sexta-feira, 27 de julho de 2018

LAMPIÃO , A GRUTA DE ANGICOS E O BRASIL ATUAL, CANGAÇO POR CANGAÇO OU POR UM CANGAÇÃO





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LAMPIÃO , A GRUTA DE ANGICOS E O BRASIL  ATUAL,
 CANGAÇO POR CANGAÇO OU POR UM  CANGAÇÃO

28 de julho de 1938 morre Lampião,  o cangaceiro mor ,  cravado por mais de uma centena de balas, projéteis estes  cuspidos de  uma metralhadora apelidada de    "A COSTUREIRA". 

Foi uma verdadeira carnificina, uma sessão de execução sumária , de supetão e as escondidas, o pior desjejum que um homem pode receber, uma vez que aconteceu no amanhecer do dia 28 de julho de 1938, uma quinta-feira 4:30 da manhã.

             Lampião o maior cangaceiro do sertão, não porque era o mais perverso e sim porque os jornais e o rádio lhe deram notoriedade, Lampião era um cangaceiro midiático, era uma celebridade, era um homem vaidoso.   

             Além de ser devoto do Padre Cícero do Juazeiro do Norte e protegido do médico baiano Dr Floro Bartrolomeu , o mundo político o enxergou  e a ordem do governo ditatorial do  Getúlio Vargas era acabar com o cangaço no Brasil, o acerto era acabar a qualquer custo os diversos bandos,  pois era o cangaço   o modus operadi do jovem  analfabeto e de baixa renda ganhar a vida naquela época,  poucas eram as opções, matar ou morrer, mandar ou obedecer, ser um cabra, um  cagão, um bobo, um moleque de recados, um passa fome,    um cangaceiro ou um jagunço com as suas patentes próprias, não existia meio termo. 

           O coronel era o deus,  o chefe político,  o pai, o criador, o todo poderoso, o dono da terra, o latifundiário, os cargos políticos dos rincões, o manda chuva, o delegado, o padre e o juiz, o coronel ou o coroné era tudo no Sertão,    quem não  quisesse permanecer no seu julgo, entraria no cangaço, na elite da juventude pobre e caipira do nordeste, era o cangaço um meio de vida,  um trabalho como outro, era um oficio de respeito e que  transformava o adolescente  em uma estrela, num mito , num homem de destaque, num homem possuidor de liberdade, num fazedor de leis, um jurista, um parlamentar, uma autoridade de quilate invejável e respeitado por todos, era o segundo poder para uma região depois do CORONEL , era o cangaço uma ponte para depois servir ao Estado como integrante das  grandes volantes a perseguir os pares do passado, muitos cangaceiros entravam nas volantes como muitos soldados viravam cangaceiros. 


         O cerco ao fim do Cangaço  foi tão grande que,  muitos foram os acertos  feitos pelas autoridades, acordos entre os governadores, os prefeitos e a Presidência da República, tudo para aniquilar o mundo dos facínoras .

             Foi permitido que a volante poderia entrar em qualquer Estado do Nordeste, isto é,  para pegar cangaceiros as divisas foram esquecidas, a polícia de Pernambuco poderia entrar no Estado da Bahia e Vice-versa, a autorização era automática,  outra ordem era para que qualquer fazendeiro, sitiante, agricultor, comerciante ou aqueles que ajudassem o cangaço perdessem  os seus bens e muitos seriam presos ou até mortos,  a pior ordem contra o cangaço foi a que abertamente dizia , aquele que matar, eliminar ou acabar com um cangaceiro ficará com todos os seus pertences, o dinheiro, o ouro , os relógios e tudo que encontrasse no seu bornal, o seu alforge de couro no qual guardavam as suas riquezas subtraídas da população.   

         A carnificina foi de ensopar a caatinga de sangue, os cangaceiros passaram a não dormir com medo dos seus próprios comparsas  que dormiam  ao seu lado no mesmo esconderijo, os urubus fizeram a festa.

