ESTUDANTE POBRE VIRA MANCHETE
O ENEM, AS SUAS CONTROVÉRSIAS E O BRASIL DO AMANHÃ.
- Inicio com as seguintes indagações :
- É justo o ENEM com os jovens e as famílias de baixa renda?
- É um programa democrático?
É sabido que o Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso,
ano 1998, adotou uma metodologia para a
avaliar a qualidade e a eficácia do ensino médio no país, era ministro da
educação o Dr. Paulo Renato Souza. No segundo governo Luiz Inácio da Silva, ano 2008, o ministro Fernando Haddad introduziu um
novo modelo de prova para o Enem com a proposta de unificar o concurso vestibular
das Universidades Federais Brasileiras.
O Enem, que era usado para avaliar os estudantes do ensino médio e adquirir dados para melhorá-lo, começou em 2009 a servir
para o ingresso no ensino superior
ganhando uma roupagem de vestibular, tornando desnecessário o jovem pagar várias taxas
de vestibular e viajar o país para ter acesso a instituições de ensino superior, uma medida premeditada com o intuito de abrir milhares de Faculdades Particulares de qualidade duvidosa em todo o território nacional, deixando no abandono a eficácia do ensino médio , que é a base preparatória para o futuro da vida profissional.
Foi a canetada do Presidente Luiz Inácio
da Silva que transformou o ENEM, literalmente, num programa de exclusão social nas grandes áreas de atuação do país,
direcionando os jovens da população
menos privilegiada a cursarem
áreas menos valorizadas, condenando-os a
dívidas escorchantes por intermédio do
PROUNI e do FIES por muitos anos, deixando para os melhores jovens
classificados o Sistema de Seleção
Unificada, o SISU, para ingressarem nas
Universidades Públicas de Qualidade, isto é, para os jovens mais preparados, uma vez que a
prova do ENEM é única, universal, linear e os mais bem
avaliados escolhem os melhores cursos, nas melhores Universidades Publicas e na
região que lhes convier, indubitavelmente estes alunos são oriundos das melhores escolas do curso médio do país .
O ENEM que foi idealizado para melhorar o curso básico, fundamental e médio
do país, com a modificação em 2008/2009 foi transformado no segredo da porta de
entrada das melhores Universidades Públicas , escolas gratuitas para os alunos oriundos
das Escolas Particulares do ensino médio do país, primordialmente para a população média e alta que pode custear as altas mensalidades da rede preparatória privada pré ENEM ,
reforçando a sua camuflada propriedade de exclusão Social.
Como consequência, apenas os jovens predestinados,
esforçados, altamente inteligentes das
classes menos privilegiadas , sem apoio
psicológico e que, mesmo
com a Escola Pública preparatória de péssima qualidade, porém por vontade própria,
incentivo dos pais, dos professores e a certeza que só a Educação é capaz de tirá-los do fosso no qual se encontram conseguem romper a blindagem desta grossa e alta barreira , que é disputar e conquistar uma vaga nas grandes Universidades Públicas , evento este que significa o primeiro degrau
para ascensão cultural de toda a família
, motivo de orgulho e exemplo para todos da comunidade, principalmente para os jovens. Ficou tão raro este acontecimento que,
quando um jovem da rede pública entra num curso de expressão de uma Universidade
Pública de Qualidade como Medicina, Direito e Engenharia nas diversas vertentes, são manchetes de jornais e peça de publicidade utilizada pelos gestores
Públicos. Em vez de ser regra o pobre frequentar boas escolas e bons cursos, virou exceção , virou quase que um milagre e merece ser comemorado como se fosse um fenômeno extra natural, isto é vergonhoso para qualquer nação.
Um jovem que dorme e come bem, que
tem tudo ou quase tudo que precisa, inclusive escola preparatória de qualidade para o Enem leva vantagem sobre o jovem que dorme e come mal, que pouco
ou nada tem, inclusive o seu maior patrimônio
, o seu tempo, tem que ser vendido ou alugado na flor da idade aos balcões do comércio ou a estágios mentirosos e
enganadores para a sobrevivência , este
jovem na fase principal da vida recebe de presente um verdadeiro cavalo de
Tróia, noites mal dormidas, alimentos desequilibrados, escolas sucateadas e
distantes , sem segurança no ir e vir , disciplinas incompletas ,
professores desvalorizados, desrespeitados e sem incentivos.
É o ENEM justo? É Democrático? É um
programa de inclusão ou de exclusão?
Sobra para os menos avaliados, para as
menores notas o consolo do PROUNI e do FIES, programas que lhe darão o direito
a ingressarem em cursos menos concorridos nas milhares de Faculdades Particulares
pulverizadas em todo o Território
Nacional , cursos com baixas
perspectivas de um bom futuro, de
ascender na escala social política e econômica, de proporcionar o crescimento de toda a família
ou comunidade, geralmente são cursos importantes do ponto de vista social , porém
não os tiram definitivamente da classe social com tanta facilidade como são os
cursos de Medicina, Direito e Engenharia, os sonhos de grande parte dos jovens oriundos dos bairros periféricos e
de famílias menos abonadas.
É justo o ENEM? É o ENEM democrático?
É um PROGRAMA de Inclusão ou de Exclusão?
É aceitável, para a sociedade atual, mais
de três milhões de jovens de baixa renda abandonar os estudos por total falta
de condições financeira? É salutar estes mesmos jovens sem uma profissão
definida perambularem por subempregos no período escolar para as suas sobrevivências?
É natural para esta mesma sociedade ver jovens venderem o seu tempo por
salários baixos, ver o alto grau de evasão escolar puramente por necessidades
básicas? Quantos profissionais de alta qualificação, quantos seres humanos,
quantos jovens estão sendo empurrados para o desânimo, para a marginalidade e
para descrença no país por não poderem continuar os seus estudos? Quantos? Quantos médicos , engenheiros e advogados estão hibernados na mente e nos sonhos de muitos jovens inteligentes, sonhos que ficaram no caminho sem rumo e sem prumo ? O pior, pode ser que continuem para o resto da vida, isto numa sociedade igualitária e democrática constitui uma contravenção ou até mesmo um crime contra a humanidade.
A principal fase do aprendizado vai dos zero(0) aos (18)dezoito anos, ênfase dos (3)três aos (8)oito anos e super ênfase dos (12)doze aos (18)dezoito anos , é este modelo adotado por todas as nações do primeiro mundo e de todos que saíram do fosso do qual se encontravam . Verba para a educação de qualidade com isonomia, não é despesa, é investimento , é a principal manobra para uma nação proporcionar uma vida com dignidade e cidadania ao seu povo.
A principal fase do aprendizado vai dos zero(0) aos (18)dezoito anos, ênfase dos (3)três aos (8)oito anos e super ênfase dos (12)doze aos (18)dezoito anos , é este modelo adotado por todas as nações do primeiro mundo e de todos que saíram do fosso do qual se encontravam . Verba para a educação de qualidade com isonomia, não é despesa, é investimento , é a principal manobra para uma nação proporcionar uma vida com dignidade e cidadania ao seu povo.
Com a palavra a sociedade brasileira,
os mais apaniguados, a elite política, a
eclesiástica e todos os gestores públicos.
Se o Brasil sonha com uma nação melhor
para todos, que seja investido na educação independente das classes sociais,
que o ensino até os dezoito anos seja realizado com isonomia para que na fase
adulta todos tenham a mesma chance de competir pelo pão e pelo exercício da
CIDADANIA, só com Educação de qualidade para todos os jovens, o país poderá sair do fosso
no qual se encontra.
Iderval Reginaldo Tenório
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