domingo, 16 de junho de 2013

JOGO DO BRASIL EM BRASILIA

Outro dia um   famoso repórter Pernambucano na véspera de uma partida entre o Brasil e outra seleção, perguntou a um roceiro do Ceará. 

__Seu José das Pamonhas, o senhor acha que o Brasil vai ser campeão da Copa?

                     Seu José responde.

__Home, o  sinhor é da Globo? É da televisão? Inscreva no jorná e firme pra televisão aí seu repórti:

__In fitibó seu moço, o Brasí é o mió, quero vê é na Inconomia, na Saúde e principarmente na Inducação, aí sim, eu queria que o Brasí  fosse Campião. Inscreva aí.


Ativistas e estudantes passam por nuvem de gás lacrimogênio


Torero na cativa: Festa armada

JOSÉ ROBERTO TORERO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM BRASÍLIA




O problema do estádio Mané Garrincha não foi dentro, foi fora do estádio.
As barreiras de segurança foram armadas muito longe da entrada, e assim grande parte do público teve que camelar um quilômetro debaixo de um sol infernal. Para piorar, o caminho tem poucas árvores.
A solução para muitos foi parar numa das barracas de cerveja maquiavelicamente espalhadas pelo caminho (Brahma: R$5,00; Budweiser: R$ 6,00).
Mas o mais grave foi a presença massiva da polícia.
Havia centenas de policiais armados, carros blindados, motociclistas passando sobre canteiros, cavalaria e dezenas de carros que ficaram com suas luzes vermelhas piscando o tempo inteiro. Tudo para reprimir uma manifestação de adolescentes cheios de espinha, que devem ter marcado o protesto pelo Facebook.
Uma atitude antipática que pode explicar, em grande parte, as vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff antes de seu curto discurso, na abertura.
  1. Música e Trabalho: O Pequeno Burguês (Martinho da Vila)

    Nos primeiros versos, o poeta Martinho da Vila já denuncia: as universidades públicas eram para os brancos e ricos, ...
    • HD
  2. Martinho da Vila - Pra que dinheiro e Pequeno Burgues DVD

    Trecho do mais novo DVD de martinho da vila... confiram...





O Brasil se prepara para a copa de 2014.

                     
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O Brasil se prepara para a copa de 2014. 
O mundo passa pela maior crise financeira  dos últimos 100 anos, segundo os especialistas, maior do que a crise de 1929.  

É com  este cenário que se discutem os investimentos na área esportiva em detrimentos das áreas nobres que engrandecem um povo (Saúde, Educação e Cultura). Os outros setores como segurança, transporte e moradia são derivados destas mencionadas áreas nobres classificadas por este mortal.


É natural e motivo de orgulho uma nação sediar um grande evento, como também é natural e motivo de orgulho quando este evento traz,  promove  e deixa  bons legados após a sua realização. 

                                                            Abrindo um Parêntese:


Não considero este tipo de esporte (o futebol comercial) um esporte educativo, o que se vê é uma gleba de cidadãos se enriquecendo em todo o mundo dirigindo este grande negócio, seja nas Confederações, nos Clubes, na Mídia , na fabricação dos equipamentos utilizados na sua prática e na supervalorização dos gladiadores da atualidade , que fazem das tripas coração para se manterem na ativa. Poucos escapam ilesos e de bem com a vida, a maioria  com o corpo em frangalhos, com seqüelas em conseqüências de  fraturas, contusões e alguns com a sensação de mito, com raras exceções atingem este patamar . A grande maioria não chega ao pódio , neste tipo de negócio o que vale é o que se ganha, o valor pecuniário. É a negociata a regra do jogo, nele prosperam escancaradamente a discórdia, o desleixo, a desumanidade, a irresponsabilidade, a pouca prática da ética e o fanatismo, raras são as exceções neste viés.


O pior de tudo isso é que todas as contas são pagas com o suor do povo da seguinte maneira:
1-Quando o Estado constrói os Estádios com dinheiro público, quando deveriam ser construídos com um percentual  dos atletas, pois é daquela arena que ganham o pão de cada dia, com um grande  percentual  dos clubes ,  dos cartolas, dos  veículos que exploram e   dos fabricantes de equipamentos.
2-Quando os torcedores vão aos Estádios e pagam os ingressos, quando   compram os equipamentos(camisas, bebidas, chuteira,bolas e etc) e quando  a população brasileira compra os produtos dos patrocinadores e neles  embutidos todos os valores repassados pelos inebriantes e caros  comerciais  para poder sustentar os grandes salários das estrelas  e todos os luxos pertinentes .


Voltando ao assunto principal, quais serão os grandes  legados da copa 2014 após esta mega enxurrada de dólares, enxurradas  nas construções de grandes  arenas com o dinheiro dos estudantes e dos doentes. 

                                

Seriam os mesmos legados  deixados para  a Grécia após as olimpíadas de Atenas?        Para a África do Sul  depois da grande copa do mundo 2010, que após 14 meses já se pensou até em demolir os Estádios por total falta de condições de manutenção das arenas pelos poderes públicos, chegando a gastar mais de 20 milhões por ano só  com a arena maior?  segundo os estudiosos no assunto ,existem mais de 75 grandes arenas no mundo que não se pagam e não se sustentam, funcionando como verdadeiros elefantes de presépio, inclusive na Europa e nos EUA. 

Sobrevivem e escapam devidos os grandes shows musicais.


O Brasil caminha a passos largos para a mesma situação, as arenas de Brasília, Natal,   Manaus e Cuiabá jamais serão utilizadas com viabilidade para futebol após a copa, não possuem times suficientes, não possuem público, nem rendas esportivas e nem bilheterias para grandes eventos musicais, ficarão no abandono, consumindo ainda mais o suor do povo para as suas manutenções tal qual   consomem hoje nas  suas construções. O preço  médio para o governo é de 800 milhões por cada uma. 

Indo um pouco mais adiante, indago se seria mesmo necessário mais uma arena na Bahia uma vez que já existem dois estádios médios e bons, Pernambuco possui três estádios e o Ceará dois, pergunto  para que tantos estádios tão próximo um do outro: Ceará, Bahia, Pernambuco e Natal.


Indago com perplexidade: Quantas escolas seriam construídas, quantos gênios artisticamente seriam revelados, quantos hospitais seriam recuperados , quantos professores , médicos , engenheiros e técnicos seriam graduados , em contra partida , quantas vagas nas penitenciárias seriam fechadas, fechadas  simplesmente por falta de ocupantes , uma vez fossem mudados os planos com a destinação correta deste fantástico montante subtraído da saúde, da  educação e da cultura?  Amigos, fica a pergunta no ar.

Eu sou brasileiro, penso no futuro do povo, penso num Brasil mais igual, penso numa nação para todos.Pensem e reflitam sobre o assunto, estudem outras matérias e discutam com os amigos, coloquem nas suas pautas.

Eu sou pela copa, Eu sou pelo Brasil. Eu sou pelo povo. Eu sou pelo emprego dos recursos na Educação, inclusive no Esporte Escolar e no  Esporte Amador. O Esporte Comercial tem força para se manter. Brasil , diga sim  a mais recursos para Saúde, Educação e Cultura, os frutos virão de safra em safra e o maior produto será o engrandecimento do ser humano. O Futebol profissional é adulto, é comercial, é pecuniário, tem pernas próprias, tem os seus arquimilionários e deveria sim, investir parte dos seus lucros no esporte escolar, amador e em todas as atividades da educação.   

                                         Iderval Reginaldo Tenório

                                   QUERO A SUA OPINIÃO
VEJAM O FILME NO FIM DA POSTAGEM


                      QUERO A SUA OPINIÃO
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Dercy Gonçalves morreu e foi pro céu...

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Marcelo Reis   ENVIADO POR MARCELO REIS
 
Dercy Gonçalves morreu e foi pro céu...
 
- Porra tá frio aqui em cima.
- O céu não tem temperatura, minha senhora – pondera um porteiro celestial de plantão..
- Não tem o cacête. Tá frio sim senhor – insiste Dercy.
... - Prefere o inferno? Lá é mais quentinho!
- Manda tua mãe pra lá. Cadê o Pedro?
- Pedro só atende aos purificados.
- E eu tô suja por acaso? Tô cagada, esporreada?
- Você primeiro tem que passar pelo purgatório, ajustar umas continhas…
- Não devo nada a viado nenhum.
- Você foi muito sapeca lá por baixo.
- Como é que você sabe? Andava escondido debaixo das minhas saias?
- Dercy, daqui de cima a gente vê tudo.
- Vê porra nenhuma. Vê a pobreza, a violência, meninas de 4 anos sendo estupradas pelos pais, político metendo a mão no dinheiro dos pobres, carinha cheirando até bosta pra ficar doidão? O que vocês vêem? Só me viam?
- Você fala muito palavrão.
- Eu sempre disse que o palavrão estava na cabeça de quem escutava.
Palavrão é a fome, a falta de moral destes caras que pensam que o mundo é deles. Esses goelas grandes e seus assessores laranjas, tangerinas e o cacête!
- Está vendo? Outro palavrão.
- Cacête é palavrão, seu porteiro do caralho? Palavrão é a Puta Que o Pariu!
(silêncio por alguns segundos)
- Seja bem vinda Dercy.. Sou Pedro. Pode entrar.
- CARAAAAAALHO! Não é que eu morri mesmo?! Vou p/o purgatório?
- Não, pelo purgatório você já passou. Foram 101 anos de Brasil. Agora, venha descansar!
 
  1. Miniatura 3:31
  2. Originais Do Samba - Se Gritar Pega Ladrão

  1. de Granuhha
  • 3 anos atrás
  • 456.678 views
  1. Participaram de festivais e ganharam discos de ouro pela vendas de suas gravações, principalmente nos anos 70, combinando o ...
    1. Se gritar pegar ladrão

    • 3 anos atrás
    • 309.462 views
    1. Vídeo produzido com música do Bezerra da Silva e imagens tiradas da net.
    1. Se gritar pega ladrão...

    • 5 anos atrás
    • 321.938 views
    1. Clipe que fiz para a música Reunião de bacana do grupo Originais do Samba Homenagem aos políticos corruptos.
    1. Se pegar pega ladrão - Bezerra da Silva

  • sexta-feira, 14 de junho de 2013

    VOTO CONSCIENTE- NÃO SE EXTRAEM PELOS POLITICOS


    MENSAGEM PARA OS ELEITORES 2014. VOTO CONSCIENTE É O EXERCÍCIO DA CIDADANIA. VOTEM PARA O BEM DA COMUNIDADE E NÃO PENSANDO APENAS EM VOCÊ, NO SEU UMBIGO. NÃO DESTRUAM AS FAMÍLIAS POR MIGALHAS EXTERNAS













    MENSAGEM PARA OS ELEITORES 2012.
    VOTO CONSCIENTE É O EXERCÍCIO DA CIDADANIA.
    VOTEM PARA O BEM DA COMUNIDADE E NÃO PENSANDO APENAS EM VOCÊ, NO SEU UMBIGO.
    NÃO DESTRUAM AS FAMÍLIAS POR MIGALHAS EXTERNAS.


    Estive no Sul do Ceará e senti o calor da Campanha Eleitoral entre os populares. Na verdade o que existe é um grupão de três cabeças, cada uma querendo puxar a campanha e os votos para o seu lado, digo um grupão porque os seus componentes fazem parte da mesma corrente, fazem parte dos dois partidos que dirigem a nação- O PT de Lula e Dilma ,o PMDB  do Sarney e PSDB do Aécio e do Serra, para onde os votos forem cairão no mesmo buraco, na mesma caçapa.

    Os líderes e os cabeças são politicamente falando amicíssimos , na verdade lutam apenas para saber quem conduzirá a tocha da vitória, não existirá perdedor ou não existirão perdedores no cume da pirâmide , tudo é questão de tempo, mais tarde estarão no mesmo barco, nas mesmas salas , nos mesmos restaurantes compartilhando as rodadas de Escoceses , Italianos e caviar russo.

    Todos , todos sem faltar uma só vírgula bem remunerados e detentores de grandes patrimônios, apenas revezam , revezam porque continuar no poder por muito tempo cansa , politicamente é chato e dá muitas margens para desconfiança. O acordo é revezar e que briguem as formigas , que briguem os que estão na raia baixa, que briguem os peixes pequenos, que briguem as piabas.

    De sobra e para trás ficarão famílias e seculares amizades estraçalhadas, são piabas que lutam para garantir migalhas para as suas sobrevivências, ferindo escancaradamente até a honra dos seus componentes, famílias que depois do pleito se olharão de soslaio, não mais se tocarão  , ficarão com alguma diferença, tudo pela defesa inconsequente do pão de cada dia e de políticos que só pensam em si . Estes fatos não deveriam ter ligação com o direito da cidadania , que é a liberdade de exercer o ato de votar com o carimbo e a chancela da AUTONOMIA , uma vez que o VOTO É SECRETO.

    Famílias deixem os cabeças disputarem o poder e jamais destruam o mais sagrado vínculo que existe entre os seus componentes , a família é para sempre , a posição política depende do interesse de cada componente e muda de safra em safra, os cabeças sempre ganharão e as formigas sempre serão uma incógnita.

    Exercitem a cidadania, votem conscientemente e lutem por melhores empregos sem a tutela de seres estranhos à sua pessoa, vençam sem padrinhos emprestados e que mudam de idéias de tempos em tempos.

    Eleitores reflitam, pensem e decidam pelo melhor para a comunidade.

    Aproveito este meu comentário e publico do grande Bertold Brecht a mais importante e contundente mensagem para o homem civilizado.

    MEDITEM.( Se os tubarões fossem homens).
    Iderval Reginaldo Tenório
    Se os tubarões fossem homens
    por Bertold Brecht





    Se os tubarões fossem homens, perguntou a filha de sua senhoria ao senhor K., seriam eles mais amáveis para com os peixinhos?

    Certamente, respondeu o Sr. K. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adoptariam todas as medidas sanitárias adequadas. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, ser-lhe-ia imediatamente aplicado um curativo para que não morresse antes do tempo.

    Para que os peixinhos não ficassem melancólicos haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar alegremente em direcção à goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.

    O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam rejeitar toda tendência baixa, materialista, egoísta e marxista, e denunciar imediatamente aos tubarões aqueles que apresentassem tais tendências.

    Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, proclamariam, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não se podem entender entre si. Cada peixinho que matasse alguns outros na guerra, os inimigos que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia uma comenda de herói.

    Se os tubarões fossem homens também haveria arte entre eles, naturalmente. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores magníficas, e as suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos a nadarem com entusiasmo rumo às gargantas dos tubarões. E a música seria tão bela que, sob os seus acordes, todos os peixinhos, como orquestra afinada, a sonhar, embalados nos pensamentos mais sublimes, precipitar-se-iam nas goelas dos tubarões.

    Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa no paraíso, ou seja, na barriga dos tubarões.

    Se os tubarões fossem homens também acabaria a ideia de que todos os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores até poderiam comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles, mais frequentemente, teriam bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem interna entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, polícias, construtores de gaiolas, etc.

    Em suma, se os tubarões fossem homens haveria uma civilização no mar.


    COMENTE ESTA MATÉRIA ,É MUITO IMPORTANTE A SUA OPINIÃO

    IDERVAL REGINALDO TENÓRIO









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    Tubarões contra o cardume de Atuns, Austrália Selvagem - Parte 2

    de Coongo3 anos atrás 23590 views
    Austrália Selvagem - Parte 2. Tubarão Baleia, Baia dos Tubarões e oscardumes de Atuns e sardinhas se proteg







    quarta-feira, 12 de junho de 2013

    nunca teve tantos médicos como hoje Presidente do Conselho Federal de Medicina comenta declarações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha

    Roberto Luiz d´Avila 

    Presidente do Conselho Federal de Medicina comenta declarações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha

    12/06/2013 às 11h09
    Atualizado em 12/06/2013 às 11h09












    CLICAR NA VINHETA DO JÔ. 
                                               

    No Programa do Jô desta terça-feira, Jô Soares conversou com o cardiologista e presidente do Conselho Federal de  Medicina, Roberto Luiz d´Avila, que revelou: “Eu não ganho salário para ser presidente. Hoje, eu vivo de duas aposentadorias.
    Durante o programa, Roberto Luiz d´Avila comentou as recentes afirmações feitas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que faltam médicos no Brasil. “Nunca tivemos tantos médicos, mas nós temos um problema, porque a maioria está concentrada no Sul e Sudeste”, declarou.
    O presidente do Conselho Federal de  Medicina também comentou porque alguns médicos recusam trabalho no interior. “O calote é uma das coisas mais freqüentes e a outra é que eles ficam reféns dos prefeitos”, explicou.
    Roberto Luiz d´Avila participa do Programa do Jô desta terça-feira (Foto: TV Globo/Programa do Jô)
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    Roberto Luiz d´Avila participa do Programa do Jô desta terça-feira (Foto: TV Globo/Programa do Jô)

