quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O Brasil não vai bem, sem indústria e sem educação está fadado ao fracasso.


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                               EDITORIAL DO DOMINGO
O Brasil não vai bem
Vejam que :
Quando se fala em Brasil  muitos são os buracos a consertar, agora o mais importante não se aborda com tanta enfase, este artigo abordará com isenção alguns deles, por isso é que,   um país que pensa no futuro, tal qual fez a Coreia do Sul,  não coaduna com este brutal desmanche e abandono , vejamos. 

 O Brasil de 2014  não tem escola para os seus jovens, como dizer que um país deste vai bem ,  o país só poderia ir  bem, se  tivesse os seus filhos em boas escolas , principalmente os mais fracos financeiramente, se possuísse uma escola básica forte, educadora, democrática e de fácil acesso,  vencido esta etapa  incrementar-se-ia  o consumo espontaneamente.
Tudo que se fala de empregos no setor consumo,  perde o sentido  com a morte do setor produção  e a ausência da cidadania com responsabilidade e comprometimento com a sua pátria,  sendo  a Escola a sua maior arma.
Quem não entender assim,  está anestesiado, obnubilado, ludibriado pelas propagandas midiática que torram os cérebros diuturnamente ou não gostam do povo brasileiro, não gostam do Brasil , não conhece e nem  gosta do jovem necessitado, não conhece a realidade das famílias da periferia.
Eu conheço a matéria e muito.
Vivo encastoado neste povo.
Iderval Reginaldo Tenório

Caros amigos,  vocês sabiam que os lares de classe media e média baixa brasileira esqueceram  de estudar? esqueceram de valorizar a escola, desaprenderam que é a escola o maior patrimônio de uma sociedade? Agora amigos,  todas têm tablets, computadores, geladeiras, fornos de microondas, roupas de marcas, tênis, televisores leds, carros, motos,  telefones e só comem festfood (comida rápida), tudo devido esta avalanche irresponsável de consumo, que só serve para mandar as divisas brasileiras para o exterior e comer o patrimônio da nação,   uma vez que o país pouco produz , muito consome e que os empregos gerados são no setor de consumo, este setor apenas incrementa a importação do que não se produz , tudo que se consome vem  de fora.

 Consome-se muito e nada se produz, então  tem que comprar do exterior (importar) . Exporta-se as suas commodities como  carnes, algodão, madeira, soja ,  ferro in natura e  outros minerais a preços baixos ,  e  depois voltam com agregação de valor em formas de equipamentos, roupas, sapatos, utensílios de uma maneira em geral, chaves de precisão, tesouras etc e etc, a coisa está feia.

A nossa matéria  prima deveria  ser  usada no país   na fabricação dos manufaturados , na industria pesada , no desenvolvimento de tecnologias agregando valores e na geração de  empregos neste setor, o setor de produção que oxigena o verdadeiro PIB.

Roupas, sapatos, Carros , maquinas , televisores celulares e o diabo a quatro são importados ou aqui montados , vejam bem, não são fabricados aqui , são montados, as peças vêm de fora, vêm encaixotadas  do exterior , são importadas e levam toda a economia da nação.

O PIB brasileiro além de crescer pouco, não cresce no setor de produção, que gera riquezas , a cada ano que passa a indústria brasileira míngua e mais  itens de consumo são importados, as indústrias migram para regiões com menores custos de produção.
 Comecem a olhar as etiquetas dos produtos aqui consumidos e vejam onde são fabricados, muitas destas fábricas são de brasileiros que as transferiram para os tigres asiáticos à procura de incentivos à produção, está aí a diferenciação do PIB.  PIB bom é aquele que cresce tendo a participação deste setor em maior percentagem, é um PIB que gera riqueza , exporta o que sobra e tráz divisas para a nação.

           Voltando ao setor Educação, tema atrelado ao PIB e à produção.

Procurei um livro numa destas casas e não encontrei, procurei um jornal, não encontrei, vi muitos carregadores de celulares, muito xampu e perfumes, fiquei assombrado, não vi um jovem estudar, está matriculado , mas não tem aulas, não tem  professor, não tem livros, não tem merenda e nem transportes, o governo ensinou isso aos pais e às crianças,  os pais compram tudo, consome tudo , não priorizam a escola, foi isto que aprenderam com os gestores.

