sexta-feira, 15 de julho de 2016

ÁGUA PARA O MEU CEARÁ- ÁGUA A MAIOR DÁDIVA DE DEUS- A ÁGUA E A INTELIGENCIA DO HOMEM- VIVA A ENGENHARIA

Cinturão pode ser usado para acelerar chegada de água ao Castanhão

Em meio às incertezas pela saída da empreiteira Mendes Júnior da obra, o Ceará busca alternativas para fazer fluir com rapidez o percurso das águas da transposição do rio São Francisco
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Thaís Brito cotidiano@opovo.com.br
FABIO LIMA
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A empreiteira Mendes Júnior era responsável por trecho entre Cabrobó (PE), e Jati (foto), no Ceará
 
Uma vez que as águas da transposição do rio São Francisco cheguem ao Ceará pelo reservatório Jati, no Cariri, a estimativa oficial é de que elas tragam aporte ao Castanhão dois ou três meses depois. Apesar das incertezas quanto à entrega da obra, a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) estuda diminuir este tempo em cerca de um mês. A ideia é viabilizar mais 20 quilômetros no primeiro trecho do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que precisariam estar prontos até dezembro deste ano ou janeiro de 2017. A espera acontece ainda no cenário de indefinição sobre o início de racionamento em Fortaleza.


 O desvio das águas pelo CAC encurta o percurso, explica o titular da SRH, Francisco Teixeira. Isto porque o caminho planejado na transposição é encher os reservatórios Jati, Atalho e Porcos. A partir desta última barragem, a água é liberada para o Riacho dos Porcos, fluindo para o rio Salgado, desaguando no rio Jaguaribe e chegando ao Castanhão. Com a estrutura do CAC, a água pode ser levada diretamente do Jati ao rio Salgado, sem necessidade de esperar encher as outras duas barragens.

Ainda segundo o secretário, equipes da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) fazem estudos de viabilidade para esta operação na região do Cariri.

Outra alternativa está mais longe de acontecer, sendo obra acessória à transposição e ainda sem licitação. O projeto é de um canal de 35 quilômetros retirando água do rio Piranhas, na Paraíba. O equipamento ligaria o município de São José de Piranhas ao rio Salgado. “É importante que os deputados que apoiam o governo interino ajudem a pressionar”, sugere Teixeira.

Transposição
Anunciada na última semana, a saída da empreiteira Mendes Júnior das obras de transposição deixa insegurança quanto à entrega da transposição, estimada para dezembro. “A preocupação é grande porque, se não houver solução rápida, haverá atraso substancial na entrada de água no Ceará”, comenta o secretário. A Mendes Júnior foi contratada para fazer intervenções em um dos trechos do Eixo Norte, entre Cabrobó (Pernambuco) e Jati (Ceará). O trecho tem duas estações de bombeamento a concluir, além de canais e túneis.
A emergência do abastecimento de água para o Estado e para Fortaleza foi apresentada pelo governador Camilo Santana (PT) no último dia 4 em três reuniões em Brasília: com o presidente interino Michel Temer (PMDB), o Ministério da Integração e o Tribunal de Contas da União, que busca conduzir a transição das empreiteiras para continuação das obras. Segundo Teixeira, a postura é de acompanhar as ações do Governo Federal e sensibilizar para a resolução do problema.

Saiba mais

Também à espera da transposição, o Cinturão das Águas foi pensado para distribuir a água do São Francisco pelo oeste do Ceará. O primeiro trecho liga Jati a Cariús. Se concluído, permite liberação de água do rio Cariús ao açude Orós.
 O Castanhão é estratégico para abastecer a RMF. Está com 8,2% do volume. Na próxima quarta, 20, haverá votação entre comitês de bacias para definir o uso do Orós como alternativa.
 Envolvida na Lava Jato, a Mendes Júnior foi declarada inidônea pela Controladoria Geral da União, o que a impede de firmar novos contratos com a administração pública.

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