domingo, 22 de janeiro de 2023

A CATÁSTROFE DE MARIANA- SILENCIO TOTAL CULPADOS : OS GOVERNOS QUE SOBREVIVERAM DA VENDA DAS COMMODITIES

 

 Brumadinho: tragédia faz 2 anos sem barragens desativadas e com disputa  jurídica | CNN Brasil

Barragens: as lições canadenses - Revista Mineração

A CATÁSTROFE DE MARIANA-  SILÊNCIO  SEPULCRAL

 OS GOVERNOS QUE SOBREVIVERAM  DA VENDA  DAS COMMODITIES CONHECEM OS RESPONSÁVEIS.

Brasileiros , numa tarde tenebrosa, a nação foi devastada por uma gigantesca catástrofe contra a natureza , o rompimento da barragem  de Mariana em Minas Gerais, no dia 05 de novembro de 2015.  Episódio este,  fruto da somatória  de múltiplos e   equivocados atos governamentais,  que culminou com o desequilíbrio do ecossistema,  a morte de diversos animais, inclusive de  muitos  seres  humanos .

A barragem armazenava os rejeitos do ferro  na produção de pelotas e do ferro gusa,  mineral responsável pelo maior faturamento da pauta de exportação do país.  Eram as commodities  que oxigenavam a  enganosa  economia brasileira perpetrada pelos governos dos últimos 20 anos. 

Nas gestões de 1996 a 2016 o país passou a ser um mero extrativista , retroagiu a 1930,  a diferença é que naquela época o café era a principal commodity .  O Brasil produzia 70% de todo o café mundial e era o responsável por 69 %  das exportaçães brasileiras. Dos 480 milhões de dólares  o café participou com 293 milhões.  Hoje o agronegócio , não diferente do café e do ferro é o responssável pelas exportações braasileiras, o país continua sendo extrativista a alimentar bilhões de bocas e se orgulha de ser cognominado de "o celeiro do mundo" e haja destruição . 

Para  a exploração do ferro utilizam-se máquinas pesadas,  fornos  alimentados  por  carvão vegetal e mineral, toneladas de explosivos a rasgar o  solo, promovem-se grandes devastações, assoreamentos  dos rios e consomem-se muita água potável.  Água   que deveria ser usada na manutenção do ecossistema ,  no consumo  humano  e dos animais,  no equilíbrio do meio ambiente , dos rios e mananciais , nos projetos agropecuários , na manutenção da flora , da fauna e na equalização o  clima. 

Explorar as riquezas naturais para o bem da população se faz necessário, todavia o que não se defende é a devastação da natureza numa subserviencia sacral aos países desenvolvidos, os principais responsáveis pela contaminação do globo. Este modus operandi perpetrado pelos hegemônicos,  sedentos pelo consumo, acotence na Ásia, África, América Latina, Oriente , América do Sul e Oceania.  Onde existe riquezas naturais  há devastação e  sacrificios de bilhões de vidas , tudo sob a tutela das grandes nações e o apoio dos seus defensores.

                                                   EXISTEM CULPADOS?

Com a eleição   do governo central nos últimos 20 anos, de 1996 a 2016,  em  priorizar a economia no setor commodities, principalmente na exportação dos minérios, primordialmente o ferro, conseguiu enfraquecer e tornar inviável  o setor industrial  sem falar do aumento desenfreado do  custo Brasil com exorbitantes tributos.

 O setor  industrial, o que processa todas as commodities , os minerais, os vegetais e os  animais   na produção de bens com agregação de valor,    foi paulatinamente desativado. Ao mesmo tempo,  com a entrada dos bilhões de dólares das  commodities , o setor consumo foi incentivado, levou o país a uma  autofagia, digerindo  literalmente o seu próprio corpo, o que   levou silenciosamente a economia sustentada à  morte. Quem nada produz e vive das vendas das suas riquezas  e é um descontrolado consumidor  está fadado ao fracasso.

