quarta-feira, 6 de junho de 2012

MAIAKOVSKI


No caminho com Maiakóvski de Eduardo Alves Costa

 Vladimir Maiakovski (1893-1930)
Este poema todas as vezes que é recitado diz o recitador :de Maiakóvski quando  na verdade é de um brasileiro chamado:


 Eduardo Alves Costa.Eduardo Alves da Costa é um poeta e dramaturgo carioca e está vivo. Vladimir Maiakovski foi um poeta russo, panfletário, que morreu em 1930. Um mal entendido liga estes dois seres humanos há quase 40 anos. Eduardo escreveu um poema, na década de 60, que se transformou em um hino na luta contra a ditadura militar, no Brasil. Chama-se “No Caminho, com Maiakóviski”. Eis o trecho mais conhecido:Costa graduou-se no curso de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1952.[2] Organizou, em 1960, noTeatro de Arena, em São Paulo, uma das mais instigantes atividades culturais do período, asNoites de Poesia, em que eram divulgadas as obras de jovens poetas.[1] Participou do movimento Os Novíssimos, da Massao Ohno, em 1962
 


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No caminho com Maiakóvski
Eduardo Alves Costa.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor e o que vejo
e acabo por repetir não mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,o coração grita
- MENTIRA!

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Mesmo que já estejamos em contexto bem diferente daquele em que foi composto, vale a pena passear pelos versos e mensagem ainda muito atuais. 
                    Iderval Reginaldo Tenório



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O poeta russo Vladimir Maikovski acompanhou a Revolução de 1917 e viu um povo lutar por um ideal, percebendo que sem reação as condições não mudam.



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3 comentários:

Jossara Bes disse...

A poesia de Eduardo Alves Costa é linda. Cheia de "História"! Num tempo de calar-se! Emocionante!
Beijos!

Rosalice disse...

E como são atuais os versos e mensagem, como bem diz você Iderval Reginaldo! Ousaria dizer : um grito que vem dentro de um calar imposto. Belíssima a poesia de Eduardo Alves Costa! Parabéns pelo Blog Cultural

Rosalice disse...

E como são atuais os versos e mensagem, como bem diz você Iderval Reginaldo! Ousaria dizer : um grito que vem dentro de um calar imposto. Belíssima a poesia de Eduardo Alves Costa! Parabéns pelo Blog Cultural