Os lares precisam é de escolas, os jovens precisam aprender que tem que estudar e para estudar tem que ter escolas boas. O Brasil  está fabricando um exército de consumidores de bens importados e não está ensinando a produzir , pior meus amigos, ainda existe um grupo de homens que diz que isto é bom, será que estes homens estão certos? Será que esta penca de shoppings é bom para a nação ? será que não é uma das maneiras de empobrecer o  país? Será que não é  uma das técnicas para mudar os costumes , a cultura e o orgulho de sua  terra?

Amigos eu não acredito em progresso ou em desenvolvimento sem escolas,  de nada adianta se o jovem não estiver na escola, eu inclusive acredito que,  isto é um atraso, é subserviência aos dominantes,  um dia não tem mais nada para vender, um dia aparecem outros fornecedores de commodities para os nossos compradores como aconteceu com o café, com o cacau e com outros produtos, nesta época o pais cairá no ostracismo de uma vez, o fosso será maior.

                         O BRASIL NÃO VAI BEM. TEM QUE INVESTIR PESADO NA EDUCAÇÃO.  

Seria importante enxergar que o país não retirou do limbo os 40 milhões de brasileiros , o que aconteceu foi o aporte de dinheiro para as mãos de milhares de consumidores sedentos por comprar coisas descartáveis  ,  coisas de plásticos, de  fibras artificiais, coisas que precisam ser substituídos de quando em vez, alimentando os cofres dos fabricantes do além mar e matando a industria nacional, na verdade o que aconteceu foi o empobrecimento da nação, a venda do seu patrimônio, das suas commodities    e da sua inteligência, os povos do além mar estão gostando e torcendo  para que o pais continue subserviente, sem industria, sem educação e sem cidadania.

Amigos , seria bom   se todo este dinheiro fosse carreado para as  escolas,  os  livros,  aulas de cidadania ,   aulas de responsabilidade    nas quais fossem informado que o cidadão tem que viver do suor do seu próprio rosto, que o cidadão não deve aceitar presentes, benesses ou agrados de outro cidadão, que é melhor o seu feijão com farinha do que o filé da vizinha, que é melhor ser cabeça de um bicho pequeno do que rabo de um bicho grande, que só cresce quem nasce pequeno, que o homem quando cresce com as suas forças a vitória é mais digna e mais respeitada, que o maior patrimônio do ser humano é o seu cérebro acoplado à ética, ao respeito e ao trabalho , que nada fácil tem sentido e que o sucesso está dentro de cada um, basta estudar, basta valorizar os seus pais,a sua família, os verdadeiros amigos  e principalmente os seus professores que só pensam no bem e para o bem , sair deste trilho é caminhar para uma vida obscura, para um futuro sombrio. 
     

NEM SARNEY, NEM COLLOR, NEM FERNANDO, NEM LULA E NEM DILMA ENXERGARAM ISSO, TEM QUE MUDAR OUTRA VEZ , CASO O ELEITO  NÃO  ENXERGUE ESTE FATO COMO PRIORIDADE, DOU O CASO POR PERDIDO.
JOGO A TOALHA.
 MUDA-SE OUTRA VEZ.

 É FRUSTRANTE SE ISTO ACONTECER.



Iderval Reginaldo Tenório

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O EMPOBRECIMENTO DA MEDICINA BASE-O DINHEIRO DA SAUDE JOGADO NO EXTERIOR NA COMPRA DE APARELHOS

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O Mais Médicos e o Brasil
SE FOSSE PENSANDO NO BINÔMIO  MÉDICO/PACIENTE SERIA UMA MARAVILHA. 

Brasileiros , como médico formado em 1982  pela UFBA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA) enxerguei no MAIS MÉDICOS  a confirmação do meu pensamento sobre a medicina mundial capitalista, que conseguiu implantar no Brasil o seu modelo consumista .

