IDERVAL TENÓRIO: LUIZ GONZAGA- ZÉ DANTAS -HUMBERTO TEIXEIRA E JOÃO SILVA

sexta-feira, 16 de março de 2018

LUIZ GONZAGA- ZÉ DANTAS -HUMBERTO TEIXEIRA E JOÃO SILVA

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O CICLO DA ASA BRANCA NA VIDA DO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA-
.O VELHO LUA.

HUMBERTO TEIXEIRA, ZÉ DANTAS E JOÃO SILVA

PRIMEIRA PARTE
HUMBERTO TEIXEIRA E LUIZ GONZAGA
ASA BRANCA

No dia 03 de março de 1947, o pernambucano do Exu, Luiz Gonzga, considerado depois o Rei do Baião e o Humberto Teixeira, advogado cearense de Iguatu, eleito Deputado Federal pelo Ceará em 1954, compuseram o hino do Nordeste, ASA BRANCA.

Os dois discuntido sobre as secas do Ceará dos anos 15, documentado pela mestra cearense Raquel de Queiroz na sua obra prima O QUINZE, ambos LAMENTANDO a seca de 1932 na qual foram criados os primeiros campos de concentração, nos quais eram amontoados os cearenses famintos, doentes e desgraçados que fugiam da fome , repetidos em 1942/43 noutra grande seca onde viram nos mesmos moldes os sujos campos constituidos de tuberculosos, desnutridos, flagelados e pedintes em busca do pão.

A dupla de sertanejos presenciando e vivendo os vôos das grandes Asas Brancas , de imediato fizeram uma comparação com os vôos dos conterrâneos fungindo da seca , colocaram letra e melhoraram a melodia de uma música folclórica de domínio popular de mais de duzentos anos, chamada de Asa Branca, que relatava o vôo do desespero e o vôo do socorro , quando estes pássaros tipicos do Nordeste voavam e voam em busca do DICOMÊ noutras plagas .

Os dois , o Luiz com 35 e o Humberto com 32 anos , batizados como os pais do Baião e da mais importante musica do Luiz Gonzaga relataram as secas, a fome, o sol esturricante e o sofrimento do homem do campo tal qual as Asas Brancas, que fogem em busca do DICOMÊ , nela os gênios retrataram o exodo rural, a fugida do homem do norte para o sul para não morrer de fome, isto no último lamapejo do primeiro período de 15 anos da ditadura do Getúlio Vargas , governo que havia acabado com muito sangue o ciclo do cangaço, matando o alagonao de Água Branca , o CORISCO, em 1940 com 32 anos de idade, sepultado na Cidade de Miguel Calmon-Bahia e o REI DO CANGAÇO com 40 anos de idade , nascido em Serra Talhda Pe , o FAMIGERADO LAMPIÃO em 1938 na gruta de Angico, nos setões de Segipe pela volante dos alagoanos Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva . Com a morte do Corisco, o Ditador Getúlio Vargas baixou uma lei em 1940 anistiando os cangaceiros que se rendessem, foi o fim do CANGAÇO e das carnificinas dos bandos e das volantes.

Em 1950 veio as chuvas e a volta das Asas Brancas, com elas voltaram muitos nordestinos que haviam migradro para São Paulo em busca do enche bucho, neste ano ,1950 , na penumbra do pífio governo do Eurico Gaspar Dutra´o Brasil vivia em efervecência , ano da copa do mundo, da inauguração do maior estádio de futebol do mundo, o Maracanã, ano em que o Ghiggia , aos 34 minutos do segundo tempo, marcou o segundo gol do Uruguai sobre o Brasil humilhando o nosso grande gloleiro BARBOSA , que não teve culpa do acontecido, porém morreu como culpado , perdia ali o Brasil a copa do mundo que desputava por um empate , foi também o ano 1950 que se preparava para voltar ao governo o ditador Getúlio Dornelles Vargas que governou até a sua morte , por intermédio de um fatídico, nefasto e suspeito suicídio no dia 24 de agosto de 1954.

