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Lula pode ser solto? Entenda os possíveis desfechos do julgamento no STJ
Lula pode ser solto? Entenda os possíveis desfechos do julgamento no STJ
Lula pode ser solto? Entenda os possíveis desfechos do julgamento no STJ
A expectativa é que os ministros mantenham a condenação de Lula, mas reduzam a sua pena — o que pode levá-lo à prisão domiciliar
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         23 abr 2019, 12h39 - Publicado em 23 abr 2019, 11h09        
       
Lula: ex-presidente está preso desde abril do ano passado, condenado a doze anos e um mês de prisão (Leonardo Benassatto/Reuters)
São Paulo — O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julga nesta terça-feira (23) um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
 envolvendo o caso triplex no Guarujá. A defesa do petista, que está 
preso em Curitiba desde abril do ano passado, tenta rever a condenação 
de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de 
dinheiro.pesar da ofensiva dos advogados, que levou 18 teses jurídicas 
ao STJ, a
 expectativa é que a Corte mantenha a condenação de Lula, mas reduza a 
sua pena — o que pode levá-lo à prisão domiciliar. Um pedido de vista 
pode interromper a discussão, segundo um ministro que falou sob condição
 de anonimato.
De acordo com advogados ouvidos por EXAME, historicamente a turma do STJ costuma confirmar as decisões do Tribunal Regional Federal, mas mudar o tempo de condenação.
“Nessa parte do processo não se apura mais se o réu é culpado ou 
inocente, mas sim se há ilegalidade nas questões processuais. Por isso, o
 máximo que deve acontecer é a redução da pena”, explica Anna Júlia 
Menezes, advogada criminal do escritório Vilela, Silva Gomes e Miranda Advogados.
Novo cálculo da pena
Uma das teses elaboradas pela defesa do 
ex-presidente Lula é a revisão do tamanho da pena. A alegação é de que 
ele foi condenado por dois crimes correlatos, que na verdade, deveriam 
ser um só.
“Ele não poderia ser condenado por corrupção passiva e lavagem de 
dinheiro, porque fazer uso do produto [o dinheiro] é um desdobramento do
 crime [a corrupção]”, diz João Paulo Martineli, advogado criminalista e
 doutor em direito penal Universidade de São Paulo.
Como a pena mínima legal para o crime de corrupção é de dois 
anos e para lavagem de dinheiro é de três anos, a condenação poderia ser
 reduzida a cinco anos. Assim, o ex-presidente teria condições de ir 
diretamente para o regime aberto por já ter cumprido mais de um sexto da
 pena.
A prisão domiciliar só pode ser uma alternativa caso o preso já tenha
 cumprido o regime aberto. Contudo, como Lula tem mais de 70 anos, é 
possível, que ele possa ir direto para casa.
Lula solto
Apesar de remota, existe a possibilidade de os ministros do STJ 
anularem a condenação do ex-presidente. Isso acontecerá caso os 
magistrados entendam que houve um crime eleitoral e, assim, enviar o 
caso para a Justiça Eleitoral, com base em uma decisão recente do 
Supremo Tribunal Federal que entendeu a competência da Corte para julgar
 casos de corrupção e lavagem de dinheiro quando cometidos com 
finalidade eleitoral.
“Essa é uma das principais apostas da defesa de Lula, que espera uma 
anulação da condenação proferida pelo TRF-4 e um novo julgamento pela 
Justiça Eleitoral”, afirma Anna Júlia Menezes.
Entenda o caso do triplex
No ano passado, o ex-presidente Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o petista e a
 ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, receberam propina da 
OAS para reformar o imóvel.
Para o MPF, Lula teria recebido R$ 3,7 
milhões na aquisição e reforma do tríplex, em troca de favores 
em contratos com a Petrobras.
O ex-presidente já foi condenado a mais 12 anos e 11 meses de prisão por
 outro caso na Lava Jato, envolvendo o sítio de Atibaia. Além desse 
caso, há outras cinco ações penais na Justiça Federal, além de recursos 
em tribunais superiores.
 
 
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