segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

A PRECARIZAÇÃO DA MEDICINA BRASILEIRA

                                                                                     A ênfase em aprovações médicas redefine o conceito de sucesso e perpetua desigualdades sociais. É hora de um novo olhar sobre a educação.

Quanto custa uma faculdade de Medicina no Brasil?

A PRECARIZAÇÃO DA MEDICINA BRASILEIRA

            

Os cenários político e econômico da nação apontam para a desconstrução da medicina  e dos médicos brasileiros.

Muitos são os eventos que estão  levando a Medicina  à  bancarrota, empurram  para as laterais,  a retirando  do centro da seriedade e da responsabilidade social.

1-A abertura indiscriminada de Escolas Privadas e o abandono  das publicas de  qualidade,  que graduam e graduaram grandes médicos desde 1908,  cito  a  Escola de Medicina da Universidade Federal da Bahia, FAMED

Enquanto o setor publico é propriedade de todos os brasileiros, e todos têm o direito de usufruir deste patrimônio, tendo como pré-requisito   um melhor curso médio público de qualidade, o setor privado é mercantilista, tem a função de realizar os sonhos dos jovens e dos pais, às custas da extorsão familiar, com altas  prestações, minando a suas economias, cpm a finalidade de enriquecer, mais ainda,  a indústria da educação médica, muitas hoje propriedades de grandes grupos  de estrangeiros.  

Sonhos estes que se transformarão em pesadelos, no exercício profissional em todos os recantos do Brasil, muitas vezes de cidade em cidade, de árvore em em árvore, a furgir dos gaviões,   em busca do pão de cada dia, muitos sucumbirão nas estradas. 

A formação do médico brasileiro, que deveria ser 80% Pública de qualidade  e 20% privatizada de alta qualidade, foi entregue aos Leões famintos, que entraram numa floresta repleta de presas desinformadas e que caem cotidianamente em armadilhas.

2-  O sucateamento dos Hospitais Escolas e a desvalorização dos professores.

3-A entrega da medicina aos políticos, ficando os médicos como reles  prestadores de serviços em empregos  precarizados e vilipendiados pelas terceirizações, falsas cooperativas e contratos  leoninos  pejotizados.

4-A medicina Suplementar atuando como intermediaria entre o médico e o seu paciente.

5-O aparelhamento da medicina,  diminuindo o valor da semiologia e da Clinica, ocasionando o fechamento dos consultórios humanos e incentivando as mercantilistas Empresas Médicas.

6-A invasão  do  ato médico por outros profissionais, em quase todas as especialidades,  da clínica médica à oftalmologia, quando deveria existir um entrelaçamento entre esta profissões.

7-O desinteresse dos novos esculápios  pelo viés político e social,  encarando a medicina apenas como meio de vida, de sobrevivência e   de como pagar as suas dívidas a qualquer preço, com o intuito de manter o já perdido status.

08- