quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A DERROCADA DE UMA PROFISSÃO

 

Blog do Mendes & Mendes: A VISTA ESQUERDA DE LAMPIÃO



                                             Sin novedad al frente: El personal médico está exhausto

 

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                                         Desafios da Medicina do Trabalho após a inclusão da Síndrome de Burnout no  CID-11 - Revista Cipa & Incêndio

 

A DERROCADA DE UMA PROFISSÃO 

    
O cenário político e econômico vaticina   dias dificeis  para  os Esculápios brasileiros . 

Muitos foram, são e serão os eventos que os levarão  à  bancarrota jogando-os  para  as laterais.

1- a)A abertura indiscriminada de Escolas Privadas, sem hospitais para cobertura prática.  b) A entrada de milhares de médicos   sem o Revalida.  c) O abandono  das Escolas publicas , a desvalorização dos professores, dos assistentes e dos mestres .

2-  a)O sucateamento dos Hospitais Escolas  .  b) O fechamento de milhares de leitos SUS nos  pequenos hospitais  nos 5700 municípios brasileiros, inclusive fechando quase todos com menos de 50 leitos. c)A entrega da medicina aos políticos, transformando-a em manobra eleitoreira e aos grandes grupos, retirando das mãos dos médicos a sua condução, sendo estes fornecedores de mãos de obra  e   prestadores de serviços, em vez de integrantes plenos de uma unidade de Saúde. 
 
3-A medicina Suplementar atuando como intermediária  entre o profissional e o  paciente .

4- a)O fechamento dos consultórios artesanais e humanos, sendo substituidos  por  Empresas Médicas, encarando a medicina literalmente como  comércio  . b) A invasão  do  ato médico por outros profissionais em quase todas as especialidades. 
 
05-Os baixos salários, tendo o médico de labutar cotidianamente  em vários empregos, sendo uma das formas de óbitos de profissionais , por acidentes,   nas estradas da morte, de município em município  a  defender a vida. 

Este modus operandi trouxe diversos malefícios.

  a) Os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos   tanto Municipais, Estaduais e Federais.  b)Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos de formação, transformam-se em executivos tecnocratas   e políticos descompromissados com a categoria, a intenção é uma cadeira parlamentar. c) O afastamento dos cargos administrativos nas unidades hospitalares , no programa da família(PSF) e nos demais serviços pertinentes à medicina .
 
Hoje  os médicos estão em segundo plano, forças contrárias aos interesses   dos médicos e da medicina  incutem na cabeça dos médicos  que o sistema  conselhal é obsoleto,  inerte e prejudicial à classe , é  apenas  um órgão punitivo.  Os médicos acreditam e passam a não     participar da sua mais importante instituição.
 
Caberia uma reflexão mais apurada e todos os médicos arregaçassem as mangas e partissem para ocupar  espaços nas suas entidades e na sua autarquia mor  . Conselhos fracos categoria fraca, na vacância dos Conselhos serão os leigos os seus julgadores .
 
O prestígio de uma classe profissional  na sociedade está ligado ao poder  político(voto),  econômico(poder aquisitivo), social(ações) e no  domínio dos conhecimentos .  
 
O médico e a  medicina humana estão em franca decadência.  A informática e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos grandes centros, basta entrar numa máquina. Isto está empurrando a medicina para ser uma ciência exata , primeiro as máquinas  e por derradeiro a clinica. É um caminho sem volta.
 
 Não menosprezando a tecnologia que é  importante e indispensável, não deveriam    ser nocauteadas a fisiologia , fisiopatologia e a semiologia,     levando-as literalmente ao solo.  Sobram máquinas sofisticadas  e faltam médicos médico.

A soberania da clínica, o toque  do médico, a semiologia aplicada, as cãs dos esculápios, a benevolência,  a beneficência e a generosidade da ética ficaram para trás.

Politicamente  os médicos e a medicina há muito que perderam os seus  postos, estão muitas frágeis . 

No setor financeiro a medicina virou mercadoria e os médicos profissionais baratos . 
 
O relacionamento dos médicos  com a sociedade é comercial, segue o código do consumidor com todas as suas  mazelas.  Enquanto os médicos  utilizam-se da ética , do  conhecimento e da compaixão,   os outros são partidários da  pecúnia .

Consumindo os   suspiros sociais da Medicina  , os poderes (Municipal, Estadual, Federal e Judiciário) retiram vagarosa e continuamente as últimas gotas de sangue da velha medicina com taxas,  tributos, ditames  e impostos exorbitantes.

O Liberal autônomo,  devido a intermediação do sistema médico suplementar ,  os grandes grupos empresariais da saúde , a pejotização e a terceirização do Sistema  Público    encontra-se  sem força, fraco e subserviente. 

A medicina e o médico caíram na vala comum, é  uma contenda entre a Medicina , a pecúnia e o poder ,  na qual um dos lados tem como arma a ética , e esta   é mansa, educada, paciente, benevolente, caridosa, responsável  e respeitadora, enquanto os outros  têm a força, a truculência , a  política e a saga da enganação, consequentemente, pela desinformação da população,  vencem os lados da pecúnia.
 
Apesar deste quadro , é a medicina um dos sonhos dos jovens e de todas as  famílias do país, fruto da lisura e da importancia da profissão. 
 
A medicina é a mais sagrada das ciências, ela entra na vida de cada um dos cidadãos que a procuram em busca  da cura ,  do remediar ou do  paliar os seus sofrimentos.
 
Salvador 18 de Outubro de 2022

Iderval  Reginaldo Tenório
 

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Um comentário:

Anônimo disse...

A assistência à saúde é sem duvida uma parte do problema, a crise da saúde, entretanto, é alimentada por um modelo de ensino centrado na doença. O modelo médico atual tem o foco na compreensão hegemônica centrada nas doenças. A profusão desenfreada de medicamentos e exames complementares se transforma numa espiral vertiginosa de consumo muitas vezes desnecessários e iatrogenico e que nos afasta do cuidado integral das pessoas. O adoecimento humano é biopsicossocial. O ensino da medicina e das outras profissões de saúde exigem modificações
no ensino e na prática subjacente. Na pós-graduação, a capacitação extensiva das equipes de saúde é essencial para identificar, ao lado das inovações e competências tecnológicas, os diversos fatores sociais, culturais, comportamentais, ambientais e econômicos, de infraestrutura sanitaria (reduzindo custo e salvando vidas) que circunscrevem a complexidade da vida humana e o adoecimento das pessoas. Michael Deveza