Por G1
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Kavota Mugisha Robert (esquerda), voluntário na força de resposta ao
ebola, é visto com equipamento de descontaminação enquanto seus colegas
se preparam para entrar em casa de paciente com suspeita da doença, em
Beni, na República Democrática do Congo, em foto de 8 de outubro de 2019
— Foto: Reuters/Zohra Bensemra/File Photo
A República Democrática do Congo
tem enfrentado graves desafios na saúde pública. Além da Covid-19, que
assolou o mundo inteiro em 2020, o país africano convive com surtos
recorrentes do vírus Ebola e do sarampo.
Desde 2018, o governo local tenta diminuir o número de contaminados e
mortos pelo ebola. De acordo com a revista científica "The Lancet", de
1º de agosto de 2018 até 28 de maio de 2020, havia 3.406 casos
confirmados com 2.243 mortes pela doença.
Embora a situação atual esteja mais controlada em relação a anos
anteriores, quatro novas mortes pelo ebola foram confirmadas no dia 1º
de junho de 2020 na cidade de Mbandaka, deixando em alerta as
autoridades locais.
O caso chamou a atenção do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesu, que na ocasião alertou em seu Twitter: “Esse surto é um lembrete de que a Covid-19 não é a única ameaça à saúde que as pessoas enfrentam. A OMS continua monitorando e respondendo a muitas emergências de saúde”, escreveu.
O sarampo, por sua vez, apareceu com força na República Democrática do
Congo em 2011 e o número de contaminados cresce ano após ano. Em 2013,
por exemplo, eram 88.381 casos confirmados. Até o fim do ano passado,
esse número saltou para 311.471.
Covid-19
A mais nova batalha da República Democrática do Congo é com a Covid-19. O
primeiro caso confirmado foi diagnosticado no dia 10 de março de 2020.
No dia 24 daquele mês, o governo já declarava estado de emergência no
país.
As experiências com outros surtos de doenças, como o ebola e o sarampo,
foram fundamentais para o Congo lidar com o coronavírus. Líderes e
instituições comunitárias fazem um trabalho de conscientização e
prevenção com a população.
Por já ter enfrentado situações semelhantes em outras ocasiões, o país
adequou a infraestrutura e profissionais de saúde empenhados em outros
surtos para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus.
Equipes de enfermeiros, médicos, estudantes de medicina e profissionais
de saúde foram realocados e aproveitados para fazer atividades de
sensibilização, triagem e testes da Covid-19. Há dificuldade, porém, na
resposta rápida dos resultados, já que todas as amostras precisam ser
enviadas para Kinshasa, capital do país.
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Soldados marroquinos da missão da ONU na República Democrática do Congo
(Monusco) patrulham Djugu, território de devastado pela violência no
leste do país. Foto de 13 de março — Foto: Samir Tounsi / AFP
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a República Democrática do
Congo registrava mais de 6 mil casos e 142 mortes pelo coronavírus até a
tarde desta quarta-feira. Com as dificuldades na realização de testes e
nos resultados, há suspeita de que haja número considerável de
subnotificação.
A questão sócio-econômica do país é um fator preocupante no combate ao
vírus. Grande parcela da população não tem acesso a saneamento básico e
condições adequadas de higiene, como lavar as mãos, umas da maneiras de
evitar o contágio do novo coronavírus.
Além disso, o alto índice de comorbidades, como hipertensão, diabetes,
HIV e AIDS e tuberculose, são agravantes na luta contra a mortalidade.
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Moradores se reúnem ao redor de funcionários do Médicos Sem Fronteiras
em Goma, na República Democrática do Congo, para segunda rodada de
vacinação contra o ebola em novembro de 2019. — Foto: Fiston
Mahamba/Reuters
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