Modelo  seletivo, elitista,  caro, aparelhado  , excludente , exibicionista e  que foi o escolhido ou imposto  à Medicina Brasileira  pelos países dominantes. Este  modelo fez com que o curso se prolongasse por mais três ou cinco anos para a  especialização, um bem  necessário, muito ovacionado e valorizado e que  tem sido  uma das causas do afastamento do médico para com a  população carente.
Citarei alguns fatores que trarão clareamento para a medicina brasileira como um todo.
1-O modelo escolhido e imposto ao Brasil  traz embutido a obrigatoriedade de altos investimentos na formação dos seus profissionais, tarefas estas que  ficam a dispêndio das  famílias de onde saem  estes Esculápios. Foi feito um cálculo e chegou-se à conclusão que,  cada médico custa  para a sua família de 600 a 800 mil reais,  do inicio da educação até  o inicio definitivo da vida laboral sem esquecer que,  nos dias atuais,   mais de 80%  são oriundos de escolas particulares.

2-O modelo imposto faz com que,  milhões de dólares dos cofres públicos e da população que custeiam a saúde ,  sejam transferidos para os países donos das tecnologias na aquisição de equipamentos, medicamentos , cursos, viagens, livros , peças de reposição e descartáveis, levando a crê que este modelo agrada aos poderosos americanos e europeus, uma vez que sugam mais de 50% de todo o orçamento  brasileiro da  saúde, que deveria ser chamado de : Orçamento misto  da Saúde, 50% para o Brasil e 50% para os países do G8(equipamentos e manutenção).

3-O modelo imposto faz com as instituições sigam ao pé da letra as instruções emanadas do G8,  título de especialista, manuseio de equipamentos, consumo de produtos descartáveis,   como se uma prova teórica fosse mais importante do que a experiência de mais 15 a 25  anos na prática de uma função médica  numa grande unidade publica, numa   de ensino , num hospital regional que atende todos os tipos de doenças ,  na escola da vida e da necessidade profissional local, quando o profissional ali radiucado exerce todas as especialidades salvando a população de todas os tipos de doenças , este merece respeito.

4-O modelo imposto faz com que,  os médicos generalistas percam totalmente o seu valor, faz com que estes  profissionais fiquem  à margem do progresso, na contra mão do exercício profissional e a mercê de  a qualquer momento sejam convocados ao seu Conselho  para responder por procedimentos realizados, mesmo que bem realizados, tudo por não possuir  os tais títulos impostos pelas entidades , na sua grande maioria desnecessários, pois para atender na medicina de baixa complexidade basta ser médico bem preparado, basta que seja um bom médico, que é a regra .

5-O modelo imposto ao país faz com que , mais de 54% ( 254 mil) dos 400 mil médicos brasileiros  possuam  e exerçam uma ou duas especialidades, muitas tão seletivas , que  afastam em definitivo aquele profissional da medicina assistencialista, sobrando apenas 146 mil médicos generalistas . Destes 54%  que somam mais de 254 mil profissionais, apenas  40% continuam sendo verdadeiros médicos assistencialistas, os demais, 60%,  depois de cinco anos esquecem-se do estetoscópio, da semiologia abdominal , torácica e emocional  , do tensiômetro , da famosa anamnese, do diálogo e da compaixão, estes se transformam em elitistas por profissão, por necessidade labutam em grandes centros , em serviços fechados bem equipados e se acham incapacitados de atuarem no campo, na linha de frente. Não citarei as especialidades  por ser do conhecimento de todos que militam na área, estes somam mais de 150 mil profissionais, dilacerando a média de 1,8 médicos para cada 1000 habitantes. Estes profissionais se afastaram tanto da medicina básica,  que seriam incapazes de assumir um plantão numa unidade médica no interior do país para fazer a mais nobre atividade da medicina que sempre foi soberana: A CLÍNICA MÉDICA.

6-O modelo imposto ao país faz com que, o médico brasileiro  custe muito caro, impôs um alto custo de manutenção e só saiba atuar assessorado por tecnologia de ponta  em substituição à consagrada  e soberana clínica, afastando estes profissionais dos distantes grotões  deste imenso pais continental. Atrelada a desconfiguração  da verdadeira medicina pregada  pelo pai Hipócrates , pelo  deus da medicina  Esculápio ou Asclépio vem os governos,  anos após anos sangrando o orçamento da saúde publica,  diminuindo a escola publica de qualidade em todos os níveis, do primário à formação do médico,   escanteando  a  assistência  de baixa complexidade à população de baixa renda , reforçando com  a baixa remuneração dos profissionais, precarizando os vínculos trabalhistas,  implantado a  falta de segurança nos ambientes de trabalhos, forçando os profissionais viajarem de município em município à procura  de melhores salários, levando a um grande número de óbitos por acidentes, tangenciado o que diz a constituição Federal de 1988.

