segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

DONA Helena Meirelles [ Violeira, Instrumentista, Cantora e Compositora Brasileira]


 

                
Amigos a gente aprende com a idade a sentir o cheiro daquilo que é bom e passa a acertar mais vezes em apresentar, indicar e colocar no mais alto patamar quando você acredita. Foi assim com Dona Helena, estava em São  Paulo quando na Inezita Barroso escutei a agreste Meireles, não tive dúvidas, será a maior representante brasileira na  VIOLA , não deu outra, Dona Helena foi premiada no mundo todo, menos no Brasil, aqui ela foi consagrada .
 
 Veio para a Bahia e no primeiro show uns gatos pingados, do segundo em diante toda a mídia presente e o público foi ao delírio, na minha insignificância de um simples médico disse-
 DONA HELENA A SENHORA É A MAIOR.
 
Hoje,  mesmo sendo conhecedor da minha pífia importância  cultural diante de verdadeiros monstros sagrados que tenho conhecido, não poupo em falar: do   Patativa do Assaré, um dos maiores poetas bucólico e caipira deste país, cearense  da cidade do Assaré, autor de hinos como A TRISTE PARTIDA imortalizada na voz do Rei do Baião e VACA ESTRELA E BOI FUBÁ nas vozes do Luiz Gonzaga, do Fagner e do Pena Branca e Xavantinho,  não canso em falar  do Juraci Henrique, meu amigo particular, um baiano nascido na cidade de Santo Amaro e que mora no pacto largo do Tamarineiro em Salvador, que não alisou os bancos da Universidade,  mas , que sabe e ensina aos estudiosos toda a História politica e literária da Bahia e do Brasil, Juraci é de impressionar, se tivesse estudado, seria um Ruy, um Arnaldo Niskier, um Machado ou um Alencar, na Bahia outro Jorge e muito amado,  é um poço de cultura e de sabedoria . O outro monstro é o meu amigo Lira Neto, jornalista jovem que com ousadia já biografou grandes nomes, como o Padre Cícero, Maysa e o Getúlio Vargas, Lira é de Fortaleza, é do Ceará.
 
  Para prestigiar os meus amigos faço questão de presenteá-los com livros, discos e casos, Livros do Lira( Principalmente Padre Cícero) e do meu mestre Patativa do Assaré( CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ  E ESPINHO E FULÔ), Discos da Helena e milhares de casos do Juraci Henrique da Silva.
 
Neste post mais uma vez apresento a Dona  Helena Meireles e boa leitura. Todas as vezes que falo destes monstros sagrados, saio do normal e parece que viajo no tempo e passo a cochichar com cada um, menos com o LIRA que continua firme, jovem e com mais 50 anos para documentar o Brasil .
Iderval Reginaldo Tenório

Helena Meirelles [ Violeira, Instrumentista, Cantora e Compositora Brasileira]

Helena Meirelles (Bataguassu, 13 de agosto de 1924) foi uma violeira, cantora e compositora brasileira, reconhecida mundialmente por seu talento como tocadora da denominada viola caipira (às vezes denominada simplesmente viola).

Ela é filha de um paraguaio chamado Ovídio e sua mãe era uma matogrossense que se chamava Ramona.


Helena nasceu em um tempo em que só homens tocavam instrumentos musicais, inclusive o que ela tanto gostava, que era a viola. Mas ela não desistiu e aprendeu a tocar viola escondida e sozinha.

Sua música é reconhecida pelas pessoas nativas do Mato Grosso do Sul como expressão das raízes e da cultura da região.




Cresceu no meio da peãozada, escutando o berrante das comitivas de gado. Desde criança começou a se interessar pelo toque da viola, aprendeu a tocar sozinha observando seu tio e também os paraguaios (amigos de seu avô) que se hospedavam em sua casa.

Enfrentou grande resistência dos pais que tentaram, a todo custo, impedir que ela se tornasse violeira. 

Mas pra nossa sorte o destino de Helena Meirelles estava traçado e seu caminho se construiu no braço da viola. 
Fugiu de casa com 15 anos e teve seu primeiro filho com 17, no total foram 11 filhos em 3 casamentos.  

Desde jovem começou a tocar viola nas festas juninas que aconteciam na beira da estrada boiadeira, na época em que o salão era iluminado por lampião e o chão era de terra batida.


Helena dizia que gostava das festas familiares, mas preferia tocar na zona, na casa das mulheres da vida.
 
“Na zona eu me divertia com a farra que os peões faziam e não via o tempo passar”. 

Contava ainda que nunca foi desrespeitada nos bordéis, mas cansou de ver os peões na zona do Porto 15 mexerem a cerveja com o cano do 38 e bater nas mulheres com guaiaca e espora. 

Sua identidade musical foi construída com os ritmos do Mato Grosso do Sul e com influências da música paraguaia. 

Subiu ao palco pela primeira vez em 1992, aos 68 anos, quando teve a oportunidade de se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do Sesc, em São Paulo.

Neste mesmo ano um sobrinho enviou uma fita com gravações amadoras de Helena Meirelles tocando viola para uma revista especializada dos Estados Unidos.












Analfabeta (não sabia ler nem escrever), autodidata, benzedeira, parteira, lavadeira e apaixonada pelo pantanal, uma mulher de fibra, dona de um talento musical inquestionável.

Dizia ela com poesia, “quando escuto um burro urrar ou um toque de berrante, da vontade de voar no vento e cair no meio da boiaderama”.

