o brilho do debate, a professora Maira fez um pronunciamento enriquecedor dando fechamento com chave de ouro ao tão esperado debate..

Viva a UFBA, viva  esta  juventude guerreira  e viva estes nobres abnegados, heroínas e  heróis professores.

Anderson Fontes Passos Guimarães, Sílvia Lúcia Ferreira  Caroline Barreto de Lima, Clarice Costa Pinheiro, Darlane Silva, Viera Andrade, Iole Macedo Vanin , Luana Passos,  Maíra Kubik Taveira Mano, Maíse Caroline Zucco, Márcia dos Santos Macêdo, Marina Guimarães Vieira, Rosângela Janja  Costa Araújo, Walkyria Chagas da Silva Santos Guimarães, Amanda Alves, Amanda Medeiros, Ana Paula Boscatt, Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti

 e outros não citados .

Salvador, 06 de Dezembro de 2025

Iderval Reginaldo Tenório

Aluno  na segunda graduação UFBA.


ASSISTAM, SABOREIEM E VIVAM EST5E BELA PALE3STRA DA 

Mestra  Carla Akotirene Santos

Boa palestra.

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