Joaci Góes
China, Venezuela, Brasil
Tribuna da Bahia, Salvador
Joaci Góes
China, Venezuela, Brasil
Agora é oficial. O PT assumiu, ostensivamente, apoio à
ditadura bolivariana na Venezuela. Alguns dos seus próceres se
deslocaram ao infeliz país vizinho para expressar de viva voz
solidariedade incondicional às ações liberticidas que aí se praticam,
para desgosto da consciência democrática planetária.
O entusiasmo
da velha e carcomida esquerda nacional pelos golpes baixos do
fronteiriço Nicolas Maduro, contra os valores da democracia, é da mesma
natureza e intensidade com que repetiram o mantra do golpe contra Dilma
para ilaquear a boa-fé das massas ingênuas e incultas, incapazes de
refletir sobre questões de mínima complexidade, atraindo-as para
engrossar o coro vociferante da insensatez coletiva que reage como
mulher de malandro: beija os pés de quem a maltrata.
A
infelicidade do povo venezuelano - destino de que só nos livramos porque
o PT não conseguiu submeter nossas Forças Armadas ao domínio do
marxismo cultural que tem desgraçado a universidade pública brasileira
-, poderá durar mais tempo do que supõem as percepções mais otimistas,
tendo em vista a decisão da China de colocar a pátria de Simon Bolívar
como um satélite político, no estilo do que a antiga União Soviética fez
com a Cuba dos irmãos Castro, que só se manteve de pé, graças aos
elevados subsídios patrocinados pelo Kremlin que, por sua vez, era
subsidiado pelas nações europeias, como explica Jean François Revel em
seu conhecido livro Como terminam as democracias. Como sustenta Revel,
elencando cifras, os partidos socialistas europeus condicionavam o apoio
ao partido no poder a polpudas transferências de recursos para
financiar os sucessivos déficits soviéticos, decorrentes da
improdutividade da economia socialista. Com a implosão do Império
Vermelho que, além de absoluta ineficácia, custou quarenta milhões de
vidas humanas, ceifadas por Stalin, o segundo maior assassino da
História, depois de Mao Tsé-Tung, as fraturas expostas do socialismo
cubano levaram a pobre ilha caribenha, tão próspera até 1958, à
mendicância internacional em que hoje se encontra.
A Venezuela
deve à China cerca de 50 bilhões de dólares, passivo que aumentará, a
cada ano, em montante suficiente para financiar mais uma fracassada
experiência socialista em que a transformou a sanguinária ditadura
bolivariana chavista. Uma dimensão dessa aliança espúria interessa
diretamente ao Brasil, na medida em que parte dos recursos transferidos
pela China para a Venezuela será destinada a financiar as ações do PT e
seus nanicos partidos satélites, seus aliados na América Latina, em
substituição aos recursos obtidos com o ominoso e sistemático assalto
que seus líderes praticaram contra as grandes empresas públicas
brasileiras e o uso licencioso dos fundos sindicais, alimentados pelos
trabalhadores, extinto, agora, com a providencial reforma trabalhista,
criticada pela ignorância militante, isoladamente, ou de mãos dadas com a
má-fé.
A lengalenga, em curso, dos aloprados petistas et reliqua
com o objetivo de desqualificar a histórica ação da Lava Jato, em
geral, e do juiz Sérgio Moro, em particular, é parte do desesperado
projeto de conferir às esquerdas brasileiras um significado que as
valorize como satélites de importância monetária aos olhos da China, o
novo patrão do socialismo, mundo afora. Não é difícil imaginar Lula e Zé
Dirceu, dentro de algum tempo, repetindo Prestes relativamente à
Rússia, sustentando que ficarão do lado chinês, numa eventual guerra
contra o Brasil. A diferença é que Prestes era movido por ideais, ainda
que equivocados.
Para os desavisados, Zé Dirceu e Lula não se
topam. Nunca se toparam. Por conveniência mútua, toleram-se. De acordo
com o testemunho de quem conviveu intimamente com os dois, Lula invejava
o refinamento social e intelectual de Dirceu que o considera um
grosseirão, embora útil, transitoriamente, por sua identidade com as
massas, daí apoia-lo. Só o interesse pelo poder os unia e une. Convém,
portanto, num gesto de generosidade com os dois, não os confinar na
mesma cela quando, muito em breve, forem encarcerados.
Um dos
fatos mais intrigantes da política corrente, fonte de desafio de
analistas de todos os naipes temáticos, é a indisposição das massas de
ir às ruas pedir pelo afastamento do Presidente Temer, usufrutuário de
índices baixíssimos de popularidade, paralelamente ao enfrentamento de
denúncias da maior gravidade. A explicação que nos acode é que estamos
diante de um caso raro de intuição coletiva, englobando todos os níveis
sociais, em que se chega à conclusão de que, mesmo admitindo-se como
verdadeiras as acusações formuladas contra o Presidente, ruim com ele,
pior sem ele. Os crimes a Temer imputados fazem dele um trombadinha
diante da monstruosidade dos praticados sob o comando ou diante da
omissão conivente de Lula e Dilma. Além disso, quando baixar a poeira
das emoções, o Governo Temer será reconhecido como dos mais fecundos,
tendo em vista as reformas estruturantes que vem liderando. A Reforma
Trabalhista, isoladamente considerada, se provará como uma das medidas
mais importantes para nosso avanço econômico e social, e uma das
iniciativas mais benéficas aos trabalhadores. Como, aliás, aconteceu com
tudo a que nossa atrasada esquerda se opõe, como a eleição de Tancredo,
a Constituição de 88, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a
Lei da Ficha Limpa e, agora, a Operação Lava Jato.
Já não é sem
tempo. O povo brasileiro parece haver despertado para a busca de novos
caminhos que o conduzam à paz e à prosperidade.
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