segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Proteínas são fundamentais para o crescimento infantil, diz especialista



Denis Bruillé, pesquisador do Instituto de Ciência Nutricional do Centro de Pesquisas Nestlé (Suíça) Foto: Mariana Pekin



Proteínas são fundamentais para o crescimento infantil, diz especialista

Assim como acontece com os adultos, estudo comprova que as crianças também precisam do nutriente para recarregar as energias
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“Sem proteína, não há vida.” Foi assim que o pesquisador em nutrição Denis Bruillé, do Instituto de Ciência Nutricional do Centro de Pesquisas Nestlé (Suíça), resumiu o papel deste nutriente no organismo humano. “Para começar, as hemoglobinas, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue, são constituídas por proteínas. Além disso, as proteínas também organizam o nosso sistema imunitário, pois estão presentes nas células de defesa. Isso sem contar que elas são fundamentais para a formação dos ossos e dos músculos e, portanto, peça-chave para o crescimento”, explicou o especialista em um encontro com pais e mães da Crescer, que aconteceu na quarta-feira (7 de agosto), em São Paulo. No evento, ao lado da nutricionista Paola Preusse, da educadora parental Julyana Mendes e da diretora de grupo da Editora Globo Daniela Tófoli, que mediou a conversa, o pesquisador falou sobre a importância do nutriente para o desenvolvimento infantil e respondeu as principais dúvidas das famílias sobre o assunto. 

E, a fim de realizar essas e outras funções, segundo Bruillé, o corpo destrói e sintetiza proteínas o tempo inteiro. Mas, atenção: para manter esse equilíbrio, é preciso garantir que o consumo seja bem dividido ao longo do dia --e, principalmente, após as atividades físicas, como mostrou uma pesquisa feita com crianças entre 9 e 13 anos pelo Instituto de Ciência Nutricional do Centro de Pesquisas Nestlé em parceria com a Universidade de Toronto e Universidade McMaster (ambas no Canadá). Isso porque o consumo de proteínas no pós-treino favorece a recuperação do corpo, assim como o ganho de massa muscular, benefícios já comprovados cientificamente em adultos. “Foi a primeira vez, no entanto, que os mesmos foram demonstrados também em crianças”, afirmou o cientista. De acordo com o estudo, recomenda-se a ingestão de, em média, 7 gramas de proteína até uma hora depois que a criança realizar algum exercício físico. 




Café da manhã turbinado
Outro momento do dia em que a ingestão de alimentos ricos em proteínas torna-se indispensável para os pequenos, conforme destacaram os especialistas, é durante a primeira refeição do dia. Muita gente não sabe, mas durante a noite pode haver um desequilíbrio por conta das horas que ficamos em jejum enquanto dormimos. Esse déficit é conhecido pelos especialistas como balanço proteico negativo. No entanto, assim como acontece após as atividades físicas, o consumo de cerca de 7 gramas de proteína no café da manhã pode reverter esse processo. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada com crianças, entre 7 e 11 anos, também realizada pelo Instituto de Ciência Nutricional do Centro de Pesquisas Nestlé, desta vez em conjunto com a Universidade de Toronto (Canadá) e a Universidade de Plymouth Marjon (Reino Unido).
Tipos de proteína
Vale ressaltar que os seres humanos não conseguem produzir todas as proteínas necessárias para a sua sobrevivência, o que só aumenta a importância de uma alimentação balanceada, que inclua fontes vegetais e animais desse nutriente. Como bons exemplos, a nutricionista Paola cita as leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico e soja) e carnes, ovos e leite, iogurtes e/ou queijos, respectivamente. “A vantagem do leite e derivados, como os iogurtes, por exemplo, para as crianças, no entanto, é que além de se tratar de uma proteína completa, é a melhor fonte de cálcio da natureza, outro nutriente essencial para o crescimento”, ressaltou Bruillé. 

O que fazer se a criança não gosta de leite?, perguntou uma mãe da plateia. “Não tem por que ficar refém de apenas um alimento. Nesse caso, você pode oferecê-lo batido com frutas, assim como incluir no cardápio seus derivados, como queijos e iogurte”, explicou a nutricionista. “Quando falamos em comida, o que mais importa é a diversidade”, completou Bruillé.

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