A força do Negro no Brasil data de séculos atrás, nem o período da escravatura freiou a saga destes heróis.
Publicarei diversas páginas para mostrar ao país e aos jovens negros do Brasil que nada impedirá a ascensão social , basta dedicação à escola e ao exercício da cidadania, não deixem o bonde passar, levem a escola a sério.
Naquela ÉPOCA não se conhecia ninguém, os jornais eram para as elites e tudo era feito para os ricos, as fotografias eram raras e os círculos de encontros eram limitados e fechados, todos que ascendiam eram brancos.
Iderval Reginaldo Tenório
Conheça 5 brasileiros negros famosos que foram retratados como brancos
Principalmente no início do século 20, pessoas negras que atingiam muito sucesso eram retratadas como brancas
André Nogueira Publicado em 02/06/2020, às 14h07 - Atualizado às 14h08
Foi muito comum no Brasil
que pessoas consideradas negras de grande sucesso em suas áreas, quando
se tornassem populares, ficassem conhecidas por imagens que sugeriam
que fossem brancas.
Principalmente no início do século 20, em que o racismo científico, o pós-abolição e a máquina fotográfica em preto-e-branco compunham as inovações das sociedades urbanas no Brasil, foi muito comum a divulgação de autores, escritores, artistas e políticos afrodescendentes como pessoas brancas.
Dadas as limitações do retrato em preto-e-branco, era fácil o clareamento das imagens, que passavam uma ideia de branquitude incompatível com a realidade. Muitos grandes nomes das arte e da política no Brasil eram considerados negros aos olhos dos homens e mulheres do século 20 (mesmo que muitos sejam, hoje, chamados de pardos ou outros eufemismos) mas divulgados como brancos.
Conheça 5 casos em que isso aconteceu ao longo dos anos:
5. Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis foi uma importante escritora maranhense, relevante pelo marco de ser a primeira autora a publicar um romance no Brasil: Úrsula, lançado em 1859. Mas sua carreira, não se resumindo a isso, envolveu produções na área de música, poesia, antologias, reportagens para a imprensa local e conteúdo político. Firmina era engajada no movimento pela abolição da escravatura, chegando a escrever um Hino à Abolição. Também foi importante na criação de uma espécie de escola comunitária em que ela se dedicava a ensinar membros da comunidade sem condições de pagar por educação, dada a defasagem gigante que tinha a educação pública na época.
4. Nilo Peçanha
O primeiro marco atingido por Peçanha é o de ser o primeiro presidente de descendência negra do Brasil. Assumindo o cargo com a morte do presidente Afonso Pena, Nilo Peçanha governou pouco tempo mas com muita conturbação, principalmente com o Partido Republicano Conservador, além das consequências políticas de seu apoio a Hermes da Fonseca. Antes da presidência, passou pelo senado, pela constituinte de 1890 e ainda foi presidente da província do Rio de Janeiro. Usualmente, Nilo é tido como mestiço, porém mesmo em vida, por razões políticas, negava sua ascendência negra e seus traços africanos, mesmo que confirmasse sua origem humilde. Nos jornais, muitos chargistas faziam piadas com o tom de sua pele.
3. Padre José Maurício
Famoso clérigo católico, José Maurício tem a grande maioria de sua produção ainda na colônia brasileira. Mais uma vez, trata-se de um homem de origens africanas, tratado como pardo e retratado como branco. O padre ficou famoso por sua produção musical como professor de música e compositor de música sacra. Atinge o ápice de sua carreira em 1798, quando recebe licença para pregar e parte para uma vida de missionarismo como mestre de capela de uma catedral do Rio de Janeiro, se tornando responsável pela composição musical das missas. Atuou como organista, pregador e compositor.
2. Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto foi um famoso escritor brasileiro e neto de pessoas escravizadas, vindo de uma situação que beirava à miséria. Começou sua carreira com a produção de contos curtos e seu ingresso no jornal Fon-Fon, em 1907. O jornal não durou muito tempo e Lima Barreto se dedicou à produção de um romance nacional, ao mesmo tempo referencial e satírico. Daí nasceu, em 1911, seu famoso O Triste Fim de Policarpo Quaresma, sua principal obra, escrita em formato de folhetim. Atuou também como poeta, contista, cronista e ainda teve considerável ação política contra a estrutura racista e escravista do Rio de Janeiro, criticando com força nos jornais fluminenses posições conformistas. Ao mesmo tempo, foi um homem conflitivo: alcoólatra, passou diversas vezes pelo Hospital dos Alienados (hospício), além de criar conflitos na tentativa de ingressar na Academia Brasileira de Letras.
1. Machado de Assis
Uma das maiores referências da arte nacional, Machado de Assis é bastante famoso e talvez um dos mais relevantes literatos da língua portuguesa. Famoso pela sua obra satírica, extremamente irônica e irreverente, o olhar do escritor é sempre focado na exposição dos podres da sociedade escravista, mas de uma maneira pouco óbvia, a ponto de ser taxado de conformista à época.
