Fórum. A encruzilhada da identidade
Semana de Gênero e Diversidade.
UFBA
Universidade Federal da Bahia
Curso Gênero e Diversidade
Professora Luana Passos
Aluno Iderval Reginaldo Tenório
Encontro . A encruzilhada da identidade
Salvador, 04 de Dezembro de 2025
O encontro foi um sucesso e de grande importância foi a composição da mesa sob a tutela da Adriele Barbosa. Aluna do Bacharelado Gênero e diversidade, servidora da Secretaria do Estado que cuida da humanidade e que atua no Trabalho de Produção, sem olvidar o de reprodução. Jovem oriunda de um bairro periférico, destaque da sua escola publica até o curso médio e hoje destaque na UFBA, já é uma liderança reconhecida pelo alunado.
A outra componente foi a Rafaela Brito, jovem de 21 anos de idade, de origem quilombola caipora, líder estudantil desde os 14 anos, quando foi diretora da Associação Estudantil Municipal do seu município, Simões Filho. É uma ferrenha defensora do ensino publico de qualidade, uma promessa para o mundo politico do Brasil. Aluna UFBA do Curso de Bacharelado gênero e que devido a sua origem e trajetória, traz o espírito de luta e de liderança no meio acadêmico. O outro foi o jovem Manoel David, 18 anos de idade, foi vereador mirim de Salvador e deputado mirim da Bahia. Hoje cursa direito na UFBA e vai em janeiro para o terceiro semestre, é um jovem negro que demonstra destreza na cidadania e na pauta reivindicatória pela luta antirracista. Enriquecendo a mesa veio a Débora Nepomuceno, um furacão de conhecimento para a idade e uma das maiores promessas negra da Bahia, mostrou que tem cultura, conhece bem a literatura, é poetisa e que além de dominar a escrita, domina a oralidade, muito bom ouvi-la e de uma didática impressionante.
O Debate transcorreu muito bem, mergulhou no tema Encruzilhada da identidade geral e na sua visão de vida de cada um e de suas origens. Mostraram as dificuldades dos negros, notadamente da faixa etária dos 18 aos 30 anos, as mulheres no assédio e os homens nos riscos de perder a vida, precisamente por virem dos bairros esquecidos, onde o Estado sempre abandona. Relembraram o Aquille MBembe, o Abdias do Nascimento, Simone de Beauvoir, Sueli Carneiro e a sempre presente bell hooks.
Deram ênfase à dificuldade de entrar no curso superior. Todos frisaram que são os primeiros da família a ingressar numa Universidade, notadamente Pública, o sonho de todos os brasileiros.
Mostraram detalhadamente o abandono da UFBA nos cursos noturnos, da falta de papel higiênico, segurança no campus, deficiência na alimentação e na locomoção de casa para a Universidade. Foram claras no poder aquisitivo de cada aluno e que o sistema de cotas, bolsas e estágios remunerados têm salvado muitos alunos, porém o abandono do curso é muito grande.
Como plateia tive algumas incursões, explanei as dificuldades do alunado pobre, do muros erguidos pelas autoridades que trabalham para as classes média e alta; e acham que colocar o jovem periférico, negro, de diversos gêneros é um favor e já seria o suficiente para agradecerem. Lembro que só contemplará estes heróis estudantes da UFBA e de grande. Afirmo que os estudantes com este quilate não deveriam aceitar estas premissas como benefícios e favores, isto não mais é do que a obrigação de um Brasil democrático e de todos.
Lembrei aos presentes que os grandes homens brasileiros, notadamente os negros e a mulheres que vieram das classe mais baixas; e hoje se destacam no mundo pela força e por encararem a academia predestinadamente como uma das ferramentas para sair do fosso social que nasceram.
Fiz uma alusão na minha entrada no curso de medicina, usei palavras informando que os jovens que lutavam nos diretórios e que eram desacreditados pelos alunos das classes mais altas, muitos detestados pelos professores e os gestores da UFBA, hoje são os verdadeiros líderes e comandam parte do país nos quatro poderes- no 2º o executivo, no 3º o legislativo, no 4º o judiciário e no 1º o VOTO( Este poder esquecido e que numa democracia deveria ser ouvido). Na minha opinião o primeiro poder é o povo, o dono do VOTO.
Citei Abdias do Nascimento, Bendita da Silva, Lélia Gonzales, Carolina de Jesus, Sueli Carneiro, Luiza Helena de Bairros, Carla Akotirene Santos e outras de igual importância.
Encerrei as minhas palavras falando de uma guerreira brasileira Dona Raimunda quebradeira de coco. Nascida no Tocantins e que contribuiu muito para a mulher oprimida do país, como também do Mestre Patativa do Assaré.
No fim do debate, foi mostrado uma peça teatral pelos alunos da Escola de Teatro, mostrando da invasão da África, o aprisionamento dos seus filhos, as travessias dos oceanos em navios negreiros sob a chibata, quantos chegavam vivos de corpo e quantos chegavam vilipendiados pela consciência quase mortos, sem língua, pátria, cidadania e liberdade.
A vacância deste encontro foi a ausência dos grandes professores que poderiam contribuir para o brilho do debate, a professora Maira fez um pronunciamento enriquecedor dando fechamento com chave de ouro ao tão esperado debate..
Viva a UFBA, viva esta juventude guerreira e viva estes nobres abnegados, heroínas e heróis professores.
Anderson Fontes Passos Guimarães, Sílvia Lúcia Ferreira Caroline Barreto de Lima, Clarice Costa Pinheiro, Darlane Silva, Viera Andrade, Iole Macedo Vanin , Luana Passos, Maíra Kubik Taveira Mano, Maíse Caroline Zucco, Márcia dos Santos Macêdo, Marina Guimarães Vieira, Rosângela Janja Costa Araújo, Walkyria Chagas da Silva Santos Guimarães, Amanda Alves, Amanda Medeiros, Ana Paula Boscatt, Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti
e outros não citados .
Salvador, 06 de Dezembro de 2025
Iderval Reginaldo Tenório
Aluno na segunda graduação UFBA.
ASSISTAM, SABOREIEM E VIVAM EST5E BELA PALE3STRA DA
Mestra Carla Akotirene Santos
Boa palestra.
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