O que é Sociologia?
A Sociologia é a ciência que estuda a sociedade e os fenômenos que nela ocorrem, sejam eles culturais, econômicos, religiosos.
Ela se ocupa basicamente de cinco elementos: a estrutura social, os grupos sociais, a família, as classes sociais e os papéis que o indivíduo ocupa em sociedade.
O que a Sociologia estuda e seu objeto de estudo
A sociologia busca explicar os vários fatores que diferenciam o comportamento humano ou, pelo contrário, porque grupos sociais diversos tendem a comportar-se de maneira semelhante.
Para o estudo sociológico, se considera o grupo social, as interações entre os indivíduos e os meios usados para a comunicação destes no grupo.
Assim, o objeto de estudo do sociólogo pode ser as diferentes organizações humanas como igrejas, empresas, escolas, hospitais, times esportivos, etc. Ou seja, todas as instituições sociais.
Igualmente, analisa grupos culturais, a forma e o impacto da gestão governamental em um determinado grupo.
Assim, a Sociologia parte de um determinado conceito de sociedade para investigar sua estrutura social e as relações sociais neste meio.
Como surgiu a sociologia?
A sociologia como disciplina separada das demais ciências humanas surgirá com o francês Auguste Comte (1798 - 1857) que cunhou o termo.
Ele foi o autor do primeiro estudo sistemático sobre sociologia e para ele, esta ciência é a culminação do método científico.
Os estudos relativos à sociedade ganharam força após o fim da Revolução Francesa e o advento da sociedade dominada pelo modo de produção industrial.
Por isso, mais que buscar a resposta na teologia ou na política, vários pensadores preferiram entender as mudanças econômicas a partir dos grupos sociais.
Comte defendia o racionalismo diante de tudo, mas quis transformar as matérias científicas numa nova religião, o Positivismo.
No entanto, outros pensadores já tinham analisado as relações humanas de um ponto de vista do grupo como Saint-Simon (1760-1825) e Alexis de Tocqueville (1805-1859).
Além disso, Karl Marx (1818-1883) fará uma contribuição primordial com a teoria das classes sociais.
Pioneiros da Sociologia como ciência foram Émile Durkheim (1858 - 1917), Vilfredo Pareto (1848-1923), Max Weber (1864-1920) e Marcel Mauss (1872-1950).
Áreas da Sociologia
Sociologia da Educação
Estuda a relação de aprendizagem e sociedade, o impacto da escola em diferentes âmbitos sociais, as relações de poder dentro da escola enquanto instituição e o papel do professor.
Explora o tema do professor como agente educativo, mas também a estrutura de uma sala de aula e da comunicação aluno-professor.
Sociologia Jurídica
A Sociologia do Jurídica ou Sociologia do Direito tem como fim entender o conjunto de leis jurídicas que regem uma sociedade a partir da ação social de partidos políticos, grupos de pressão, elites econômicas, etc.
Entre seus campos de pesquisa estão a diferença entre a lei e sua aplicação à sociedade onde ela se circunscreve.
Desta forma, o Direito pode ser questionado se é justo, se protege determinado grupo social e prejudica outro, se contém elementos que favorecem a inserção de extratos desprotegidos, etc.
Sociologia do Trabalho
A Sociologia do Trabalho analisa as relações do ser humano e a natureza, seja por meio de atividades físicas, seja por intelectuais.
Falar de trabalho significa estudar as mudanças provocadas pelo homem na natureza, pois dela é que retira materiais para transformá-la. Com sua criatividade, o homem usará sua inteligência para sobreviver na natureza.
Como em tudo na Sociologia, o conceito não é estanque e também a ideia de trabalho mudará de acordo com o momento histórico.
Por exemplo: nas sociedades escravistas há uma clara divisão em quem realiza o trabalho pesado e quem faz o trabalho mais leve.
Alguns intelectuais foram fundamentais para pensar as relações de trabalho como Adam Smith (1723-1790), Karl Marx, Frederick Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863-1947).
Sociologia no Brasil
A criação da Sociologia no Brasil ocorreu de maneira paralela ao seu desenvolvimento na Europa, mas com as especifidades que marcam os países subdesenvolvidos.
Se na Europa se avaliava a constituição de uma sociedade capitalista, após uma sociedade medieval, no Brasil, o primeiro objetos de estudo não poderiam deixar de ser a própria formação da nação.
Como definir o brasileiro? Que papel caberia ao Brasil no "concerto das nações"?
A questão vai ocupar todos os pensadores brasileiros como Manoel Bonfim (1868-1932), Eduardo Prado (1860-1901), Gilberto Freyre (1900-1987), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)
O que é Fato Social?
