domingo, 25 de janeiro de 2015

O AMIGO PANTUFO- CAPITULO II



O AMIGO PANTUFO

CAPÍTULO II


Pantufo descia do fino colchão ás cinco horas da manhã, ia direto para o canto do quarto e numa pequena caixa triangular fazia as suas necessidades fisiológicas, aprendera desde o nascimento, pulava a pequena tábua de 20cms e  subia a escada de madeira, com um único e fino latido acordava o Dudu, este ainda dormindo abria a porta , era empurrado alegremente pelo carinhoso animal aos braços de Morfeu, voltavam a  dormir  até as seis , era um ritual.
Dudu tomava banho, o Pantufo na porta, trocava de roupa, Pantufo no pé, descia para o café, lá estava o Pantufo a lhe olhar, a lhe cheirar, pegava a sua mochila e  os livros, o Pantufo no seu encalço, para o PANTUFO só existia  o Dudu.
Dudu brincava um pouco com o seu amigo, com a mochila nas costas ia até o portão, pegava o caminho da rua e o Pantufo a lhe acompanhar pelas gretas existentes entre os tubos de ferro do grande portão, não entendia aquele momento de separação e de tristeza, quando o Dudu sumia no primeiro beco, Pantufo voltava e esperava o despertar dos demais componentes da família, tomava o seu desjejum, corria e bailava  com as borboletas nos jardins da casa, de quando em vez parava, escutava os bólidos dos automóveis e se enchia de alegria no inicio da tarde, era a chegada do Dudu. 
O carro entrava na rua principal, o Pantufo levantava o focinho  atinava os ouvidos, sentia o seu cheiro e conhecia o roncar do motor que conduzia o seu companheiro, corria desesperadamente até o portão , entre um latido e um pulo, entre um pulo e o balançar incessante da calda gania ao sentir o  cheiro do amigo, Dudu chegava exausto da escola, abria o portão, logo era recepcionado pelo atencioso e irrestrito amigo,  para o Pantufo era o recomeço da vida, o recomeço do dia, era mais uma vitória, era o retorno do seu maior e único amigo.
O Dudu era para o Pantufo uma dádiva, uma recompensa, a razão de sua vida, aquele momento era o retorno de toda a sua família, Dudu para o Pantufo era Vida.

Iderval Reginaldo Tenório



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