Foi em 1950 que o Luiz Gonzaga junto ao médico pernambucano , o ginecologista Zé Dantas, compuseram A VOLTA DA ASA BRANCA , chuva, fartura, casamento e alegria , neste ano o nordestino ria à toa, é por isso que sempre afirmo que, tem A VOLTA DA ASA BRANCA o mesmo peso do hino ASA BRANCA . Depois veio os anos de 1978 a 1982 , Governo de Marcos Maciel ( Governador de Pernambuco), o João Silva , o maior parceiro do Luiz Gonzaga, compôs a música RODOVIA ASA BRANCA , estrada que liga o Exu ao Cariri cearense, EXU-CRATO , estrada que por ela muito viajei do Juazeiro do |Norte para a minha querida Serra do Araripe.

Composições do João Silva apenas para apresentar este gênio .

Luiz, Humberto, Zé Dantas, João Silva , as Asas Brancas, o Povo do Nordeste, as Secas e este mortal juntos por um Brasil melhor.

Iderval Reginaldo Tenório

Conheçam os quatro gênio da música e escutem no fim da matéria as três obras na voz do Luiz Gonzaga.

PÉROLAS DO GRANDE JOÃO SILVA , O HOMEM QUE RESSUSCITOU O REI DO BAIÃO

PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA

DANADO DE BOM, UMA PRA MIM E OUTRA PRA TU, NEM SE DESPEDIU DE MIM , PAGODE RUSSO, MEU ARARIPE, CHILILIQUE, VIVA MEU ADIM, DI FIÁ PAVI E OUTRA CENTENA DE SUCESSOS
Idervak Reginaldo Tenório

LUIZ GONZAGA- HUMBERTO TEIXEIRA- ZÉ DANTAS E JOÃO SILVA

Asa Branca
Luiz Gonzaga

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Depois eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Depois eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
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Composição: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga ·

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A Volta da Asa Branca

ZÉ DANTAS

C ANTA

Luiz Gonzaga

Já faz três noites

Que pro norte relampeia

A asa branca

Ouvindo o ronco do trovão

Já bateu asas

E voltou pro meu sertão

Ai, ai eu vou me embora

Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra

Mas felizmente Deus agora se alembrou

De mandar chuva

Pr'esse sertão sofredor

Sertão das muié séria

Dos homes trabaiador

Rios correndo

As cachoeira tão zoando

Terra moiada

Mato verde, que riqueza

E a asa branca

Tarde canta, que beleza

Ai, ai, o povo alegre

Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva

Eu me arrescordo de Rosinha

A linda flor

Do meu sertão pernambucano

E se a safra

Não atrapaiá meus pranos

Que que há, o seu vigário

Vou casar no fim do ano

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Rodovia Asa Branca

DE JOÃO SILVA

CANTA
Luiz Gonzaga

Eu vi um dia
Dois homens fazer um trato
De ligar Exu ao Crato
Pernambuco ao Ceará
O homem de cá
Trabalhou chegou primeiro
E o de lá também ligeiro
Num dançou eu chego lá

Olha o homem aí
É gente da gente
Olha o homem aí
Alegre e contente

Olha os homen aí
É o povo que diz
Olha os homen aí
Juntos com Luiz

Roda, rodada
Rodando, roda rodeia
Rodovia, Asa Branca
Tá todinha prá você

Olha o homem aí....

Ei, êi...

É Asa Branca voltando
É carreta rodando
É o povo cantando
Junto com Luiz

Olha os homen aí...

Roda, rodada...

Ê,ê
Vocês precisavam também ver
Os dois homem de manga de camisa
Abraçados em cima da divisa
Pernambuco e Ceará
Naquela data tão festiva
Pareciam imitar o Patativa
Você canta lá
Que eu canto cá
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Composição: Joao Silva / Luiz Gonzaga · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada por Nelson