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Ultimamente vivencia-se imagens na internet com maus-tratos a crianças de todas as idades, cabe a todos proteger os mais novos, principalmente crianças e recém nascidos, o mesmo modo deve ser dedicado aos idosos. Circula na internet diversos vídeos com estes conteúdos.
O abuso
das crianças, ou seja, a violência sob todas as formas, pode causar graves
prejuízos em seu desenvolvimento, com repercussões de longo prazo.
É essencial
entender não só como pais, mas como sociedade para
preveni-lo, detectá-lo e em última análise, eliminá-lo em todas suas formas.
Maus-tratos na infância são um problema importante de saúde pública, que afeta as crianças e a sociedade como um todo.
Para muitas pessoas, maus-tratos são
sinônimos de abuso físico ou sexual, mas estes representam apenas 24% e 3% dos
casos, respectivamente.
As formas mais comuns de maus-tratos são a negligência
(30% dos incidentes), a exposição à violência doméstica (28%) e o abuso
emocional (15%).
Estudos realizados entre 1998 e 2003 mostram que a incidência de
maus-tratos na infância aumentou em 125% , de 9,64 para 21,71 casos
documentados para cada mil crianças. Esse aumento pode ser atribuído
à melhoria dos procedimentos de registro e investigação.
Ocorreram mudanças na
forma pela qual os casos são documentados, irmãos vitimizados agora podem ser
identificados mais facilmente; e há maior consciência sobre o abuso emocional e
a exposição à violência doméstica.
De modo geral, os maus-tratos na infância podem ser agrupados em quatro categorias principais: abuso físico, abuso sexual, abuso emocional (incluindo a exposição à violência doméstica) e negligência.
Em alguns casos, os efeitos dos maus-tratos são observados de imediato.
Entre os bebês,
vitimados pela Síndrome do Bebê Sacudido (SBS), registram-se entre 7% e 30% de
casos de morte, 30% a 50% deficits cognitivos ou neurológicos
graves, tais como distúrbios de comportamento, atraso de desenvolvimento, deficits visuais e motores.
No entanto, o impacto dos maus-tratos nem sempre é tão evidente. Transtornos ou traumas no início da vida podem resultar em uma variedade de problemas no futuro: depressão, agressividade, abuso de drogas, problemas de saúde e infelicidade, mesmo estagnados os maus-tratos.
Quando adultos, as
vítimas de maus-tratos têm altas taxas de ansiedade e de transtornos de
estresse pós-traumático, e são mais propensas a se envolverem em comportamentos
criminosos.
Maus-tratos na infância podem resultar em apegos
inseguros com os
cuidadores, que são transferidos para relações futuras.
Crianças que presenciam violência doméstica correm risco de problemas psicológicos, emocionais, comportamentais, sociais e acadêmicos. Apresentam problemas semelhantes aos de crianças que são vítimas de abuso físico. Filhos de famílias que praticam abusos estão expostos a formas desajustadas de comunicação e de comportamento emocional, e recebem modelos deficientes de autorregulação adaptativa.
Os mecanismos precisos que associam a experiência de maus-tratos ao desenvolvimento desses problemas são, em sua maior parte, desconhecidos. É possível que as crianças sejam mais sensíveis a certas emoções – por exemplo, raiva – em comparação com outras emoções importantes para seu comportamento social; ou é possível que o estresse elevado afete o processo pelo qual aprendem a regular suas emoções.
A pesquisa sobre os efeitos de maus-tratos enfrenta diversos desafios. Não há consenso entre os pesquisadores sobre a melhor forma de definir e medir maus-tratos. Também é difícil fazer distinção entre os efeitos de diferentes formas de maus-tratos, que muitas vezes vitima uma mesma criança; e entre os efeitos de maus-tratos e os efeitos associados à pobreza ou a outros fatores relacionados ao ambiente e a eventos da vida. Predisposições genéticas podem ajudar a explicar por que algumas crianças são mais resilientes do que outras a maus-tratos na infância.
A
intervenção tem o potencial de ajudar crianças e pais. A identificação
precoce de
crianças em risco de Síndrome do Bebê Sacudido pode reduzir os custos
individuais, médicos e sociais associados a essa forma de abuso. Os
profissionais da área da saúde podem desempenhar um papel-chave na avaliação
das condições domésticas e para ajudar os pais a identificarem situações de
risco, como o choro excessivo. Intervenções para crianças expostas à violência
doméstica visam a ajudá-las a lidar com os estressores associados e a reduzir
problemas nos cuidados parentais.
Embora tenham sido observados impactos positivos, é preciso notar que não podemos extrapolar esses resultados para todas as situações. Urge cuidado, vigilância, educação e a presença do Esatdo erm todas as demandas de maus-tratos.
Iderval Reginaldo Tenório
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