sexta-feira, 5 de julho de 2013

Brasil precisa de 6 milhões de profissionais estrangeiros, diz SAE

Brasil precisa de 6 milhões de profissionais estrangeiros, diz SAE

Atualizado em  22 de abril, 2013 - 08:01 (Brasília) 11:01 GMT
Médicos reunidos no Senado para debate no início de abril | Foto: Antonio Cruz/ABr


Governo já estuda a importação de médicos
 estrangeiros, mas sindicato discorda
Uma nova estratégia de "atração de cérebros" poderá trazer cerca de 6 milhões de profissionais estrangeiros para o Brasil nos próximos anos, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo.
Com o auxílio de grupos de especialistas e consultorias de mercado, a secretaria quer desenvolver uma política de atração de profissionais - o número, no entanto, não inclui imigrantes de baixa qualificação e, sim, profissionais altamente qualificados que possam atender a demanda atual da economia brasileira.Brasil
"Imigrantes qualificados são o foco do esforço. Não é uma política geral de imigração, é uma estratégia de atração de cérebros.", disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à BBC Brasil. A proposta deve chegar à presidente Dilma Roussef nos próximos 40 dias.
Neri afirmou que a estimativa de 6 milhões foi feita considerando levantamentos de uma comissão de especialistas e de pesquisas com as empresas e o público em geral.
Segundo Neri, o Brasil é um dos países com a menor proporção de imigrantes na população, o que reflete "um fechamento do país ao fluxo de pessoas". Os estrangeiros representam hoje 0,2% da população. Com a adição de seis milhões nos próximos anos, este percentual subiria para cerca de 3%.
"O Brasil é muito fechado para imigrantes, mesmo em relação à América Latina que já não é tão aberta para estrangeiros."
Para Neri, esse "fechamento" deve ser revertido para responder à demanda crescente por profissionais altamente qualificados, especialmente na áreas de engenharia e saúde.
No entanto, sindicatos nacionais temem que trazer mão de obra de fora prejudique a força de trabalho doméstica – que, de acordo com eles, é suficiente em termos numéricos, mas precisa de valorização e melhor qualificação.
Neri afirma que a nova estratégia "leva em conta a necessidade atual de mão de obra qualificada, mas mantém o cuidado com o trabalhador brasileiro".
"Não é uma abertura de porteira. Trazer profissionais altamente qualificados cria associações mais fortes, cria mais massa crítica, se aprende muito com outros profissionais."

'Apagão de mão de obra'

A expressão "apagão de mão de obra" é usada com frequência por analistas de mercado nos últimos anos para se referir a uma suposta escassez de profissionais altamente qualificados no Brasil.

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