Na formação de um povo, muitas são as frentes a se discutir. Sendo a Democracia a mãe da Liberdade e do respeito figura como a maior bandeira, uma vez que pode englobar as demandas da economia, da educação , da infraestrutura e da saúde.
Na vertente economia, a distribuição das riquezas deve guardar proporcionalidade salarial de acordo com a preparação de cada um e com equidade, não deixando grandes diferença salariais entre as classes sociais. Conduta que proporcionará o incentivo ao conhecimento, a ascendência na escala sociocultural e o nivelamento social por cima , elevando o IDH ( O Índice de Desenvolvimento Humano) do país.
O segundo e importante passo é o pertinente ao cérebro, ao intelecto, ao conhecimento e a criatividade de cada ser humano, neste quesito , a sociedade deve aplicar uma generosa parcela das riquezas na educação plena, nas artes , no ensino básico , fundamental e médio com isonomia para todas as classes sociais. Investir na educação é garantir o fortalecimento da democracia, da economia e da cidadania propiciando sustentabilidade à nação.
O terceiro viés e de grande importância é o da saúde. Povo sadio é povo atuante, criativo , produtivo e disposto a lutar pela nação, é povo altivo.
Com este arcabouço todas as outras demandas serão administradas com afinco e sem atritos. Segurança, locomoção, comunicação, água , esgoto, energia , descartes e reciclagem do lixo, trabalho e quaisquer tipos de preconceitos terão as devidas e positivas soluções, pois estão atreladas as diretrizes mães já mencionadas. Não como hoje, onde a preocupação maior do governo é exigir do povo a ferro e fogo os seus deveres e negligenciar nos seus direitos , configurando o milenar aforismo: “As águas dos rios sempre correm para o mar”. Complemento: estas mesmas águas só retornam com a evaporação e de gota em gota a depender das matas , dos oceanos, dos ventos e dos biomas , isto é , do respeito ao ecossistema.
Dando uma viajada nos escritos do Lima Barreto , alcançado o Major Policarpo Quaresma, nos tempos do Deodoro e do Floriano no fim do século XIX e inicio do século XX , ficou claro que a Republica foi criada para gerar cargos públicos, empregar as elites da época e jogar para o escanteio a população da base da pirâmide social.
A República foi gerada
para a desvalorização dos costumes locais e nacionais , os considerando arcaicos,
deprimentes e pejorativamente coisas de índios. Surgiu para a modificação
da culinária , das vestimentas , o linchamento dos que já viviam nas terras brasileiras e os seus descendentes, e para o apagamento de uma vez por todas da língua nativa , o Tupi Guarani , proibida desde o ano de 1757, sendo substituída pela língua Portuguesa, confirmada dois anos depois com a expulsão dos Jesuítas em 1759 como a língua oficial do Brasil.
Os movimentos foram tão violentos, que eram taxados de débeis mentais, doidos, malucos, desequilibrados, conservadores , atrasados, seiscentistas , traidores da Pátria e uns foras da lei todos que pensassem diferente do governo Republicano. Nesta época proliferaram os sanatórios em todo o país, notadamente nas grandes capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Salvador.
Friso também que era considerado desvio de comportamento e conduta, mulheres comuns muito culta e a homossexualidade, sendo muitos cidadãos presos por serem homossexuais ou mulheres que exigiam os seus direitos e emacipação, como o direito ao voto . Os familiares pediam os seus internamentos em hospitais psiquiatricos pelo mau hábito da leitura, elas peitavam os homens , notadamente os maridos.
Plausível, moderno, desenvolvido e aceitável era penar como pensavam as grandes nações da Europa, os invasores, que aos poucos iam invadindo e carcomendo as riquezas do país, chegando ao ponto de destronarem o monarca D.Pedro II, o enviado para Paris , na França, onde falecera dois anos depois, em 1891, de banzo ou de desgosto, tendo na sua cabeceira um travesseiro com terras brasileiras de onde nunca tirou a cabeça.
Os Republicanos derrubaram a monarquia, a nação foi entregue às elites, estas se perpetuaram no poder e ainda hoje, em pleno século XXI, têm os mesmos pensamentos a respeito das demais classes sociais que compõem a nação. Muitos cargos governamentais, empregos e postos políticos para as poderosas dinastias , altos salários para a esfera superior , salários baixos para os trabalhadores da classe média e o mínimo para os ocupantes da base da pirâmide social, os sofredores deste rico Brasil. Enquanto isto, numa manobra macabra das elites política e da burguesia as demais classes induzidas pelos lideres brigam entre si, se matam e se enfraquecem, dando força e poder aos mesmos que nada fazem pelo povo. Políticos profissionais que só pensam em si, nos seus e em abocanhar o poder com a ajuda dos bajuladores , seguidores , beneficiados e muita demagogia.
Enquanto o povo briga, eles vão se entendendo e fazendo projetos de como se perpetuarem na direção. Povo fraco, elite forte; povo que briga, elite que se une; assim caminha o Brasil. A inversão deste modus operandi poderia ser uma das soluções para o país sair do fosso no qual se encontra, os políticos e os ricos por cima , os brigões a se desentenderem e os bobos levando o país nas costas.
Viva a democracia e a liberdade, sem elas o pais não é nação e o seu povo não possui uma Pátria.
Iderval Reginaldo Tenório
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