7-O modelo imposto faz com que,  o governo consiga convencer a população que o vilão deste caos é a vontade do médico, que o culpado é o não compromisso dos profissionais da saúde, quando na verdade são os médicos , como as comunidades , vitimas.

8-O modelo imposto priorizando a alta complexidade contempla os donos das tecnologias e das patentes, com uma única diferença, enquanto por lá eles investem de 2 a 14 mil dólares por cidadão para a saúde, aqui não ultrapassam 400  dólares. Como exigir isonomia nas medicinas praticadas sem contar que ao priorizar a alta complexidade metade deste 400 são remetidos em equipamentos , insumos e manutenção.

Fechando este comentário posto algumas alternativas.

1-Que as Instituições passem a valorizar mais os médicos sem especialidades, médicos  de comprovado saber.
2-Que mesmo na mais sofisticada especialização  seja o médico  obrigado a continuar a exercer a soberana clinica médica.
3-Que os médicos brasileiros não precisem em sua grande maioria se especializarem tanto, uma vez que,  este modelo nada mais é do que a evangelização do profissional para a utilização dos recursos tecnológicos do além mar e isto os deixam orgulhosos, isto  tudo fruto da imposição do G8.
4-Que os médicos passem a atuar com contratos trabalhistas de sustentabilidade,  com todos os diretos trabalhistas  como todos os trabalhadores deste país.
5-Que a Clinica seja bem valorizada , que aproxime os profissionais dos seus pacientes e volte à sua soberania.
6-Que os Prefeitos percam qualquer autoridade  sobre os profissionais médicos e os conflitos sejam resolvidos por um governo central , com muito respeito ao cidadão.
7-Que um dia os médicos possam  viver e sobreviver  dignamente com os seus  ganhos da aposentadoria, hoje totalmente inexequível.
8-Que as Escolas Públicas de Medicina sejam melhoradas,  que os Hospitais Universitários possuam as mínimas condições,  que as vagas  ampliadas não sejam  entregues ao  ensino privado.
Acredito que , com este relato ficou claro que o médico brasileiro não é contra o mais médico , pois seria uma insanidade,  seria o esquecimento de tudo quanto se aprende na Universidade,  o  médico brasileiro está contra  é ao modelo aplicado, o modus operandi ,  é contra os contratos sem contratos, contra o atropelamento das leis vigentes para o exercício da profissão e contra os nebulosos acertos feitos entre os gestores do programa.
Enfim, o médico brasileiro é a favor da assistência ao povo brasileiro, agora que seja bom para todos, que seja bom  para o governo, para os médicos e os seus familiares, mas, principalmente, que seja bom, ótimo  para o povo, e para o povo mais povo, aquele que  não conhece nem o pão que tem direito.
Iderval Reginaldo Tenório

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ZABÉ DA LOCA- ZABÉ DO PIFE




ZABÉ DA LOCA- ZABÉ DO PIFE

Amigos do blog cultural, quem tem cultura sabe o que diz e entende do que é bom, uma das maiores artistas plásticas do Brasil a Mineira de Nanuque Almira Reuter , diante de sua sensibilidade , percepção e garimpadoura de talentos não poderia ficar calada diante do talento e  importância da minha querida Zabé da Loca, provavelmente um dos fenômenos da cultura brasileira que nasceu,  viveu e continua no esquecimento. Almira me disse "Reginaldo taí uma mulher que você poderia colocar no seu blog", e eu obedecendo a ordem de uma das maiores divas das artes brasileiras  só tenho é que agradecer a audiência de tão importante artista.

É o Brasil que não reconhece os valores dos seus filhos, viva a mídia e os produtores culturais que olvidam os verdadeiros talentos culturais do seu povo.
Iderval Reginaldo Tenório
 
 
 
ZABÉ DA LOCA- ZABÉ DO PIFE
Tocadora de pífano.

