EDITORIAL DO DOMINGO
A Clínica é Soberana
A Clínica bem
feita e bem elaborada continua sendo nos dias de hoje soberana no exercício da boa
Medicina .
A identificação, o nome, o sobrenome, a naturalidade, a nacionalidade,
o curso da gestação, o tipo de parto, os pais, o tipo de vida, a condição
social, os costumes, a alimentação e os antecedentes de saúde dos genitores e
da infância são fatores importantes para se iniciar um atendimento médico, por
último uma avaliação sucinta da queixa
principal e atual com um exame físico
detalhado complementa este momento, isto é a miss, a princesa, a rainha, a
deusa Clínica em ação, esta senhora
insubstituível que praticamente não falha.
Os exames complementares são importantes e necessários e na sua
grande maioria apenas confirmam a soberana , milenar e anciã senhora . O
segredo da Clínica está em utilizar os doze sentidos ajudados pelo misterioso e
providencial sexto sentido.
O Examinado ao adentrar na sala, o medico frente a frente inicialmente
utiliza os olhos e o nariz para examiná-lo, os olhos enxergam a macha, a
anatomia, a aparência, a cor e o estado da derme, a estatura e os gestos, ao
mesmo tempo o nariz cheira o visitante à distancia e ao se aproximar, de preferência com um
abraço, sente todos os seus odores, neste momento o sexto sentido entra em ação
e não mais abandona o ambiente, durante a identificação e já iniciado a
confecção do laço médico-paciente, o médico vai olhando, ouvindo, cheirando e complementa com a palpação, nesta fase vai em
busca da localização, consistência, forma, tamanho e sensibilidade de cada órgão,
neste instante e momento todos os sentidos como uma orquestra entram em ação,
os olhos olham com o olhar clínico, os ouvidos atentos escutam e captam tudo, o
nariz recolhe os odores e em parceria com as glândulas salivares e gustativas
sente até o possível gosto da doença ou do estado de normalidade, com esta
associação se amplia o leque de conhecimento a respeito do quadro geral, por
derradeiro as providenciais mãos ao correr todo o corpo do possível enfermo
fecham a impressão diagnóstica. Toda esta orquestra vem sob a batuta do maestro
sexto sentido, que envia as informações
para o atento cérebro onde se encontram todo um arsenal científico e humano
armazenado na cabeça do médico desde o seu nascimento, uma vez que , é o
somatório de tudo que se vive que se
forma um grande esculápio.
É com este modus operandi que se lapida mais um ciclo de
amizade, de confiança , de respeitabilidade entre dois seres humanos e uma
família em busca da saúde e da recuperação da auto-estima. Estão aí as propriedades
utilizadas para que surja o mais importante elo entre o médico e o paciente, um
plácido relacionamento de ajuda mútua ,
porque não dizer uma forma de amor entre seres humanos. Por isso e outros
detalhes afirmo e confirmo que, apesar de toda a tecnologia, de toda a parafernália
internética e o sucesso da física quântica, a
Clínica foi, é e será soberana.
A Medicina é a mãe de toda a natureza e de todos os pensamentos
humanos, ser médico é conhecer todas as entranhas humanas, todas as problemáticas
e as suas evoluções.
O Médico é apenas um médico, apenas um ser humano, apenas.
Iderval Reginaldo Tenório
OS DOZE SENTIDOS
ANEXO
Os Sentidos Básicos (internos) – Volitivos
O
Sentido do Tato – o sentido do tato dá-nos a noção
de nós próprios, contrariamente ao que possamos pensar o tato não nos informa
sobre o mundo mas apenas sobre os nossos limites até onde sou EU. Segundo R.Steiner o sentido do TATO permite-nos a sensação da
presença Divina.
O
Sentido da Vida – dá-nos a sensação de estarmos no
corpo, fazemos parte dele, recebemos informação sobre o estado do corpo – bem
estar, mal estar através do
sistema nervoso simpático e parassimpático
recebemos a sensação do estado atual do nosso corpo.
