Mais de 800 médicos procuram Unimed-Rio para quitar
dívidas
Plano
voluntário da cooperativa começa a receber depósitos
por Luciana Casemiro
06/10/2016 4:30
Emergência. Pronto atendimento em Copacabana:
Unimed começa a receber depósitos voluntários - Custódio Coimbra / Custódio
Coimbra/15-07-2016
RIO - Entre 800 e mil
médicos procuraram a Unimed-Rio interessados em pagar suas dívidas com a
cooperativa desde que uma assembleia de associados, no último dia 27, negou o
aporte de R$ 500 milhões solicitado pela direção para manter a operação e
viabilizar o plano de recuperação da companhia. Sem o aporte, ficou maior o
risco de uma liquidação extra judical da cooperativa. A procura surpreendeu a
empresa, que decidiu criar um “Plano voluntário” para aqueles que quiserem
quitar os débitos com ISS que foram pagos pela Unimed-Rio em nome dos
cooperadores, entre 2012 e 2015, e que somam R$ 250 milhões.
— Ainda não temos como
fazer um balanço, mas os depósitos já começaram a ser feitos. O que posso
dizer, por exemplo, é que um único cooperado depositou R$ 350 mil — disse
Denise Durão, vice-presidente e diretora Médica da Unimed-Rio.
LINHA DE CRÉDITO PARA
ASSOCIADOS
No site da empresa, na
parte de acesso restrito aos 5.400 cooperados, está sendo informado o valor do
débito de cada médico, que varia de R$ 47 a mais de R$ 1 milhão, e há um
formulário para adesão ao plano. A cooperativa negociou com quatro bancos
linhas de financiamentos individuais para quem quiser quitar a dívida. A
Unimed-Rio tem passivo de R$ 1,9 bilhão e está sob a direção fiscal da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde o ano passado.
Fontes do setor
afirmaram que a negativa de aporte pelos cooperados foi um banho de água fria
no plano de recuperação da empresa e que, neste momento, qualquer injeção de
recursos é bem-vinda.
— Mas o impacto desse
aporte voluntário vai depender do número de cooperados que aderirem e do perfil
da dívida. Se houver uma forte participação dos maiores devedores, essa pode
ser uma ajuda importante — avaliou a fonte.
O valor do aporte
pedido na assembleia, de R$ 500 milhões, partiu de um cálculo da ANS. No
entanto, pessoas próximas ao plano de recuperação dizem que não é possível
precisar hoje o quanto seria necessário para manter a empresa funcionando.
— O que os cooperados
precisam entender é que, se não aportarem agora, vão ter que arcar com uma
dívida muito maior do que os R$ 500 milhões. E que, dificilmente, os médicos
poderão se eximir de responsabilidade no caso de uma liquidação, pois foram
avisados da situação da empresa e da necessidade de colaboração — destacou
outra fonte.
Denise, da Unimed-Rio
informou que várias medidas administrativas e de gestão da carteira estão sendo
tomadas. A folha de pagamento de pessoal, por exemplo, foi reduzida em R$ 2
milhões por mês, e os custos com órteses e próteses e materiais especiais
caíram de R$ 16 milhões para R$ 9 milhões:
— Há muita coisa ainda
a ser feita, mas precisamos de tempo, da participação dos cooperados e da
confiança de nossos clientes.
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