Tornou-se conhecida como Zabé da Loca quando morou por 25 anos numa loca (gruta). Retirou-se do sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Conheceu logo o trabalho rural, sem chances de freqüentar a escola. Aos sete anos aprendeu a tocar "pife" com o irmão Aristides, do qual, já adulta, não soube mais o paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito, de fome, sede e doença. Passou a vida entre o trabalho com a enxada e o ofício do pífano. De aparência frágil, com 1 metro e meio de altura, olhos azuis e rosto, desde cedo, marcado pelo trabalho ao solo, teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas em que trabalhou quando jovem. Por conta desta situação, engravidou e deu a luz a uma menina. Mais tarde, encontrou seu companheiro, Delmiro, de quem mais tarde ficou viúva, e com quem teve dois filhos. Com grandes dificuldades de ordem financeira, ao ter sua casa desmoronada, Zabé foi morar com a família sob duas pedras na Serra do Tungão, permanecendo lá por 25 anos. Precisando trabalhar na roça, e não tendo com quem deixar as crianças, cavava buracos no chão, sob as sombras da árvores, cobrindo-os com trapos, para que ficassem ali protegidas até o fim de sua jornada de trabalho. Em 2003, passou a morar no assentamento Santa Catarina, município de Monteiro, sertão do Cariri na Paraíba, distante 322 quilômetros de João Pessoa. A loca de Zabé continua intocável e deve se transformar num ponto de visitação turística e de preservação cultural.

Zabé da Loca, rainha do pife

by Rebêlo
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Paulo Rebêlo*
Revista Carta Capital
Ed. 454 – 25.julho.2007
Aos olhos de um Brasil que desconhece o Brasil, a descrição de Isabel Marques da Silva se parece com a descrição de uma típica mulher do sertão nordestino. Aos 84 anos, é alcoólatra, fumante compulsiva, tem as marcas do trabalho pesado nos pés, carrega no rosto os profundos vincos formados por anos de exposição ao sol forte, criou-se e formou-se com a enxada na mão.
 
      Seus dias parecem se resumir a apreciar, à soleira da porta, a mesma paisagem seca que a acompanha há décadas, olhar as mesmas pessoas que passam por aquele distante pedaço de terra quase perdido na fazenda Santa Catarina, uma região permeada de rochas gigantes a 20 quilômetros de Monteiro, sudoeste da Paraíba.

               Isabel, a Zabé da Loca, é sem dúvida uma sertaneja, mas de comum tem apenas a aparência. Porque para um Brasil que desconhece o Brasil, pouco adianta dizer que ela é a rainha do pife, esse instrumento rústico de som agudo, uma flauta com nove orifícios que se assemelha ao oboé italiano, feito a partir de vários materiais. Entre os pifes utilizados por Zabé em quase oito décadas de dedicação, é possível encontrar até um instrumento de PVC.
E é com os pifes e uma pequena banda formada por amigos e familiares que Zabé da Loca roda o Brasil, quase sempre em festivais de música popular. Ao menos “enquanto tiver força para viajar por esse Brasil que é bom todo”, como ela mesma diz, entre uma tragada e outra de fumo-de-rolo, amassado num pedaço de papel tirado do bloquinho de anotações. Haja força e resistência para quem passou quase 30 anos em uma loca (gruta) entre duas grandes pedras, no alto da Serra do Delmiro, nome do marido já falecido, também conhecida como Serra da Matarina.

                Foi da loca que nasceu o apelido e depois nome artístico pelo qual é conhecida não apenas no Cariri paraibano, mas em todas as cidades por onde passou e mostrou seu trabalho. O ofício de tocar pífano, ou “pife”, como é mais conhecido por essas bandas, ela aprendeu aos 7 anos com o irmão Aristides, de quem não sabe o paradeiro. Nascida em Buíque, no agreste pernambucano, logo criança veio com a família e outros retirantes para o sertão paraibano, de onde não saiu mais. Trabalhou sozinha com a enxada e conseguiu construir uma casa de taipa na serra, longe de tudo e de todos. “Para ninguém me incomodar”, completa. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito: de fome, de doença, de sede, de cansaço.
Zabé conta como foi morar, por necessidade, dentro de uma gruta, no meio de uma fenda entre duas rochas. Após um acidente que destruiu a casa de taipa, sem dinheiro e viúva (o marido morreu de infarto, na mesma serra, enquanto procurava por água estocada nas rochas), foi na pequena gruta que criou os três filhos, que hoje nem sequer a visitam. Ao sair para trabalhar com a enxada, ela cavava buracos nas sombras das árvores e os deixava lá, protegidos por trapos, enquanto ia cultivar a pouca comida que a natureza permitia tirar da terra. Quando o sol se punha por trás das rochas e caía a noite, era o som do pife que minimizava a dor da fome e espantava os fantasmas, dando força para enfrentar o implacável frio noturno do Cariri.