Gravou quatro discos em seguida. Em 1993, foi eleita pela revista americana Guitar Player (com voto de Eric Clapton), como uma das 100 melhores instrumentistas do mundo, por sua atuação com diversos cordofones, em especial viola e violão. 

Numa destas injustiças difíceis de serem explicadas, a valorização de nossa maior violeira aconteceu primeiro no exterior e depois aqui no Brasil.

Sua técnica de solos era muito distinta do que se tinha por habitual à viola caipira, usava uma afinação diferente (não muito bem nomeada por ela, mas vezes evocada como paraguaçú, três cordas ou rio abaixo) além de priorizar o uso horizontal e as variações rítmicas de palhetadas.
Não havia notícia conhecida, até seu aparecimento, sobre esse jeito peculiar de se tocar -prioritariamente solado, os dois violeiros até então influenciado, manutentores e inovadores da herança técnica e sonora deixada por Helena são Milton Araújo e Rainer Miranda.

Helena Meirelles faleceu em São Paulo no dia 28 de setembro de 2005,vítima de parada cardiorespiratória aos 81 anos.

Em 2003 foi concluída a construção de uma concha acústica na cidade de Campo Grande (MS), cujo nome foi batizado em homenagem a violeira Helena Meirelles. 

A Concha Acústica Helena Meirelles está localizada no Parque das Nações Indígenas, ao lado do Museu de Arte Contemporânea e possui as seguintes características:

_ Auditório para 1050 pessoas
_ Teatro de Arena com 450 lugares
_ Três camarins

 
ESCUTEM AS SUAS MUSICAS E CONHEÇAM, PESQUISEM NOUTRAS FONTES.
 
  1. Helena Meirelles - Me pega por favor (RARIDADE) - YouTube

  2. www.youtube.com/watch?v=RE2d0iLhZDc
  3. 13/02/2011 - Vídeo enviado por parruco20
  4. É uma melodia tradicional Mato Grosso do Sul, é uma belissima melodia.

    1. Helena Meirelles ("Canta América") - YouTube

    2. www.youtube.com/watch?v=RiU4Fg4Vbg0
    3. 11/03/2008 - Vídeo enviado por mibrithos
    4. Trecho do documentário "Dona Helena", onde é exibida a passagem desta gravação do ano de 1994.

    1. O MATO GROSSO DO SUL DE HELENA MEIRELLES | TAL - TELEVISIÓN AMÉRICA LATINA"

    2. tal.tv › Video
    3. 28/10/2011
    4. Uma fita cassete com as modas de viola de Helena Meirelles enviada a Miami consagrou a simples ...

    1. Helena Meireles a maior violeira do Brasil e do Mundo - YouTube

    2. www.youtube.com/watch?v=BIOJSg0v9w4
    3. 18/08/2009 - Vídeo enviado por José Eduardo Gallindo Novo
    4. Na inauguração do anfiteatro de arena da TVE Regional MS em Homenagem a Violeira Helena ...

    1. HELENA MEIRELLES GUAXO 1994 SENSACIONAL - YouTube

    2. www.youtube.com/watch?v=d3wvguRDgHM
    3. 01/11/2012 - Vídeo enviado por Jaime Silva
    4. HELENA MEIRELLES NASCEU EM 13 DE AGOSTO 1924 PANTANAL MATO GROSSO BRASIL ...

    1. Helena Meirelles - Som do Mato 3º Festival do Mercosul (02 de 08).mp4 - YouTube

    2. www.youtube.com/watch?v=2pmXPKW2VAw
    3. 16/01/2012 - Vídeo enviado por Claudinei Pecois
    4. Especial da TVE de MS - Som do Mato - 3º Festival do Mercosul - Helena Merelles.
    1. Helena Meirelles (A Dama da Viola) -Guaxo - YouTube


  • 3 comentários:

    Almira Reuter disse...

    Ouvir Helena Meirelles, é viajar, é chorar, é ter esperança, dor, alegria, são todos os sentimentos que de mim invade a viola e o canto desta mato-grossense que toca e canta com a alma.Para completar mais minha admiração tem o mesmo nome de minha saudosa mãe Helena, mulher guerreira como Helena Meirelles, agradeço pela matéria meu amigo, pois me sinto também do Mato Grosso Estado que me acolheu durante anos de minha vida, tudo o que tenho hoje agradeço este Estado, minha história como artista plástica e escritora.Helena Meirelles nasceu para a arte a música, veio para ficar pois ela sim é uma imortal.

    Anônimo disse...

    Dr. Iderval,

    O meu obrigada pela citação feita pelo sr. ao meu pai, Juracy Henrique. Agora que encontro no estágio da memória, do sentimento era sim um homem com rara inteligência e que versava com maestria sobre vários temas e a saudade me faz lembrar o encontro de vocês nas vezes que o acompanhava ao seu consultório: era um encontro de amigos amantes do saber, da arte e da cultura.
    Obrigada.

    Maria Luiza

    Ari Donato disse...

    Meu caro Iderval, eu assisti ao primeiro show de dona Helena em Salvador, no TCA. Eu entrevistei em duas ocasiões. A primeira no Pelourinho, na segunda vez em que ela esteve em Salvador e, anos depois, por telefone. Tenho todos os discos dessa grande instrumentista. Três de estúdio e um ao vivo, além de uma coletânea ao lado de grandes violeiros.