Bolsa Família: mais de 1,6 milhão de casas abriram mão do benefício |
Beneficiários que deixaram programa são 12% do total; governo não sabe se renda aumentou ou se número de familiares diminuiu
‘É covardia não necessitar e ficar recebendo’, diz ex-beneficiária
- Após obter sua casa, diarista devolveu cartão do bolsa Família
FORMOSA (GO) — A diarista Selma Patrícia da Silva, de 42 anos, conta que já foi beneficiária de programas de transferência de renda do governo, mas voluntariamente abriu mão depois que melhorou de vida. Selma diz ter recebido dinheiro do Auxílio Gás, do Bolsa Escola e do Bolsa Família na época em que ela e o marido faziam bicos como doméstica e pedreiro para sustentar os cinco filhos. Após construir a casa onde vive, em Formosa, a diarista decidiu devolver o cartão.
— Pensei assim: da mesma forma que serviu para os meus filhos, vai ajudar outras pessoas. Acho muita covardia a pessoa não necessitar e ficar recebendo. Entreguei o cartão na mão da primeira-dama (do município), que começou a chorar — relembra Selma.
Assistentes sociais da prefeitura conheceram Selma recentemente, quando ela foi solicitar benefício do Bolsa Família para a filha Vanessa, de 19 anos, mãe de um menino de 3 anos e uma menina de 1.
— É para os meus netos. Quero que minha filha depois também faça o que eu fiz — diz Selma.
Ela e o marido, hoje empregado numa construtora com carteira assinada, ajudam a filha dando fraldas e leite. Além de trabalhar como faxineira, Selma fez cursos de artesanato e manicure nos últimos anos. Ela costura bonecas e adereços de pano, que vende em feiras e na vizinhança.
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