Tenório Cavalcanti comandou o império do terror na Baixada Fluminense
Chamado de ‘O homem da capa preta’, ‘deputado
pistoleiro’, que andava com metralhadora e morreu há 30 anos, foi
candidato a governador. A ele foram atribuídos 25 crimes
Alagoano de Palmeira dos Índios, Tenório Cavalcanti dominou a Baixada Fluminense nos anos 50 e 60. Nascido no dia 27 de setembro de 1906, chegou à região nos anos 20 e ali viveu até morrer, em 1987. Dono de personalidade violenta, ele aterrorizava seus adversários, com uma submetradora alemã, que ele chamava de Lurdinha. Trazia a arma sempre escondida em uma capa, o que lhe valeu a alcunha de “o homem da capa preta”.
Populista, Tenório era chamado pelos aliados políticos de "rei da Baixada", e pelos rivais, de "deputado pistoleiro". Devido às constantes ameaças de morte, Tenório e sua família habitavam uma fortaleza na Baixada Fluminense, projetada pelo arquiteto Sérgio Bernardes. Andava sempre armado e acompanhado de capangas.
A ele foram atribuídos pelo menos 25 crimes violentos. Um dos mais célebres foi o assassinato do delegado Albino Imparato. Nos anos 50, o policial iniciou uma caçada implacável ao “homem da capa preta”. Acabou aparecendo morto a tiros de metralhadora, em seu carro, no Centro de Caxias. Graças às amizades com políticos, Tenório, cuja participação no caso foi comprovada pela investigação, jamais foi indiciado pelo crime. Ao longo da sua carreira política, ele também teria sofrido 47 atentados, sendo alvo de mais de 60 tiros, conforme O GLOBO publicou em reportagem da edição de 6 de maio de 1987.
O “rei da Baixada” foi eleito deputado estadual e federal pelo Rio de Janeiro, tendo concorrido ainda a governador dos estados do Rio e da Guanabara. Sua vida inspirou o filme "O homem da capa preta", rodado em 1986 por Sérgio Rezende e estrelado por José Wilker no papel de Tenório Cavalcanti. No festival de Gramado, o longa ganhou os Kikitos de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz (Marieta Severo) e Melhor Música.
Nascido em 27 de setembro de 1906, em Palmeira dos Índios - terra de Graciliano Ramos -, em Alagoas, Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque chegou a Duque de Caxias, então distrito de Nova Iguaçu, uma área predominantemente rural, ainda nos anos 20, com 16 anos. Sua carreira política começou com a eleição para vereador, em 1936. Tenório morreu, aos 80 anos, de pneumonia dupla, em 5 de maio de 1987, numa cama de hospital na Barra da Tijuca.
Ele teve quatro filhas, dez netos e outros 17 adotivos. Lenda na política e no banditismo da Baixada Fluminense, o mito levou mais de mil pessoas ao seu velório e provocou engarrafamento nas ruas de Caxias, onde foi enterrado com a capa preta.
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Sinistro. Tenório Cavalcanti, o homem da capa preta 1956 /
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https://www.youtube.com/watch?v=dGzXuHr9uf0
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