A PRECARIZAÇÃO DA
MEDICINA BRASILEIRA
Os cenários político e econômico da nação
apontam para a desconstrução da medicina e dos médicos brasileiros.
Muitos são os eventos que estão levando a Medicina
à bancarrota, empurram para as laterais, a retirando do centro da seriedade e da responsabilidade social.
1-A abertura indiscriminada de Escolas Privadas e o
abandono das publicas de qualidade, que graduam e graduaram
grandes médicos desde 1908, cito a Escola de Medicina da Universidade
Federal da Bahia, FAMED.
Enquanto o setor publico é propriedade de todos os brasileiros, e todos têm o direito de usufruir deste patrimônio, tendo como pré-requisito um melhor curso médio público de qualidade, o setor privado é mercantilista, tem a função de realizar os sonhos dos jovens e dos pais, às custas da extorsão familiar, com altas prestações, minando a suas economias, cpm a finalidade de enriquecer, mais ainda, a indústria da educação médica, muitas hoje propriedades de grandes grupos de estrangeiros.
Sonhos estes que se transformarão em pesadelos, no exercício profissional em todos os recantos do Brasil, muitas vezes de cidade em cidade, de árvore em em árvore, a furgir dos gaviões, em busca do pão de cada dia, muitos sucumbirão nas estradas.
A formação do médico brasileiro, que deveria ser 80% Pública de qualidade e 20% privatizada de alta qualidade, foi entregue aos Leões famintos, que entraram numa floresta repleta de presas desinformadas e que caem cotidianamente em armadilhas.
2- O sucateamento dos Hospitais Escolas e a desvalorização
dos professores.
3-A entrega da medicina aos políticos, ficando os
médicos como reles prestadores de
serviços em empregos precarizados e
vilipendiados pelas terceirizações, falsas cooperativas e contratos
leoninos pejotizados.
4-A medicina Suplementar atuando como intermediaria
entre o médico e o seu paciente.
5-O aparelhamento da medicina, diminuindo o
valor da semiologia e da Clinica, ocasionando o fechamento dos consultórios humanos
e incentivando as mercantilistas Empresas Médicas.
6-A invasão do ato médico por outros
profissionais, em quase todas as especialidades, da clínica médica à
oftalmologia, quando deveria existir um entrelaçamento entre esta profissões.
7-O desinteresse dos novos esculápios pelo
viés político e social, encarando a medicina apenas como meio de vida, de
sobrevivência e de como pagar as suas dívidas a qualquer preço, com o
intuito de manter o já perdido status.
08- Os gestores fazem de tudo para jogar
a sociedade contra os médicos, divulgam estão mais ligados à pecúnia do que à saúde. Criam muros, fossos e cercas
entre o povo, o médico e a medicina. Esquecem dos que a exercem
com ética, lisura e compromisso.
Os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos Municipais,
Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam
ser médicos, e quando médicos, transformam-se em burocratas, tecnocratas,
executivos e políticos descompromissados com a categoria, hoje encontram-se
em segundo plano.
Forças contrárias aos interesses do povo, dos
médicos e da medicina incutem que o
sistema conselhal é obsoleto, corporativo, inerte e prejudicial à classe,
e para os médicos um órgão
puramente punitivo. os médicos acreditam e passam a não apoiar a
sua mais importante instituição. Conselho
fraco categoria fraca. Na vacância dos Conselhos, serão os leigos os
seus julgadores, isto acontecia da década de 50 para trás.
Os Conselhos Estaduais e o Federal de Medicina foram criados pela LEI No 3.268, DE 30 DE SETEMBRO DE 1957, do presidente Juscilino Kubitschek
O prestígio de uma categoria está ligado aos
poderes políticos, econômicos, sociais e no domínio dos
conhecimentos, juntas guinam uma categoria ao comando de uma sociedade.
O médico e a medicina estão em franca
decadência. A informática e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos
grandes centros, basta entrar numa máquina e apertar um botão, a medicina passou a ser uma ciência
exata.
A soberania da clínica, o toque do seu médico, a
semiologia aplicada, a benevolência, a beneficência, a generosidade e a ética perdem para a burocracia desumana dos
gestores.
Os poderes (Municipal, Estadual, Federal e
Judiciário) retiram continuamente as últimas gotas de sangue da velha medicina
com taxas, ditames e impostos exorbitantes.
O Liberal autônomo, devido a intermediação do
sistema médico suplementar, da pejotização e da
terceirização do Sistema Público, encontra-se sem
força, fraco e subservientes.
A medicina( A SAÚDE) e o médico caíram na vala
comum. É uma contenda entre a Medicina e o poder, na qual um
dos lados tem como arma a ética, e a ética é mansa, educada,
paciente, benevolente, caridosa, responsável e respeitadora,
enquanto o outro, tem a força, a truculência, a vontade política, a saga da
enganação e um povo propositadamente desprovido de informações, continua a
dormir.
A Medicina e o Médico precisam seguir de mãos
dadas, precisam difundir a humanização, a benevolência,
a beneficência e mostrar que são simples, humildes e emanam do povo para o
povo.
A medicina é a mais sagrada das ciências,
entra na vida de cada um dos cidadãos que a procuram e tem como seu guardião, o Médico.
VIVA A
MEDICINA E OS SEUS ABNEGADOS
Iderval Reginaldo
Tenório