A PUJANÇA DE UM POVO
Nos dias atuais lembro como tem sido difícil enfrentar as
mazelas da vida e as complicações criadas na lida com as coisas simples.
Para se falar, primeiro pede-se licença e muitas vezes desculpas,
o falso sorriso sempre presente mostra os dentes artificiais como regra nos
encontros mercantilistas.
O indivíduo na maioria das vezes , não é ele mesmo, o
sorriso, os cabelos, as opiniões, as unhas e o comportamento são totalmente
adestrados, treinados, decorados e artificiais, isto configura a lei do
politicamente correto, para agradar, e para o impositivo serviço de excelência.
O ser humano perdeu totalmente a sua individualidade, perdeu a
personalidade e segue diariamente o programa implantado na fraca e improdutiva
mente, aliás, durante anos foi obrigatório instalar na memória os novos programas
da vida atual e o apagamento das mais antigas, daí o grande risco de se
desligar da sua história e costumes, muitos fazem questão de danificar e apagar
a primeira fase da vida, passam a não gostar dos pratos regionais, dão pausas e
esquecem dos ritmos musicais, desconhecem os costumes da infância e dos ensinamentos dos antepassados, modificam
totalmente a maneira de encarar os fatos , afinal se transformam em seres alheios às suas raízes e renegam as suas
origens.
Aos poucos e constantemente, a sociedade atual vai se transformando
e o novo anula as tradições e ocupa o seu espaço, o novo joga para o escanteio
os costumes do passado , tudo passa a parecer recente e eivado da pura e
cristalina verdade.
Os costumes atuais do além mar, eivado do mercantilismo
doentio incute na mente pueril da juventude que o novo é luxo,que o novo é chic e que o
máximo é cultivá-lo em detrimento dos costumes do seu povo. O tempo passa e os
dominantes vão contaminando até virarem regra, não existe mais volta, nasce uma
nova cultura, nasce uma cultura superficial, sem raiz, sem identidade, sem
firmeza e sem sedimentação, cultura forjada propositadamente e de vida curta,
preparada e predisposta a novas e constantes modificações, são atividades descartáveis.
Os humanos deste largo
e rendoso segmento vivem e convivem na famosa zona de ninguém, zona sem paradeiro,
sem vida própria, a zona dos insossos descartáveis e que nada
transferirá para as futuras gerações, zona totalmente desprovida de
sustentabilidade e de pujança.
Viva os nossos antepassados, os seus ensinamentos e suas tradições. Que esta sociedade acorde enquanto é tempo.
Iderval Reginaldo Tenório
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