BRASÍLIA
- Causou irritação na cúpula do PSDB, declarações
dadas na quinta-feira ao GLOBO pelo líder do partido na Câmara, deputado Carlos
Sampaio (SP), de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem o
benefício da dúvida a seu favor. Para Sampaio, as denúncias contra o
peemedebista são graves, mas é preciso aguardar provas de que “efetivamente” é
dono da conta, o titular ou o beneficiário direto de uma offshore aberta em
nome de terceiros. Apesar da declaração, fontes tucanas informaram que Sampaio
e o líder do Democratas, Mendonça Filho (PE), já tentam convencer Cunha a
renunciar ao cargo de presidente da Câmara, quando vierem os extratos de suas
contas na Suíça, o que preveem para uma data próxima.
—
Quando os meninos veem um filme de terror e sabem que alguém vai morrer, dizem,
fulano é carne morta. Cunha é carne morta. Tomara que leve alguns pesos que
serão bem levados — diz o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman,
vice-presidente nacional do partido.
O Ministério Público na Suíça
encontrou cerca de US$ 5 milhões em contas controladas por Eduardo Cunha e deve
encaminhar os documentos para as autoridades brasileiras que o investigam na
Operação Lava-Jato.
—
O que o líder Carlos Sampaio disse é que está aguardando as provas documentais
para confirmação das denúncias, que não quer se antecipar à condenação. Ninguém
vai defender ninguém se isso acontecer — disse o presidente nacional do PSDB,
senador Aécio Neves (MG) ao comentar as declarações do líder do partido na
Câmara.
Entre
os tucanos, não há mais dúvidas de que Eduardo Cunha está com os dias contados
na presidência da Câmara. Mas avaliam que ele ainda vai dar muito trabalho à
presidente Dilma e seus aliados. Dizem que a cada dia ele confirma a disposição
de cair “atirando”.
—
Até quando vai resistir, ninguém sabe. Mas que vai cair, vai e levando gente
junto — avalia o senador Tasso Jereissatti (CE).
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