sábado, 5 de setembro de 2015

EDITORIAL DO DOMINGO A Clínica é Soberana

 
EDITORIAL DO DOMINGO

A Clínica é Soberana

 

A  Clínica bem feita e bem elaborada continua sendo nos dias de hoje soberana no exercício da boa Medicina .
A identificação, o nome, o sobrenome, a naturalidade, a nacionalidade, o curso da gestação, o tipo de parto, os pais, o tipo de vida, a condição social, os costumes, a alimentação e os antecedentes de saúde dos genitores e da infância são fatores importantes para se iniciar um atendimento médico, por último uma avaliação sucinta  da queixa principal e atual com um  exame físico detalhado complementa este momento, isto é a miss, a princesa, a rainha, a deusa Clínica em ação, esta senhora  insubstituível que praticamente não falha.
Os exames complementares são importantes e necessários e na sua grande maioria apenas confirmam a soberana , milenar e anciã senhora . O segredo da Clínica está em utilizar os doze sentidos ajudados pelo misterioso e providencial sexto sentido.
O Examinado ao adentrar na sala, o medico frente a frente inicialmente utiliza os olhos e o nariz para examiná-lo, os olhos enxergam a macha, a anatomia, a aparência, a cor e o estado da derme, a estatura e os gestos, ao mesmo tempo o nariz cheira o visitante à distancia  e ao se aproximar, de preferência com um abraço, sente todos os seus odores, neste momento o sexto sentido entra em ação e não mais abandona o ambiente, durante a identificação e já iniciado a confecção do laço médico-paciente, o médico vai olhando, ouvindo, cheirando e  complementa com a palpação, nesta fase vai em busca da localização, consistência, forma, tamanho e sensibilidade de cada órgão, neste instante e momento todos os sentidos como uma orquestra entram em ação, os olhos olham com o olhar clínico, os ouvidos atentos escutam e captam tudo, o nariz recolhe os odores e em parceria com as glândulas salivares e gustativas sente até o possível gosto da doença ou do estado de normalidade, com esta associação se amplia o leque de conhecimento a respeito do quadro geral, por derradeiro as providenciais mãos ao correr todo o corpo do possível enfermo fecham a impressão diagnóstica. Toda esta orquestra vem sob a batuta do maestro sexto sentido,  que envia as informações para o atento cérebro onde se encontram todo um arsenal científico e humano armazenado na cabeça do médico desde o seu nascimento, uma vez que , é o somatório de tudo que se vive  que se forma um grande esculápio.
É com este modus operandi que se lapida mais um ciclo de amizade, de confiança , de respeitabilidade entre dois seres humanos e uma família em busca da saúde e da recuperação da auto-estima. Estão aí as propriedades utilizadas para que surja o mais importante elo entre o médico e o paciente, um plácido relacionamento  de ajuda mútua , porque não dizer uma forma de amor entre seres humanos. Por isso e outros detalhes afirmo e confirmo que, apesar de toda a tecnologia, de toda a parafernália internética e o sucesso da física quântica,   a Clínica  foi, é e será soberana.
A Medicina é a mãe de toda a natureza e de todos os pensamentos humanos, ser médico é conhecer todas as entranhas humanas, todas as problemáticas e as suas evoluções.
O Médico é apenas um médico, apenas um ser humano, apenas.
Iderval Reginaldo Tenório

 

 

OS DOZE SENTIDOS

ANEXO

Os Sentidos Básicos (internos) – Volitivos

O Sentido do Tato – o sentido do tato dá-nos a noção de nós próprios, contrariamente ao que possamos pensar o tato não nos informa sobre o mundo mas apenas sobre os nossos limites até onde sou EU.  Segundo R.Steiner o sentido do TATO permite-nos a sensação da presença Divina.

O Sentido da Vida – dá-nos a sensação de estarmos no corpo, fazemos parte dele, recebemos informação sobre o estado do corpo – bem estar, mal estar através do sistema nervoso simpático e parassimpático recebemos a sensação do estado atual do nosso corpo.
Com o sentido do tato sentimos as fronteiras do nosso corpo físico, o sentido da vida informa-nos sobre o estado dos processos metabólicos que formam nosso corpo vivo, algo que está em constante vir a ser.

