HENRY SOBEL RECONHECE FALHA MORAL EM ROUBO DE GRAVATAS
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Seis anos após ocorrido e prestes a deixar o Brasil, rabino assume furto nos EUA por fraqueza de caráter, não por debilidade física. A versão de desordem psicológica, depressão e efeito de remédios foi divulgada no livro autobiográfico, Um Homem, um Rabino (Ediouro, 2008), com prefácio de Fernando Henrique Cardoso
8 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 07:27
247 –
Após seis anos, rabino Henry Sobel mudou sua versão sobre o polêmico caso de
furto de gravatas numa loja de Palm Beach, nos Estados Unidos, que denegriu sua
imagem na Congregação Israelita Paulista (CIP).
Antes ele alegava que o furto fora motivado por
desordem psicológica, depressão e efeito de remédios – versão bancada no livro
autobiográfico, Um Homem, um Rabino (Ediouro, 2008), com prefácio de Fernando
Henrique Cardoso.
Agora, em entrevista ao Estado de S.
Paulo, ele assume que furtou por fraqueza de caráter, não por
debilidade física. "Desde jovem, fui um intolerante comigo. E o
autojulgamento sempre foi severo demais. Mas o rabino é humano, portanto,
falível."
Quase aos 70 anos, casado com Amanda e pai de
Alisha, filha única, prepara-se para viver em Miami.
Leia trechos da entrevista:
Brasil
Mas resolvi deixar
o País para diminuir o ritmo e preparar a aposentadoria. Passarei um período
sabático em Miami. Lá vou me dedicar à leitura, escrever e refletir muito.
A comunidade judaica daquela região é relativamente bem organizada.
Comparação com anos
70
Hoje sou um rabino
machucado. Por motivos políticos. Vou dar um exemplo: minha congregação não me
convocou para encontrar o papa Francisco na visita dele ao Brasil. Isso me
magoou.
Caso das gravatas
Antes não havia
tido coragem nem vontade. Aquele foi um episódio desgastante, cheguei a pedir
desculpas diante de câmeras das principais emissoras de TV do Brasil. Falei em
problema de saúde e no uso de um medicamento para dormir, o Rohypnol. Para ser
e me sentir honesto, admito que cometi um erro. Uma falha moral minha.
Mudança
O autojulgamento
sempre foi severo e o sentimento de culpa, duradouro. Finalmente consegui me
conscientizar de que o rabino é humano, portanto, falível. O incidente das
gravatas é do conhecimento público, não preciso entrar em detalhes aqui...
Tento me perdoar, o que não é fácil, porque perdoar não é esquecer. Se fosse,
não haveria mérito no perdão.
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