Homem negro retinto que viveu a vida toda no Rio de Janeiro, apostou na cultura e no versamento como forma de ascensão social, a ponto de se tornar funcionário público e diretor de bibliotecas, conhecido por toda a cidade. Autodidata (incluindo línguas), Machado passou pelo romantismo, mas também inaugurou a literatura realista brasileira com Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), inspirado em Balzac. Até hoje, Machado de Assis é uma das maiores referências da literatura lusófona, e é merecido. O exemplo de Machado é clássico de grande artista de gênio singular que era negro e foi embranquecido pela fotografia que o divulgava, sendo referência principal para este assunto polêmico.
Principalmente no início do século 20, em que o racismo científico, o pós-abolição e a máquina fotográfica em preto-e-branco compunham as inovações das sociedades urbanas no Brasil, foi muito comum a divulgação de autores, escritores, artistas e políticos afrodescendentes como pessoas brancas.
Dadas as limitações do retrato em preto-e-branco, era fácil o clareamento das imagens, que passavam uma ideia de branquitude incompatível com a realidade. Muitos grandes nomes das arte e da política no Brasil eram considerados negros aos olhos dos homens e mulheres do século 20 (mesmo que muitos sejam, hoje, chamados de pardos ou outros eufemismos) mas divulgados como brancos.
Conheça 5 casos em que isso aconteceu ao longo dos anos:
5. Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis foi uma importante escritora maranhense, relevante pelo marco de ser a primeira autora a publicar um romance no Brasil: Úrsula, lançado em 1859. Mas sua carreira, não se resumindo a isso, envolveu produções na área de música, poesia, antologias, reportagens para a imprensa local e conteúdo político. Firmina era engajada no movimento pela abolição da escravatura, chegando a escrever um Hino à Abolição. Também foi importante na criação de uma espécie de escola comunitária em que ela se dedicava a ensinar membros da comunidade sem condições de pagar por educação, dada a defasagem gigante que tinha a educação pública na época.
4. Nilo Peçanha
O primeiro marco atingido por Peçanha é o de ser o primeiro presidente de descendência negra do Brasil. Assumindo o cargo com a morte do presidente Afonso Pena, Nilo Peçanha governou pouco tempo mas com muita conturbação, principalmente com o Partido Republicano Conservador, além das consequências políticas de seu apoio a Hermes da Fonseca. Antes da presidência, passou pelo senado, pela constituinte de 1890 e ainda foi presidente da província do Rio de Janeiro. Usualmente, Nilo é tido como mestiço, porém mesmo em vida, por razões políticas, negava sua ascendência negra e seus traços africanos, mesmo que confirmasse sua origem humilde. Nos jornais, muitos chargistas faziam piadas com o tom de sua pele.
3. Padre José Maurício
Famoso clérigo católico, José Maurício tem a grande maioria de sua produção ainda na colônia brasileira. Mais uma vez, trata-se de um homem de origens africanas, tratado como pardo e retratado como branco. O padre ficou famoso por sua produção musical como professor de música e compositor de música sacra. Atinge o ápice de sua carreira em 1798, quando recebe licença para pregar e parte para uma vida de missionarismo como mestre de capela de uma catedral do Rio de Janeiro, se tornando responsável pela composição musical das missas. Atuou como organista, pregador e compositor.
2. Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto foi um famoso escritor brasileiro e neto de pessoas escravizadas, vindo de uma situação que beirava à miséria. Começou sua carreira com a produção de contos curtos e seu ingresso no jornal Fon-Fon, em 1907. O jornal não durou muito tempo e Lima Barreto se dedicou à produção de um romance nacional, ao mesmo tempo referencial e satírico. Daí nasceu, em 1911, seu famoso O Triste Fim de Policarpo Quaresma, sua principal obra, escrita em formato de folhetim. Atuou também como poeta, contista, cronista e ainda teve considerável ação política contra a estrutura racista e escravista do Rio de Janeiro, criticando com força nos jornais fluminenses posições conformistas. Ao mesmo tempo, foi um homem conflitivo: alcoólatra, passou diversas vezes pelo Hospital dos Alienados (hospício), além de criar conflitos na tentativa de ingressar na Academia Brasileira de Letras.
1. Machado de Assis
Uma das maiores referências da arte nacional, Machado de Assis é bastante famoso e talvez um dos mais relevantes literatos da língua portuguesa. Famoso pela sua obra satírica, extremamente irônica e irreverente, o olhar do escritor é sempre focado na exposição dos podres da sociedade escravista, mas de uma maneira pouco óbvia, a ponto de ser taxado de conformista à época.
Homem negro retinto que viveu a vida toda no Rio de Janeiro, apostou na cultura e no versamento como forma de ascensão social, a ponto de se tornar funcionário público e diretor de bibliotecas, conhecido por toda a cidade. Autodidata (incluindo línguas), Machado passou pelo romantismo, mas também inaugurou a literatura realista brasileira com Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), inspirado em Balzac. Até hoje, Machado de Assis é uma das maiores referências da literatura lusófona, e é merecido. O exemplo de Machado é clássico de grande artista de gênio singular que era negro e foi embranquecido pela fotografia que o divulgava, sendo referência principal para este assunto polêmico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário