A jurista e a médica, orgulhos do Brasil. Guanambi em foco.
"Lembro
de minha mãe chegando dos plantões, vestida de branco. Calça, blusa,
sapato e jaleco. Linda e forte, embora frágil pelo cansaço. Esse era o
meu olhar. Neste momento de chegada, ela era intocável. Havia atendido
muitos pacientes doentes, e, por cuidado, não queria que tocássemos suas
roupas. Logo uma bacia era colocada à beira do banheiro, para que as
suas roupas pudessem ser postas, e, após lavar o seu corpo de mulher
médica, surgia o corpo de mulher mãe, que nos abraçava com amor. É
possível que, dali, tenha surgido o meu amor pela medicina: era
intocável e, depois, ternura. Olhar romântico de uma menina que via, nas
roupas e nos livros, o que admirava tanto."
Este trecho faz
parte de um comentário que publiquei em fevereiro de 2021, e que, por
sua vez, relembrava momentos de... não me lembro quando. Talvez 1989 ou
1990. Eu era pequena, uma menina. Admirava, desde sempre, a minha mãe,
tal como agora, grande.
Hoje é seu aniversário de 70 anos. Tenho
muito a parabenizar e muito a agradecer. Continuo buscando a sua força
em dizer, ao microfone, o necessário. E em observar, em silêncio, todo o
possível.
Ela é arte, sensibilidade, força e sutileza. Admiro.
E, como "ad-mirar" é olhar para, e mirar em... Miro, olho e quem sabe
alcanço.
Camila Vasconcelos de Oliveira
Advogada em Direito Médico e Bioética,
com atuações perante o Poder Judiciário, Administração Pública e Conselhos Profissionais
Advogada em Direito Médico e Bioética, com atuações perante o Poder Judiciário, Administração Pública e Conselhos Profissionais
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