Dando continuidade ao Projeto Escritor Mirim aqui vai mais um belo texto do meu querido amigo Marcus Vinicius, 17 anos de idade e um século de sabedoria, jovem o Brasil se orgulha de você, nós somos os seus fãs.
Acorda Brasil , não perca este cérebro, ele é pensante.
Iderval ReginaldoTenório.
“O LADRÃO DE FESTA”
O
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Ladrão de festa...ah, esse roubou, e muito bem
uma festa. Mas antes de julgarem o tal, não o interpretem mal, pois ele roubou
a festa, não roubou durante o seu desenrolar.
Afinal, ele que não é besta nem nada, não queria ser dado como um fora
da lei...ele não era dessas coisas, pois era direito, educado e chegara a ser
um pouco solitário, talvez porque gostasse ou porque se sentisse melhor assim.
É fato
que todos gostam de se divertir, até aqueles mais ranzinzas têm sua forma
preferida de sair da rotina. Porém o Ladrão de festa era tímido, um pouco
solitário, às vezes fechado no seu mundo – o que não tem nada a ver com as
características de um ladrão no sentido literal – porém era aberto à quem
lhe permitisse confissões, segredos,
novidades e preferência como humano, pessoa, de fato, que ele era. E assim é o
Ladrão de festa.
Sabe-se
que para ganhar pessoas, fazer amigos, manter uma boa comunicação com vizinhos
é tarefa pra corajosos na sociedade contemporânea em que se vive, onde todos
estão com muita pressa, sem muito tempo pra conversar, sem tempo pra
socializar, pois estão cada vez mais fechados no seu próprio mundo...é só uma
chusma de gente andando pra lá e pra cá durante todo o dia. Não sabe como não
se batem de frente uns com os outros, nem mesmo olham-se nos rostos. Visando
somente o “eu” lá se vão.
Foi-se o
tempo das prosas entre vizinhos na porta de casa durante a hora do dia que lhes
conviessem, geralmente à noite. Foi-se o tempo das confraternizações familiares
sinceras, que cá entre nós, hoje são minoria. É só chegar, comer, beber e
tchau! E foi numa dessas confraternizações que o Ladrão não recebeu o seu
convite. Bem, ele nada pôde fazer, afinal foi sempre calado e muito tímido,
porém sutil, sem muita intimidade com outros. E foi aí que se deu o grande
roubo, que é mais simples e divertido do que parece.
Era
noite. Na residência vizinha transcorria uma enorme festa, dessas com Dj e tudo...como
uma boate ao fim de semana. O som da batida ecoava ao longo da rua, que a essa
hora já não havia transeuntes. Jogos de luzes, Dj “arrebentando” nas mixagens,
estilos variados das inúmeras vertentes musicais e pessoas se divertindo.
Percebia-se pelos gritos de “Bis!”, “Uhull!”, “Vamos lá!”. Mas havia uma pessoa
fora deste grande evento, o Ladrão de festa. E foi nesse momento que ele que já
estava no sofá, à frente da televisão, sem sono e comendo que ele decidiu
roubá-la, ou pelo menos uma partezinha dela.
Aos
poucos foi se mexendo, sacudindo o esqueleto...curtindo o som alheio que ele
decidiu que entraria na dança, mesmo sem ser chamado. De modo sutil e
despercebido ele o fez. Decidiu que ia dormir. Desligou a Tv e...dormir? Não,
de formal alguma! Longe da vista daqueles que há muito já tinham ido dormir,
sem fazer barulho pôs-se a dançar. Dançar muito, pois o ritmo era contagiante e
ele não podia se segurar, pois ele estava na festa, mas não estava. Sua festa
era particular, só ele e ele mesmo apesar do espaço pequeno em que se
encontrava. Sozinho divertiu-se muito, talvez mais até do que alguns que
estavam, de fato, presentes naquele meio.
Ele
estava feliz, por fazer parte da grande celebração que, por sinal, foi digna de
comentários, e dos bons. Nesse momento ele percebeu que um convite era só mais
um pedaço de papel perguntando implicitamente se você deseja ir ou não a um
determinado evento, que se for de médio ou grande porte, nem darão por sua
falta, a não ser que seja de bons amigos próximos e sinceros. Ele percebeu,
também, que não é preciso muito para se fazer feliz e que tudo só depende da própria pessoa.
Sem
saber, nesse momento ele discordou, nesse sentido, de um dos maiores ícones da
MPB, o grande Tom Jobim(1927-1994) que já dizia, num de seus maiores, ou talvez
maior sucesso, a canção Wave, cuja ele finaliza as duas estrofes iniciais
dizendo que “é impossível ser feliz sozinho”. E o querido Ladrão tornou isso
possível, divertindo-se, talvez, até mais do que quem estava lá.
Esse foi,
e é...ou talvez ainda seja e não sabe-se se continuará sendo o Ladrão de Festa.
Marcus
Vinícius, 02 de Maio de 2015.
Dona Ivone Lara - Sorriso Negro - YouTube
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6 de jan de 2011 - Vídeo enviado por BrazilGoodMuzik
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