    terça-feira, 11 de junho de 2013

    BOLSA FAMILIA ENFRAQUECE O CORONELISMO, PRINCIPALMENTE NO NORDESTE-VEJA O QUE A SOCIOLOGA WALQUIRIA L REGO

    Socióloga Walquiria Leão Rego, uma das autoras do livro sobre o Bolsa Família, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila, em SP
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    Walquiria Leão Rego, uma das autoras do livro sobre o Bolsa Família, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila, em SP
    Folha - Como explicar o pânico recente no Bolsa Família? Qual o impacto do programa nas regiões onde a sra. pesquisou?
    Walquiria Leão Rego - Enorme. Basta ver que um boato fez correr um milhão de pessoas. Isso se espalha pelos radialistas de interior. Elas [as pessoas] são muito frágeis. Certamente entraram em absoluto desespero. Poderia ter gerado coisas até mais violentas. Foi de uma crueldade desmesurada. Foi espalhado o pânico entre pessoas que não têm defesa. Uma coisa foi a medida administrativa da CEF (Caixa Econômica Federal). Outra coisa é o que a policia tem que descobrir: onde começou o boato. Fiquei estupefata. Quem fez isso não tem nem compaixão. Nossa elite é muito cruel. Não estou dizendo que foi a elite, porque seria uma leviandade.
    Como assim?
    Tem uma crueldade no modo como as pessoas falam dos pobres. Daí aparecem os adolescentes que esfaqueiam mendigos e queimam índios. Há uma crueldade social, uma sociedade com desigualdades tão profundas e tão antigas. Não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade. Certamente essa crueldade vem da escravidão. Nenhum país tem mais de três séculos de escravidão impunemente.
    Qual o impacto do Bolsa Família nas relações familiares?
    Ocorreram transformações nelas mesmas. De repente se ganha uma certa dignidade na vida, algo que nunca se teve, que é a regularidade de uma renda. Se ganha uma segurança maior e respeitabilidade. Houve também um impacto econômico e comercial muito grande. Elas são boas pagadoras e aprenderam a gerir o dinheiro após dez anos de experiência. Não acho que resolveu o problema. Mas é o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira. É inaceitável uma pessoa se considerar um democrata e achar que não tenha nada a ver com um concidadão que esteja ali caído na rua. Essa é uma questão pública da maior importância.
    O Bolsa Família deveria entrar na Constituição?
    A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos.
    A sra. poderia explicar melhor?
    Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas. É preciso ter uma escola pensada para aquela população. É preciso ter outra televisão, pois essa é a pior possível, não ajuda a desfazer preconceitos. É preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.
    A sra. quer dizer que a ascensão é só de consumidores?
    As pessoas quando saem desse nível de pobreza não se transformam só em consumidores. A gente se engana. Uma pesquisadora sobre o programa Luz para Todos, no Vale do Jequitinhonha, perguntou para um senhor o que mais o tinha impactado com a chegada da luz. A pesquisadora, com seu preconceito de classe média, já estava pronta para escrever: fui comprar uma televisão. Mas o senhor disse: 'A coisa que mais me impactou foi ver pela primeira vez o rosto dos meus filhos dormindo; eu nunca tinha visto'. Essa delicadeza... a gente se surpreende muito.
    O que a surpreendeu na sua pesquisa?
    Quando vi a alegria que sentiam de poder partilhar uma comida que era deles, que não tinha sido pedida. Não tinham passado pela humilhação de pedi-la; foram lá e compraram. Crianças que comeram macarrão com salsicha pela primeira vez. É muito preconceituoso dizer que só querem consumir. A distância entre nós é tão grande que a gente não pode imaginar. A carência lá é tão absurda. Aprendi que pode ser uma grande experiência tomar água gelada.
    Li que a sra. teria apurado que o Bolsa Família, ao tornar as mulheres mais independentes, estava provocando separações, uma revolução feminina. Mas não encontrei isso no livro. O que é fato?
    É só conhecer um pouco o país para saber que não poderia haver entre essas mulheres uma revolução feminista. É difícil para elas mudar as relações conjugais. Elas são mais autônomas com a Bolsa? São. Elas nunca tiveram dinheiro e passaram a ter, são titulares do cartão, têm a senha. Elas têm uma moralidade muito forte: compram primeiro a comida para as crianças. Depois, se sobrar, compram colchão, televisão. É ainda muito difícil falar da vida pessoal. Uma ou outra me disse que tinha vontade de se separar. Há o problema de alcoolismo. Esses processos no Brasil são muito longos. Em São Paulo é comum a separação; no sertão é incomum. A família em muitos lugares é ampliada, com sogra, mãe, cunhado vivendo muito próximos. Essa realidade não se desfaz.
    Mas há indícios de mudança?