No Sentido do Movimento – temos a sensação do nosso movimento, normalmente só temos “consciência” de um movimento após o termos efetuado, na verdade o movimento baseia-se no nosso músculo que necessita contrair certas zonas e descontrair outras para que o movimento nasça , é a noção do estado da nossa musculatura que nos é transmitido pelo sentido do movimento. Como imagem; a imagem da orquestra e do que se passa entre os vários naipes e o solista. * Para Rudolf Steiner o sentido do movimento transmite-nos a sensação de liberdade – o pássaro em nós.*

O Sentido de Equilíbrio – é o sentido que tem um órgão especial que são os canais semicirculares no nosso ouvido interno , permite que ao movermo-nos de um lado para o outro não deixemos para trás o que vive no corpo. Quando me desloco carrego comigo o meu corpo – a sensação de paz interna é-me conferida pelo sentido de equilíbrio.

 Os  Sentidos  Médios (exteriores) – Sentimentos

O Olfato – o cheiro é-nos veiculado pelo elemento ar, eu cheiro porque o ar carrega substâncias que atuam sobre o nariz, existem mais de 4000 odores. p.ex: O olfato transporta-nos para memórias de infância. O que nós pensamos o animal cheira. O cão diferencia o mundo à sua volta através do cheiro

O Gosto ou Paladar – o gosto revela-nos as características das substâncias na medida em que elas estão dissolvidas na água. Existem 4 tipos de sabores que no fundo encontramos em todas as substâncias vivas – o salgado, o amargo, o ácido e o doce, estes 4 sabores estão presentes no mundo vegetal e também no mundo dos órgãos; o amargo do fel, o doce do sangue, o ácido no estômago.

A Visão – trata-se de um sentido complexo, mas no fundo o que a visão nos permite é a percepção das cores, mas nos olhos acabamos encontrando elementos de todos os sentidos inferiores, o tato, a vida, o equilíbrio, o movimento. A visão eleva de certo modo os 4 sentidos inferiores e ao fazê-lo permite ao Eu entrar em contacto com a luz do mundo.

O Sentido Térmico – o calor é uma substância em si, através do calor mantemos em equilíbrio o nosso mundo interno e assim permitimos à nossa organização do Eu viver. O sentido calórico não nos diz nada sobre a temperatura exterior mas sim sobre o equilíbrio entre o calor interno e externo.

Os Sentidos Superiores – Cognitivos

Nos Sentidos Superiores entramos numa área especificamente humana onde todos nós encontramos, onde todos somos uma irmandade.
Como humano queremos salientar o estado evolutivo da humanidade que se destaca dos demais reinos da natureza, apesar de ser pertencente a todos eles, o mundo físico, o mundo vegetal e o mundo animal.

O sentido da Audição – pela audição percebemos que cada elemento da natureza possui o seu próprio Tom, revelando a sua íntima natureza. Um metal soa diferente de um pedaço de madeira, assim como a voz humana se diferencia do som emitido por um pássaro.
Entramos em contacto com a íntima essência de cada ser.

O sentido da palavra – pela Palavra percebemos a concreta essência conceitual do pensamento humano.

O sentido do pensar – pelo sentido do pensar percebemos o pensar do outro e o nosso próprio pensar, o que nos permite sentir o Homem como um ser dotado da qualidade de formar conceitos a respeito do que no exterior vive e vivenciar os conceitos da sua própria existência.

O sentido do Eu - o sentido do Eu, nos possibilita sentir-nos unos com outro ser, passando a senti-lo como a nós mesmos. A possibilidade de nos percebermos como seres Humanos, verdadeiros, reais e espirituais, capazes de criar e de co-criar sem perder o conceito de sermos criaturas.
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Um comentário:

Anônimo disse...

A observação clínica é a única estrada segura para um diagnóstico!