         O governo patrocinou a abertura de estradas, financiou a compra de caminhões e utilitários, patrocinou  o aumento do contingente nas volantes, ofereceu patentes aos mais corajosos , incentivou e premiou os delatores, comprou fuzis, metralhadoras e outras armas de repetição, foi dado   a liberdade aos fotógrafos , aos jornalistas e aos cordelistas para difundirem as notícias , o mundo nordestino virou de pernas para cima, o cangaço foi afixiado,  foi declarado guerra ao cangaço e a todos os seus alimentadores. 

             Enfim chegou o dia, chegou o dia em que o Lampião, o chefe da mais importante facção caiu por terra, pois  no norte e Nordeste existiam centenas e centenas de bandos, naquela cinzenta e fria madrugada de uma quinta-feira, 28 de julho de 1938, foi por terra  o Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 4 de junho de 1898 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938), Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita (Paulo Afonso, 8 de março de 1911 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938) e 99% dos seus cabras , naquela madrugada , às quatro e trinta da manhã,  foi  retirada  do  alicerce  do cangaço oficioso e cruel do nordeste   a sua última pedra, com este episódio e com esta mesma pedra   foi reforçado  o alicerce de outro tipo de cangaço,   foi  reiníciado  o mais cruel dos cangaços e do coronelismo,  agora nacional , o cangaço da caneta, do poder econômico e do poder político, o cangaço da corrupção  . 

        Mudou  o cangaço, mudaram as praças  e os personagens, o cangaço passou a ser urbano, passou a ocupar as metrópoles, as melhores casas e as influentes famílias, o cangaço recebeu anel e diploma, passou a ser poliglota e viajado até se transformar neste cangaço dos dias atuais, eletrônico, intercontinental, quântico , cibernético e online, um cangaço civilizado, morreram as alpercatas e nasceram os sapatos de couro fino,  sucumbiram as capoeiras  e brotaram os polidos granitos, aposentaram-se as vestes de couro e os lenços de seda , entraram em cena  os  paletós e as gravatas. 

           Hoje está o Brasil com os seus milhares de coronéis nos palácios, nos poderes executivo, legislativo,  judiciário, empresarial e eclesiástico .  

                 O cangaço de outrora era manso , juvenil,  analfabeto, oficioso, artesanal e  regional, era um dos meios de sobrevivência e para matar a fome  , o de hoje é um cangaço  letrado, experiente, judicante, adulto, culto, nacional e oficial , é  um dos meios de enriquecimento ilícito , um dos geradores da fome e da miséria entre as classes sociais em  todo o país,  e haja cangaceiros , e haja coronéis,  e como tem capangas ,  e como tem jagunços. 

        Viva a liberdade, a cidadania e a propriedade do raciocínio, viva a humanidade.

salvador, 28 de julho de 2018

Iderval Reginaldo Tenório

Luiz Gonzaga - Olha a Pisada - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=h9pWE7xi4a4
10 de dez de 2010 - Vídeo enviado por Alfredo Pessoa
Luiz Gonzaga - Olha a Pisada ... do massacre de Angico, quando Lampião morreu e também as canções ...
odução automática 




Numa Sala De Reboco - O Cheiro Da Carolina - O Xote Das Meninas (Ao Vivo - Volta Pra Curtir ) 

 

 





Luiz Gonzaga - Lampião Falou - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=-Tphzj8Vivc
9 de dez de 2010 - Vídeo enviado por Alfredo Pessoa
A música do CANGAÇO Este álbum é fruto de um projeto de Aluízio Falcão e o Estúdio Eldorado, que buscava ...

Lampião - Era Besta Não - Luiz Gonzaga - VAGALUME

https://www.vagalume.com.br › Forró › L › Luiz Gonzaga
21 de mar de 2009
Luiz Gonzaga - Lampião - Era Besta Não (música para ouvir e letra da música com legenda)! Lampião
3,1 mi visualizações



YouTube

Lampião em Juazeiro - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=sUIEXWq3OJo
7 de mai de 2011 - Vídeo enviado por Aderbal Nogueira
Valdemar Caracas, ex-funcionário da RVC (Rede Viação Cearense), foi testemunha ocular da entrada de ...


Um comentário:

Lua disse...

Maravilhosa esta forma de ver o cangaço do tempo de Lampião e a comparação com os dias atuais.