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Prefeitura de Fortaleza comprou respiradores por preço até quatro vezes mais caro, diz investigação
Por Messias Borges,
segurança@svm.com.br
Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Dispneia nesta segunda-feira (25)
A Prefeitura Municipal de Fortaleza e o Instituto Doutor José Frota (IJF)
contrataram respiradores, para tratar pacientes com a Covid-19, por
preço até quatro vezes mais caro do que outras instituições e
prefeituras brasileiras, segundo a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), que deflagraram a Operação Dispneia nesta segunda-feira (25).
Segundo os investigadores, os respiradores foram comprados pela Prefeitura de Fortaleza e pelo IJF por cerca de R$ 234 mil. Enquanto em outras cidades do País, o mesmo equipamento foi contratado por R$ 60 mil. E o Estado do Ceará adquiriu o mesmo respirador por R$ 117 mil (metade do preço contratado pelas autoridades de Fortaleza).
A Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS) e a direção do Instituto
Doutor José Frota (IJF) afirmaram, em nota, "estar totalmente surpresas e
indignadas com tal operação e que não existe possibilidade da mesma encontrar qualquer desvio de recurso público".
Segundo os órgão municipais, todos os procedimentos da compra ocorreram
"em completa obediência à legislação vigente e que todos os atos da
gestão estavam sendo acompanhados por um comitê de governança que
atualizava com informações, periodicamente, os órgãos de controle
externo".
Em coletiva concedida nesta segunda-feira (25), a PF, o MPF e a CGU enfatizaram que a empresa contratada não tinha condições de fornecer os 150 respiradores contratados pelos órgãos municipais de Fortaleza. O capital social da empresa não permite comprar sequer um equipamento.
Cerca de R$ 24 milhões foram pagos antecipadamente
pela Prefeitura e pelo IJF pelos respiradores, em dois contratos, de
acordo com os investigadores, que acrescentaram que a empresa já
respondia a uma investigação em Rondônia por não fornecer testes rápidos
contratados naquele Estado.
Cancelamento dos contratos dos respiradores
Ainda segundo os investigadores, um contrato já foi cancelado oficialmente, com publicação no Diário Oficial do Município. Mas o dinheiro ainda consta nas contas da empresa.
A Prefeitura de Fortaleza e o IJF afirmaram que, desde a sexta-feira
(22), "esses órgãos de controle externo já estavam informados sobre a rescisão unilateral do contrato por parte da prefeitura, com a devida devolução dos recursos", pois a empresa contratada não entregou os equipamentos dentro prazo estipulado.
Mandados de busca e apreensão
A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão, na Operação Dispneia, nesta segunda (25). Cinco deles em Fortaleza e três, em São Paulo.
Os investigadores destacaram que os trabalhos policiais não
prejudicaram a continuidade do serviço público de saúde, em um período
de pandemia.
Os investigados poderão responder, na medida das suas responsabilidades, pelo crime de peculato, tipificado no artigo 312 do Código Penal e pelo crime de dispensa irregular de licitação, previsto no artigo 89 da Lei 8.666/83.
O nome da operação remete ao nome técnico dado a um sintoma comum dos afetados pela Covid-19. A dificuldade de respirar.
Um comentário:
Triste demais, ver seres humanos que só pensam em dinheiro, e pior ainda, dinheiro roubado do povo.
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