Homenagem do Filéto Sousa a todas as mães do mundo,tanto do mundo racional como irracional.Iderval
Nesta manhã de sábado após uma boa leitura e de realizar alguns afazeres ,recebo esta crônica de um colega médico escritor, meu amigo e meu irmão ,Fileto Souza,ou apenas Fileto, uma das mais belas leituras que já fiz,um emocionante relato, provavelmente por que toca a vida no seu nascedouro,toca a vida no que existe de mais sublime , toca na alma da matriz mãe,este patrimônio insubstituível que Deus num dos seus maiores momentos de felicidades, entregou ao Universo para gerar mais,mais,mais e mais outras vidas .Meu amigo e irmão Fileto,grande foi a felicidade ao receber a sua mensagem,passarei ao mundo como uma das mais importantes facetas vivida por este simples mortal e eterno sonhador, a morte Fileto é uma certeza,agora amigo e irmão Fileto,a vida sempre foi,está sendo e sempre será um mistério.
Iderval Reginaldo Tenório
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Minha mãe,98 anos
Minha mãe,98 anos
OI, MÃE, AQUI ESTOU, DE NOVO!
Filéto A G Sousa
Lembras, quando nos encontramos, antes de eu nascer?! É bem capaz de não lembrar!Mas eu me lembro de tudo, tantim por tantim!Eu sei que fui levado, pintão na vida, mas, quando disseste aquele sim, até hoje sinto, mãezinha – bateu um refrigério em minh’alma! Percebi que seu coração brilhou com mais intensidade, inundando o ambiente de tão grande a euforia. Meu pai também fora avisado pelo Grandão da sala em que estávamos e ele deu ênfase ao pedido. Era meu amigo de outras instâncias e queria retribuir umas coisinhas boas que fiz pra ele! Ah, como me senti feliz! Parecia, mãezinha, que todo o Universo estava naquela sala! Eu não tinha idéia de que um voto de amor pudesse encher tanto vazio. Não lembras, mãezinha, mas estou aqui tão feliz, tão feliz...! Desculpe-me as lágrimas, mas a emoção é muito forte...indizível, se queres saber.
Eu me lembro, como se fosse hoje, que logo depois dois amigos, presentes na sala, levaram tu e meu futuro pai até o leito onde dormias com ele. Depois me conduziram para os afazeres que ainda estavam por fazer. Fiquei esperançoso para rever-te e, num determinado dia, chamaram-me, expuseram um tanto de informações e me colocaram junto de ti, não sei porque, mas, naquele momento, parecia que tu me banhavas com imensa alegria. Percebi que meu amigo e futuro pai te encheu de algo amoroso, pois percebi uma correria danada dentro de ti. Sei não, mãezinha, ainda não entendo dessas coisas. Dali, fui levado para uma sala, como se fosse um grande laboratório, e lá me aquietaram, como que sonolento eu ficasse. Nesse intere estavam te levando para a cama. Com o tempo fui perdendo a consciência e daí, mãezinha, só me lembro das palavras que pronunciavas. Eram cheias de vontade, de muito prazer! Aquilo me enchia de gosto e me fazia nadar...era, mãezinha, uma água tépida, que nem tu jamais entenderás! Ali fiquei um tempinho bom, de quando em vez ouvindo a tua conversa intima com meu pai, e experimentando o afago de tuas mãos sobre o ventre. Algumas vezes me recriminei por estar fazendo reboliços e te trazendo inquietações. Numa destas tu me reclamaste porque que eu estava chutando demais! Não sabias, mas te explico: o lugar tava ficando apertado. Uma vez tive que fazer cambalhota...e você ficou toda, toda...apreensiva. Não demorou muito e meu cérebro sinalizou, como se apertasse uma campainha para alguém abrir a porta. Não é que fui escorregando, como se algo me empurrasse para fora?! Tava tão bom, mãezinha, mas, que fazer...! Eu estava nascendo!
Mãezinha, que alegria imensa! Apesar do frio que me bateu na cabeça e depois nas costas, colocaram-me em tua barriga, logo após arrasante lufada de ar que puxei. Confesso, chorei porque parecia arder. Pior: a luz me incomodava, a ponto de não abrir os olhos como eu queria. Tudo ali era diferente, embora o Grandão e seus Auxiliares me dessem um tchau e saíssem de fininho!
Criança vê coisa, né, mãezinha?!Eu não te falei antes para não te confundir, pensando em maluquice. Sabias que continuei brincando muito tempo com os meus amiguinhos de lá?!
Tenho uma coisa para te dizer: eu chupava dedo quando tomava banho em tua piscina. Na hora que me colocaram encima de tua barriga, logo após eu nascer, esqueci o dedo e suguei o bico do teu peito. Não foi tara, não, mãezinha...foi fome, mesmo! O leite tava tão gostoso...! Mãe, que coisa gostosa! Espero que meu pai não tenha te repreendido pelo excesso de nossa intimidade!Deixa pra lá.
Hoje, no teu dia, quero que o céu desça do alto e te cubra de bênçãos! Aproveito este momento para continuarmos juntinhos, mesmo que um dia tu te vás. Jamais terei idade para ti, pois a sensação de filho, mãe, tornou-me um ser feliz...para sempre!
Fileto Antonio Goncalves Sousa - Medicina do Trabalho - Salvador...
Fileto Antonio Goncalves Sousa - Medicina do Trabalho - Salvador...
Um comentário:
A ternura do Fileto, filho mais que dileto.
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