O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo.
Esta definição foi formulada por um dos fundadores da sociologia, o francês Émile Durkheim (1858-1917).
Para Durkheim, o fato social é o conjunto de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade. Assim, o fato social obriga o ser humano a se adaptar às regras sociais.
Exemplos de fatos sociais são as normas de convivência, valores e convenções que existem independente da vontade e da existência do indivíduo, como explica Durkheim.
Características do Fato Social
Segundo Durkheim, o fato social está na percepção do indivíduo. Por isso, o comportamento do ser humano será condicionado por realidades sociais que limitam as atitudes aceitas pela sociedade.
O fato social deve atender a três características: a generalidade, a exterioridade e a coercitividade.
Generalidade
Os fatos sociais atingem toda a sociedade e, portanto, são coletivos e não individuais. Desta maneira dizemos que os fatos sociais acontecem com a maioria e alcançam a todos de forma geral.
Exemplo: num jogo de futebol, os torcedores cantam incentivando seu time, vestem-se com o uniforme da sua equipe e gritam quando sai o gol. Todas estas ações são esperadas e não precisaram ser previamente explicadas, pois já fazem parte de um evento esportivo.
Exterioridade
Os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, existem antes dele nascer e também acontecem de forma independente da ação individual.
Exemplo: tomando o jogo de futebol novamente. Se um indivíduo desejasse impedir os torcedores de gritar gol, quando o seu time marcasse, dificilmente conseguiria ou seu comportamento seria visto como estranho. Afinal, já é esperado que fãs de uma equipe comemorem um gol desta maneira.
Coercitividade
A coercitividade é usada com dois significados pelo sociólogo francês.
Primeiro, a coercitividade está relacionada ao poder que os padrões culturais de uma sociedade são impostos aos integrantes.
Essa característica obriga os indivíduos a cumprirem os padrões culturais e sociais que nem sempre estão de acordo, mas que são convenções e existem apesar do indivíduo concordar com elas ou não.
O segundo significado da palavra coercitividade é utilizado para descrever o poder que a lei exerce na vida de um indivíduo. Desta maneira, o ser humano pode não concordar com o modo que a sociedade funciona, mas aceita, por medo de ser punido pela lei.
Na coercitividade cultural, o ser humano pode passar vergonha ou constrangimento, caso não cumpra o comportamento social relacionado ao fato social onde esteja inserido.
Já a coercitividade da lei é punitiva, no sentido que o indivíduo pode sofrer multas e privação de liberdade.
Exemplos de Fato Social
Fatos sociais são comportamentos simples do cotidiano, como tomar banho, pagar os impostos, ir a encontros sociais ou fazer compras.
Todos sabemos que devemos tomar banho diariamente, a fim de conservamos nosso corpo limpo, evitar doenças e o mal cheiro. Da mesma forma precisamos pagar impostos para que o governo possa manter os serviços sociais funcionando.
Todas essas ações são organizadas e obedecem a uma rotina, são respeitadas e têm poder real sobre o indivíduo. O fato social, conforme Durkheim, afeta toda a sociedade.
Outro exemplo clássico de fato social que foram estudados em profundidade por Durkheim é a educação, pois está presente na vida do indivíduo desde a infância e o afetará durante toda sua trajetória, moldando seu comportamento social.
Durkheim definia a escola e sua influência nestes termos:
"O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada."
Émile Durkheim
O francês Émile Durkheim é considerado o pai da sociologia. Nasceu em 15 de abril de 1858, em Épinal e morreu em 15 de novembro de 1917, em Paris. Seus estudos permitiram a classificação da sociologia como ciência.
Nascido numa família tradicional judia, tendo o pai, o avô e o bisavô rabinos, Durkheim decidiu não seguir os passos dos seus antepassados. Abandonou a escola judaica, para onde foi muito cedo, e quis estudar a religião do ponto de vista agnóstico.
Em 1879, Durkheim entrou na École Normale Supérieur e ali demostrou interesse científico na sociologia, mas o campo ainda não existia como disciplina autônoma nas universidades.
Voltou-se para a psicologia, a filosofia e a ética e, a partir de seus estudos, ajudou a reformar o sistema de ensino francês.
Sua primeira obra e uma das mais importantes da sociologia foi publicada em 1893, "Divisão do Trabalho na Sociedade". Neste livro, ele introduz o conceito de anomia, termo utilizado para descrever a fraqueza das instituições sociais.
Frases sobre Fato Social
- "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter."
- "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela."
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