O governo ao priorizar o consumo sem produção e viver com as vendas das commodities perdeu as rédeas da nação, teve que encontrar medidas para corrigir  o equívoco cometido, mergulhou num mar de incertezas e surfou na importação de bens . Observe  que , com o fechamento  da indústria nacional,  mais de    50% dos produtos consumidos tinham que ser importados dos compradores das commodities, precisamente das nações asiáticas e Europeias, com este modelo seiscentista  o país entrou em  derrocada.  

Com o intuito de sustentar a economia , o governo   outorgou  licenças de exploração para os  grandes grupos estrangeiros.  Entregou o território nacional para as grandes mineradoras,  que para gerar os dólares necessários com a   exportação dos minerais in natura,    deterioraram  morros, serras e planícies, contamiram os   rios, o solo e os mares, devastaram as matas  e  cavaram gigantescas crateras destruindo  campos de plantações e criatórios, enfim, ajudou a consumir e exaurir os recursos naturais, mais uma vez mergulhou a nação  no grupo dos países extrativistas, retroagindo à decada de 30.

Os especialistas informam que,  uma barragem com 70 milhões de metros cúbicos de   rejeitos minerais, equilave a 70 bilhões de litros de produtos nocivos ao meio ambiente,  e que jamais poderia ficar num alto colocando em risco milhões de vidas.   Caso acontecesse um rompimento nada ficaria incólume na sua trajetória: cidades, vilas, currais, fazendas ou leitos de rios, todos tinham conhecimentos deste  risco.

No caso de Mariana,  o  rio da vez  foi o  Vale do Rio Doce, que,  tal qual o rio Nilo,  alimentava e alimenta uma população ribeirinha de milhões de brasileiros, a fauna, a flora e todo um ecossistema, este Rio tem um fluxo de 900m³/s , a   área de sua bacia é de 83.400km² , corre por mais de 853 quilômetros até a sua foz no oceano atlântico e abastece mais de 16 municípios dos Estados de Minas Gerais e do Espirito Santos,    

Este silêncio diante do estrago é consequência da conivência governamental, este silêncio configura o sentimento de culpa das autoridades, configura um filtro para o não despertar da população para o grande problema criado, como também para evitar a eclosão de mais um escândalo nacional.

O país foi leiloado ao mundo no setor commodities, grandes são as fazendas de estrangeiros  produtoras de soja e de carnes , grandes são as mineradoras a  enviar as riquezas  para alimentar as indústrias do exteriror.  Vender as commodities   a preços insignificantes,  como no passado extrativista ,  foi  a escolha ou a imposição recebida pelos governos anteriores pelos hegemônicos   . As commodities atravessam o atlantico a preços vis   e  voltam  beneficiadas  a preços de ouro. Vai-se  um navio carregado de ferro e  em troca volta-se uma dúzia de guarda-chuvas ou um faqueiro. 

Como recompensa azeita os subempregos nos serviços e no comércio, ocupa a população desqualificada no setor de vendas de coisas, de coisas , enriquecendo  o ciclo do envio de dólares para os produtores destas coisas aqui consumidas e aqui não produzidas

Relembro mais uma vez,  enquanto mais  uma nação que nada produz  consome bens industrializados,  mais divisas são enviadas aos produtores no exterior, nações que  priorizam a indústria  e que agregam valores aos manufaturados.

A Catástrofe de Mariana tem  nome, pai, mãe , responsáveis e  endereço, é apenas mais uma questão Brasil, que por aqui e por lá não tem valor.

A  vida e  o meio ambiente,  para os dominantes, não têm valor,  são apenas detalhes .  Isto é Brasil , o quintal dos hegemônicos,  e haja impunidade.

Os culpados um dia irão responder

Iderval Reginaldo Tenório


 Devido a impunidade,  três anos depois uma nova tragédia, a de Brumadinho, bem maior e mais devastadaora.

O rompimento de barragem em Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 foi o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.

Controlada pela Vale S.A., a barragem de rejeitos denominada barragem da Mina Córrego do Feijão.

 O desastre industrial, humanitário e ambiental causou a morte de 270 pessoas, incluindo oito desaparecidas, em números oficiais divulgados em 6 de outubro de 2021

 

Um comentário:

Sandritty disse...

E até hoje os familiares sem respostas. Absurdo essa falta de humanidade.