quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Carta aos jovens brasileiros. Síndrome do consumo compulsivo.

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Aos jovens.

"Os jovens têm que saber onde pisa e conhecer o melhor caminho para um  futuro promissor."

Iderval Reginaldo Tenório


Jovens olhem para a escola , olhem para o futuro.

Tenho visto muitas crianças até os 16 anos, com elevadíssima  sede pelo consumo exacerbado, que é uma doença para os humanos e um desastre para a natureza. Querem comprar o que os olhos veem, o que o nariz cheira, o que as propagandas mostram e  o que a compulsão manda  e fixa na   mente.

Jovens que abrem a boca e falam, "eu não gosto de comer isso ou aquilo", jovens   de todas as classes sociais, notadamente das  média e baixa da pirâmide social, aqueles  que convivem no nosso meio. 

Querer consumir produtos caros e  de grifes,  sem olhar para dentro de casa, sem observar a força que os pais fazem para manter o mínimo necessário para uma vida digna(Escola, alimentação, água, luz, aluguel, condomínio, IPTU, transportes, emplacamento do carro, seguro e combustíveis), não deixa de ser uma agressão às finanças da família, uma vez que os jovens não são  geradores de  renda e sim consumidores.

Falo para os mesmos, que grande parte dos homens e mulheres, que brilham na sociedade por esforço próprio e persistência, notadamente no Brasil, vêm das classes média e baixa do país, e que a  vida atual  é bem diferente da vida dos seus pais, que ganharam a vida na enxada, foice, roçadeira e peso nas costas. Não conheciam água encanada, geladeira, liquidificador,  micro-ondas, telefone, fogão a gás, transporte coletivo e nem Escola.

Reforço que os seus pais para chegarem aonde estão, lutaram muito e seguiram as orientações  dos pais.

Acreditaram nos seus pais e enxergaram a força em ganhar a vida. Mesmo sem direito à escolaridade, fizeram de tudo para educar os seus filhos, foi esta a ferramenta utilizada para sair do fosso no qual nasceram. 

Tiveram na família o seu porto seguro, pois somente a família está do seu lado  em todas as horas, notadamente os pais, os avós, os tios  e os irmãos, já os demais são apenas parentes. Tem exceções, alguns amigos atuam tal qual   a família, coisa    rara, porém  existem, vai depender do seu comportamento para com eles durante  a  convivência.

Reitero que o homem não faz, veste   e nem come o que gosta, o homem  come e veste o que tem, mora na casa que pode e compra  as coisas de acordo com o  nível social, exatamente  para não se endividar.

Lembro que muitos  ricos já nascem ricos, porém  para não descer  na escala da pirâmide socioeconômica, têm que  saber se comportar com as finanças e a escola.

Enfatizo que  para realizar os sonhos  de vestir, comer, morar, viajar e constituir uma família equilibrada, tem que priorizar a Escola e os conhecimentos em todos os níveis. Seja técnico,  superior  ou seguir os ensinamentos dos pais numa profissão, muitas vezes passada de pais para filhos, de geração em geração, porém  sem se esquecer da Escola, pois só e somente só a escola pode proporcionar conhecimentos capazes de mudar para melhor  a condição de vida de toda a família.  

Lembro que noutros modos como no esporte, na música e nas artes só prosperam as exceções, mesmo assim os mais   escolarizados conquistam melhores espaços. Nada impede que tenham uma profissão de nível técnico  ou superior  para que, em concomitância ou no fim da carreira principal, possam  atuar na mesma ou noutros segmentos com sucesso, conhecimento e equilíbrio.  

Em relação aos amigos, reforço que as exigências devem ser com esmero, reciprocidade   no respeito  e cumplicidade nos atos construtivos.   

Atentar bem para a Escola, esta é  a continuidade  do  lar, os professores  os  substitutos  dos  pais e  cada colega, mais do que um amigo,  um irmão. Os jovens só terão esta confirmação quando na fase adulta relembrar cada colega da infância, adolescência, início da fase adulta e da formação profissional. 

Finalizo dizendo que, para uma vida próspera e bem sucedida, é primordial uma boa escolarização,  respeito aos pais e aos professores. Deve-se plantar o bem sem olhar a quem para angariar bons amigos, colegas de escola e de trabalho. 

É primordial compreender que o homem é um ser social, que o bem coletivo suplanta o individual e que para  o pobre, o melhor caminho é   a escola, e sem perder o foco. Não deixe ser enganado pelas  tentações no seu trajeto, que são muitas e provocantes. 

Este artigo não é para ensinar, é para mostrar o quão importante é a vida e o quão  importante é saber que na raça humana, filho de gato não será sempre  gatinho e nem filho de peixe,  peixinho. Esta propriedade se aplica aos irracionais, onde um gato jamais será um leão ou um lambari jamais uma baleia,  porém nos racionais, filho de lavadeira, engomadeira, pedreiro, carroceiro, porteiro, pequeno agricultor, motorista, professor primário, gari ou carteiro poderá galgar postos altos na sociedade, basta não perder o foco e nem atuar com subserviência.

Salvador, 10 de Agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório


Um comentário:

iderval.blogspot.com disse...

Juventude teu nome é beleza. Que tempo maravilhoso, isso acontecia às gerações passadas. Estudos, obediência,limites social ou doméstico. Ouvindo a sua postura, a gente se ❓ O que está acontecendo com os nossos jovens, embora, não podemos esquecer das exceções dos jovens comprometidos com o caminho , sem erros. Dr. Iderval, faz sentido a sua advertência pela mudança repentina no comportamento social e doméstico. Um chamado preocupante é bom demais. Só que a compulsão do querer sem poder, transformou numa desobediência sem limites. Concordo com o Senhor, não consigo me adequar a esse desespero cego dos jovens, parece não se reconhecer e o tempo passa. ( Coisa minha) Se os pais, não começarem desde cedo, a ensinado caminho do limite, da norma e regra, fazer conhecer o que é família, já que tudo começa em casa. Hoje, os pais sozinhos não conseguem educar e sociabilizar os filhos.Obrigada pela preocupação da carta aos jovens onde cita com muita propriedade a Síndrome compulsiva. Estamos num beco sem saída. Essa carta deveria ser linda pelos políticos, que a vulnerabilidade da juventude brasileira precisa de Políticas Públicas. Enquanto a Educação está ligada ao MEC, a fatia do bolo, vai ser sempre menor, para a Educação. O problema está no investimento. Investir numa criança de 4 anos até aos 18, para eles é prejuízo, até esperar crescer, trabalhar, para depois o cidadão pagar futuramente. Tudo isso traduz numa alcatéia de lobos. Vá em frente vamos suspender nossas Bandeira. Muito legal!
7 de agosto de 2025 às 07:02 LEITORA JOANITA