 Encontrar Zabé em casa é fácil. Quando não está Brasil afora em apresentações, passa o dia à beira da porta, de olho na rua. Difícil é encontrar a casa. Na estrada que sai de Monteiro em direção ao município de Sumé, é preciso entrar no meio das terras da fazenda Santa Catarina, pegar um trecho de 15 quilômetros de barro e pedregulhos. Várias entradas à frente, chega-se finalmente ao sítio Tungão, onde Zabé mora sozinha em uma pequena casa de quarto e sala, praticamente sem móveis. A surdez se agrava com o passar dos anos. Ela não entende muito bem a saudação, mas abre um sorriso maroto e quase juvenil quando pergunto se é mesmo a famosa Zabé da Loca, a Rainha do Pife.

 Não demora e os amigos se reúnem ao redor da casa, que em uma linha imaginária fica a uns 30 minutos abaixo da sua antiga gruta, abandonada há cerca de dois anos, mas que ainda mantém as mesmas características de quando Zabé morava lá.

Conhecer a loca de Zabé é um pouco mais complicado. Ela não tem mais a força de antigamente e, suspeita-se, talvez nem vontade de voltar para revisitar um passado de triste lembrança. Talento reconhecido regionalmente, Zabé foi agraciada pelo governo da Paraíba com dois salários mínimos todo mês (ela ganha um salário do INSS, de aposentadoria como trabalhadora rural) por meio de um programa que premia os mestres da cultura popular. No sertão, com três salários mínimos é considerada “rica”, a ponto de atiçar a inveja alheia, que precisa ser gerenciada pela amiga, vizinha e companheira de banda Josivane Caiano da Silva, tocadora de prato. É ela quem cuida dos remédios e da agenda.
 

 Um dos melhores amigos de Zabé nos leva para um tour pela região ao redor da gruta. Antônio Soares da Silva, o Pitó, mostra o caminho das pedras (literalmente) serra acima, até chegar à loca. São quase 40 minutos de caminhada. Há dois anos, a gruta virou cenário de um luau em comemoração ao lançamento do segundo CD, parte da coletânea Cânticos do Semi-Árido. Foi a última vez que Zabé se aproximou da antiga casa. Pitó mostra como ela usava as pedras para fazer o xerém (canjiquinha, para os paulistas) com o milho e os buracos nas rochas para armazenar água da chuva, procedimento utilizado por quase todos na região. O sol começa a se pôr. Zabé nos espera com touca, manto, um pife improvisado, um fumo-de-rolo e um bule cheio de café passado na hora, no velho fogão a lenha, um dos seus xodós. “É bom todo”, responde, enquanto ajeita o resto de lenha


Zabé da Loca - YouTube

www.youtube.com/watch?v=pL6YoVqGa9I
05/09/2008 - Vídeo enviado por vaquejadanoar
Depois da Sanfona de 8 Baixos o Pife é o instrumento de que mais gosto, pois tal como a Sanfona de 8 ...
  • Reportagem Globo Rural Zabé da Loca - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=2B17Jnn2XJE
    13/01/2011 - Vídeo enviado por Vinicius Araújo
    Reportagem que mostrou a "pifeira" Zabé da Loca. Muito emocionante vale a pena assistir.
  • ZABÉ DA LOCA: FULÔ DO MAMOEIRO - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=7tEDOB3NZTs
    07/04/2012 - Vídeo enviado por José de Anchieta Barros
    A pifeira Zabé da Loca aos 88 anos, prova o seu amor pela Cultura Popular Nordestina. Durante 25 ...