No caminho com Maiakóvski
No caminho
com Maiakóvski,
que não é de Maiakóvski, é de
Eduardo Alves da Costa
No caminho com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa
"[...]
Na
primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"
Eduardo Alves da Costa
(Niterói,
Rio de Janeiro, 6 de março
de 1936[1])
é um escritor e poeta brasileiro.[2]
Costa graduou-se no curso de
Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie
em 1952.[2]
Organizou, em 1960, no Teatro de Arena, em São Paulo, uma das mais
instigantes atividades culturais do período, as Noites de Poesia, em que
eram divulgadas as obras de jovens poetas.[1]
Participou do movimento Os Novíssimos, da Massao Ohno, em 1962.
"No
Caminho, com Maiakóvski"
O poema mais popular do autor,
"No caminho, com Maiakóvski", escrito na década de 1960 como
manifestação de revolta à intolerância e violência impostas pela ditadura
militar, foi envolvido em uma série de equívocos quanto à atribuição de
autoria.[1]
Para alguns, o texto era do poeta russo Vladimir Maiakóvski. Para outros, o verdadeiro
autor era o dramaturgo alemão Bertold Brecht.[1]
Durante a campanha das Diretas Já,
o poema virou símbolo na luta contra a ditadura, aparecendo em camisetas,
pôsteres, cartões postais, sendo quase sempre associado ao poeta russo ou ao
dramaturgo alemão.[2][3]
Com a introdução da internet no país, o equívoco massificou-se.[2]
De acordo com Costa, o engano surgiu na década de 1970, quando o psicanalista Roberto Freire
incluiu em um de seus livros o poema, dando crédito ao escritor russo e citando
Costa como tradutor.[3]
Entretanto, o autor diz não se arrepender de ter utilizado o nome do autor
russo no poema.[3]
Foi graças à telenovela Mulheres Apaixonadas, originalmente exibida
pela Rede Globo
em 2003, numa cena em que a personagem de Christiane Torloni lê um trecho do poema, dando o
crédito correto, que o mal-entendido foi desfeito.[
(em russo: Владимир
Владимирович Маяковский; Baghdati,
Império Russo, 19 de julho de 1893 - Moscou, Rússia, 14 de abril de 1930), também
chamado de "o poeta da Revolução", foi um poeta,
dramaturgo e teórico russo, frequentemente
citado como um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot, bem como "o maior poeta do
futurismo".
Vladimir
Vladimirovitch Mayakovsky nasceu e passou a infância na aldeia de Baghdati, nos
arredores de Kutaíssi, na Geórgia,
Império Russo. [4][5] Lá cursou o
ginásio e, após a morte súbita do pai, a família ficou na miséria e
transferiu-se para Moscou, onde Vladimir
continuou seus estudos. [4]
Fortemente
impressionado pelo movimento revolucionário russo e impregnado desde cedo de
obras socialistas, ingressou aos quinze anos na facção bolchevique do Partido
Social-Democrático Operário Russo. Detido em duas ocasiões, foi solto por falta
de provas, mas em 1909-1910 passou onze meses na prisão. Entrou na Escola de
Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador
de sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do
assim chamado cubo-futurismo
russo, ao lado de Khlebnikov,
Kamiênski
e outros. [6]Foram expulsos da
Escola de Belas Artes. Procurando difundir suas concepções artísticas,
realizaram viagens pela Rússia
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