Ciro critica Lula e descarta aliança com PT no primeiro turno em 2018
Pedetista vê 'república do dedo-duro', mas diz que narrativa de líder petista 'não se sustenta'
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Ex-ministro
da Integração Nacional no governo Lula (sucedido no cargo por Geddel
Vieira Lima) Ciro criticou o ex-presidente por se aliar a nomes do PMDB,
partido que ajudou a articular o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. Ele acha que Lula trata o povo como "imbecil" ao se abraçar a
Renan Calheiros, como ocorreu na recente passagem do ex-presidente por
Alagoas.
- Lula resolveu brincar de Deus: botar Michel Temer na linha de
sucessão, impor a Dilma sem experiência num dedaço como presidente,
entregar Furnas a Eduardo Cunha... tudo isso Lula sabe que fez. E não dá
para você ter uma narrativa, dizendo "sou um perseguido político pelos
adversários da direita a serviço dos tucanos"... Essa narrativa não se
sustenta. Se você disser "houve um golpe de estado no país", estou de
acordo, houve um golpe. Sucede daí que quem fez esse golpe foi o Senado
Federal, cujo presidente era Renan Calheiros.
O que faz o PT agora? Vota
em Eunício para presidente do Senado, e o Lula chega em Alagoas e se
abraça com Renan Calheiros. Está pensando que o povo é imbecil? Se houve
um golpe, quem são os golpistas? São os senadores, e senadores do PMDB -
afirmou Ciro Gomes na FGV-RIO, após participar de um debate sobre
economia e políticas públicas.
O pedetista comentou ainda o recente depoimento do ex-ministro
Antonio Palocci, que afirmou que Lula se beneficiou de propina paga pela
Odebrecht.
- Tenho horror a essa república do dedo-duro. Palocci tinha dado essa
indicação. Citou (em outro depoimento a Moro) grandes empresas de
comunicação, bancos, o centro do poder real que ele conhece, trouxe pro
jogo. E, no intramuros, negociaram. Evidentemente negociaram para deixar
os bancos fora e o preço dele é entregar a parte que ele sabe do Lula -
opinou o ex-ministro.
Sobre a organização do que considera "a direita" para a eleição do
ano que vem, Ciro avaliou que Alckmin será o candidato mais forte.
- Às vezes a pessoa faz o que é pior para si próprio, e o PSDB tem
feito isso, ao se agarrar na alça do caixão de Michel Temer. Vão fazer
campanha dizendo o quê? Se eles largarem Temer no processo eleitoral,
ficará flagrante o oportunismo. O melhor candidato é o Geraldo Alckmin. É
o governador de SP, 28% do eleitorado.
A direita brasileira não vai
votar no Bolsonaro. Isso é um protesto, um pit stop. Na hora que o PSDB
escolher o Alckmin, metade ou mais do que estão dizendo que vão votar no
Bolsonaro, volta para o PSDB. O Doria assumiu a prefeitura e foi
viajar. É uma coisa absolutamente ridícula, um farsante - atacou Ciro,
declarando torcer para que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
também seja candidato.
- Tomara. Quanto mais fraturar a direita, melhor
passa a centro-esquerda. No caso, até por omissão dos outros, eu. Vamos
fazer o cenário: sai o Jaques Wagner candidato do PT, Bolsonaro, Doria
pelo PSDB, e Meirelles pelo PSD... você está falando com o novo
presidente do Brasil.
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