    Indícios, sim. Certamente elas estão falando mais nesse assunto. Em 2006, não queriam falar de sentimentos privados. Em 2011, num povoado no sertão de Alagoas, me disseram que tinha havido cinco casos de separação. Perguntei as razões. Uma me disse: 'Aquela se apaixonou pelo marido da vizinha'. Perguntei para outra. Ela disse: 'Pensando bem, acho que a bolsa nos dá mais coragem'. Disso daí deduzir que há um movimento feminista, meu deus do céu, é quase cruel. Não sei se dá para fazer essa relação tão automática do Bolsa com a transformação delas em mulheres mais independentes. Certamente são mais independentes, como qualquer pessoa que não tinha nada e passa a ter uma renda. Um homem também. Mas há censuras internas, tem a religião. As coisas são muito mais espessas do que a gente imagina.
    O machismo é muito forte?
    Sim. E também dentro delas. Se o machismo é muito percebido em São Paulo, imagina quando no chamado Brasil profundo. Lá, os padrões familiares são muito rígidos. É comum se ouvir que a mulher saiu da escola porque o pai disse que ela não precisava aprender. Elas se casam muito cedo. Agora, como prevê a sociologia do dinheiro, elas estão muito contentes pela regularidade, pela estabilidade, pelo fato de poderem planejar minimamente a vida. Mas eu não avançaria numa hipótese de revolução sexual.
    O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
    Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.
    E a questão eleitoral?
    O coronel perdeu peso porque ela adquiriu uma liberdade que não tinha. Não precisa ir ao prefeito. Pode pedir uma rua melhor, mas não comida, que era por ai que o coronelismo funcionava. Há resíduos culturais. Ela pode votar no prefeito da família tal, mas para presidente da República, não.
    Esses votos são do Lula?
    São. Até 2011, quando terminei a pesquisa, eram. Quando me perguntam por que Lula tem essa força, respondo: nunca paramos para estudar o peso da fala testemunhal. Todos sabem que ele passou fome, que é um homem do povo e que sabe o que é pobreza. A figura dele é muito forte. O lado ruim é que seja muito personalizado. Mas, também, existe uma identidade partidária, uma capilaridade do PT.
    Há um argumento que diz que o Bolsa Família é como uma droga que torna o lulismo imbatível nas urnas. O que a sra. acha?
    Isso é preconceito. A elite brasileira ignora o seu país e vai ficando dura, insensível. Sente aquele povo como sendo uma sub-humanidade. Imaginam que essas pessoas são idiotas. Por R$ 5 por mês eles compram uma parabólica usada. Cheguei uma vez numa casa e eles estavam vendo TV Senado. Perguntei o motivo. A resposta: 'A gente gosta porque tem alguma coisa para aprender'.
    No livro a sra. cita muitos casos de mulheres que fizeram laqueadura. Como é isso?
    O SUS (Sistema Único de Saúde) está fazendo a pedido delas. É o sonho maior. Aliás, outro preconceito é dizer que elas vão se encher de filhos para aumentar o Bolsa Família. É supor que sejam imbecis. O grande sonho é tomar a pílula ou fazer laqueadura.
    A sra. afirma que é preconceito dizer que as pessoas vão para o Bolsa Família para não trabalhar. Por quê?
    Nessas regiões não há emprego. Eles são chamados ocasionalmente para, por exemplo, colher feijão. É um trabalho sem nenhum direito e ganham menos que no Bolsa Família. Não há fábricas; só se vê terra cercada, com muitos eucaliptos. Os homens do Vale do Jequitinhonha vêm trabalhar aqui por salários aviltantes. Um fazendeiro disse para o meu marido que não conseguia mais homens para trabalhar por causa do Bolsa Família. Mas ele pagava R$ 20 por semana! O cara quer escravo. Paga uma miséria por um trabalho duro de 12, 16 horas, não assina carteira, é autoritário, e acha que as pessoas têm que se submeter a isso. E dizem que receber dinheiro do Estado é uma vergonha.
    Há vontade de deixar o Bolsa Família?
    Elas gostariam de ter emprego, salário, carteira assinada, férias, direitos. Há também uma pressão social. Ouvem dizer que estão acomodadas. Uma pesquisa feita em Itaboraí, no Rio de Janeiro, diz que lá elas têm vergonha de ter o cartão. São vistas como pobres coitadas que dependem do governo para viver, que são incapazes, vagabundas. Como em "Ralé", de Máximo Gorki, os pobres repetem a ideologia da elite. A miséria é muito dura.
    A sra. escreve que o Bolsa Família é o inicio da superação da cultura de resignação? Será?
    A cultura da resignação foi muito estudada e é tema da literatura: Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego. Ela tem componente religioso: 'Deus quis assim'. E mescla elementos culturais: a espera da chuva, as promessas. Essa cultura da resignação foi rompida pelo Bolsa Família: a vida pode ser diferente, não é uma repetição. É a hipótese que eu levanto. Aparece uma coisa nova: é possível e é bom ter uma renda regular. É possível ter outra vida, não preciso ver meus filhos morrerem de fome, como minha mãe e minha vó viam. Esse sentimento de que o Brasil está vivendo uma coisa nova é muito real. Hoje se encontram negras médicas, dentistas, por causa do ProUni (Universidade para Todos). Depois de dez anos, o Bolsa Família tem mostrado que é possível melhorar de vida, aprender coisas novas. Não tem mais o 'Fabiano' [personagem de "Vidas Secas"], a vida não é tão seca mais.
    "VOZES DO BOLSA FAMÍLIA"
    AUTOR Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani
    EDITORA Editora Unesp
    QUANTO R$ 36 (248 págs.)
    LANÇAMENTO hoje, às 19h, na Livraria da Vila - Shopping Higienópolis (av. Higienópolis, 618; tel. 0/xx/11/3660-0230)