Com o sentido do tato sentimos as fronteiras do nosso corpo físico, o sentido
da vida informa-nos sobre o estado dos processos metabólicos que formam nosso
corpo vivo, algo que está em constante vir a ser.
No
Sentido do Movimento – temos a sensação do nosso
movimento, normalmente só temos “consciência” de um movimento após o termos
efetuado, na verdade o movimento baseia-se no nosso músculo que necessita
contrair certas zonas e descontrair outras para que o movimento nasça , é a
noção do estado da nossa musculatura que nos é transmitido pelo sentido do
movimento. Como imagem; a imagem da orquestra e do que se passa entre os vários
naipes e o solista. * Para Rudolf Steiner o sentido do movimento transmite-nos
a sensação de liberdade – o pássaro em nós.*
O
Sentido de Equilíbrio – é o sentido que tem um órgão
especial que são os canais semicirculares no nosso ouvido interno , permite que
ao movermo-nos de um lado para o outro não deixemos para trás o que vive no
corpo. Quando me desloco carrego comigo o meu corpo – a sensação de paz interna
é-me conferida pelo sentido de equilíbrio.
Os Sentidos Médios (exteriores) –
Sentimentos
O
Olfato – o cheiro é-nos veiculado pelo
elemento ar, eu cheiro porque o ar carrega substâncias que atuam sobre o nariz,
existem mais de 4000
odores. p.ex: O olfato transporta-nos para
memórias de infância. O que nós pensamos o animal cheira. O cão diferencia o
mundo à sua volta através do cheiro
O
Gosto ou Paladar – o gosto revela-nos as
características das substâncias na medida em que elas estão dissolvidas na
água. Existem 4 tipos de sabores que no fundo encontramos em todas as
substâncias vivas – o salgado, o amargo, o ácido e o doce, estes 4 sabores
estão presentes no mundo vegetal e também no mundo dos órgãos; o amargo do fel,
o doce do sangue, o ácido no estômago.
A
Visão – trata-se de um sentido complexo,
mas no fundo o que a visão nos permite é a percepção das cores, mas nos olhos
acabamos encontrando elementos de todos os sentidos inferiores, o tato, a vida,
o equilíbrio, o movimento. A visão eleva de certo modo os 4 sentidos inferiores
e ao fazê-lo permite ao Eu entrar em contacto com a luz do mundo.
O
Sentido Térmico – o calor é uma substância em si,
através do calor mantemos em equilíbrio o nosso mundo interno e assim
permitimos à nossa organização do Eu viver. O sentido calórico não nos diz nada
sobre a temperatura exterior mas sim sobre o equilíbrio entre o calor interno e
externo.
Os Sentidos Superiores – Cognitivos
Nos Sentidos Superiores entramos numa
área especificamente humana onde todos nós encontramos, onde todos somos uma
irmandade.
Como humano queremos salientar o estado evolutivo da humanidade que se destaca
dos demais reinos da natureza, apesar de ser pertencente a todos eles, o mundo
físico, o mundo vegetal e o mundo animal.
O
sentido da Audição – pela audição percebemos que cada
elemento da natureza possui o seu próprio Tom, revelando a sua íntima natureza.
Um metal soa diferente de um pedaço de madeira, assim como a voz humana se
diferencia do som emitido por um pássaro.
Entramos em contacto com a íntima essência de cada ser.
O
sentido da palavra – pela Palavra percebemos a concreta
essência conceitual do pensamento humano.
O
sentido do pensar – pelo sentido do pensar percebemos
o pensar do outro e o nosso próprio pensar, o que nos permite sentir o Homem
como um ser dotado da qualidade de formar conceitos a respeito do que no
exterior vive e vivenciar os conceitos da sua própria existência.
O
sentido do Eu - o
sentido do Eu, nos possibilita sentir-nos unos com outro ser, passando a
senti-lo como a nós mesmos. A possibilidade de nos percebermos como seres
Humanos, verdadeiros, reais e espirituais, capazes de criar e de co-criar sem
perder o conceito de sermos criaturas.
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