sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O MÉDICO BAIANO ANTONIO CÂNDIDO VACCAREZZA PRESO EM SÃO PAULO-Ex-líder do PT na Câmara é preso em nova fase da Lava Jato


                 NOS BANCOS DA UFBA, 1977,  ERA O VACCAREZZA UM DOS  ARAUTOS DA VERDADE.


Ex-líder do PT na Câmara é preso em nova fase da Lava Jato



Hanrrikson de Andrade e Mirthyani Bezerra
Do UOL, no Rio e em São Paulo

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    Alan Marques - 1º.jul.2014/Folhapress
O ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PTdoB-SP) foi preso temporariamente durante nova fase da Operação Lava Jato, na manhã desta sexta-feira (18), suspeito de praticar os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Ele foi líder do PT na Câmara dos Deputados entre janeiro de 2010 e março de 2012, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Segundo a Lava Jato, entre 2010 e 2013, foram celebrados doze contratos no valor de aproximadamente US$ 180 milhões (R$ 570 milhões) entre a Petrobras e a Sargeant Marine para a contratação do fornecimento de asfalto pela empresa estrangeira à estatal petrolífera.


Ainda conforme o MPF (Ministério Público Federal), o PT e Vaccarezza teriam recebido US$ 500 mil (R$ 1,6 milhão) em propinas pelos contratos. A PF informou que recursos também teriam sido direcionados para pagamentos indevidos a executivos da estatal e agentes públicos e políticos.

As investigações do Ministério Público sobre a relação de Vacarezza com o esquema começaram após a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Mais provas teriam sido colhidas pelos investigadores durante a 1ª e a 16ª fase da Operação Lava Jato.
"Entre as provas que corroboraram o relato do colaborador estão, por exemplo, documentos que comprovam o pagamento de propinas mediante transferências bancárias no exterior, anotações de agendas e arquivos apreendidos em fases anteriores da Operação Lava Jato que descrevem a divisão de comissões resultantes do negócio dentre operadores, funcionários da Petrobras e políticos", informa o MPF em nota.

O MPF afirma que também foram beneficiados pelo pagamento de propina Paulo Roberto Costa e outros dois gerentes da Petrobras com prisão temporária decretada nesta fase da operação. Mais detalhes sobre a operação serão divulgados em entrevista coletiva com integrantes da força-tarefa.

Outro Lado

O UOL entrou em contato com o escritório do advogado Marco Aurélio Toscano, que defende Vaccarezza, e foi informado que o advogado está fora de São Paulo, participando de uma audiência e que não poderia se pronunciar sobre o assunto.

A reportagem também tenta a posição do PT, da Petrobras e da empresa Sargeant Marine sobre a operação.

Deixou o PT em 2016

O ex-deputado anunciou seu desligamento do PT em 2016. Pelo partido, ele tentou se reeleger para a Câmara dos Deputados em 2014, mas não teve sucesso. Se filiou ao PTdoB no ano passado, assumindo a direção do PTdoB de São Paulo.

A prisão de Vacarezza foi feita na manhã desta sexta-feira em São Paulo por determinação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná. A operação foi batizada de Abate, 44ª fase da Operação Lava Jato. A Abate foi realizada ao mesmo tempo em que a Operação Sem Fronteiras, a 43ª fase.

Ao todo, foram cumpridas 46 ordens judiciais distribuídas em 29 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de condução coercitiva e 6 mandados de prisão temporária na capital paulista, em Santos, no litoral de SP, e na cidade do Rio de Janeiro.

Nos dois casos, as investigações apuram crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de ativos identificados em contratação de grandes empresas com a Petrobras.

Também foi apurado o envolvimento do então deputado Federal Cândido Vaccarezza em esquema criminoso que beneficiaria a empresa Quimbra na comercialização de tolueno, mediante possível recebimento de vantagens indevidas e fornecimento de informações confidenciais da petrolífera para o grupo empresarial.

Inquérito contra Vaccarezza foi aberto em 2015

A Polícia Federal havia aberto um inquérito contra Vacarrezza em 2015 após investigações feita no âmbito da Operação Lava Jato apontarem o envolvimento dele em um suposto esquema de corrupção e propinas na Petrobras entre 2003 e 2014. O ex-deputado foi citado em delação premiada de Paulo Roberto Costa.

A ordem para instauração de inquérito contra Vaccarezza foi dada, na época, pelo juiz federal Sérgio Moro. Paulo Roberto Costa afirmou em delação premiada que Vaccarezza teria recebido propina de R$ 400 mil por um contrato de importação de asfalto da Petrobras com a empresa Sargent Marine.
Em fevereiro de 2015, o STF mandou abrir inquéritos para investigar o suposto envolvimento de 52 deputados, senadores e ex-parlamentares com o esquema de propinas na estatal petrolífera. O caso de Vaccarezza foi parar na 13ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato, quando ele terminou seu mandato parlamentar no dia 31 de janeiro de 2015, porque ele perdeu o foro privilegiado perante o STF (Supremo Tribunal Federal).


Operação Sem Fronteiras

A 43ª fase da Lava Jato apura a facilitação de contratos de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de vantagens indevidas. Segundo o MPF, as investigações também tiveram início com a delação premiada de Paulo Roberto Costa.

Segundo as investigações, Costa combinou com o cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um esquema de facilitação de contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

Entre 2009 a 2013, foram firmados contratos em valores que superam US$ 500 milhões. Ao menos 2% desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos.

A reportagem também tenta contato com o consulado grego.

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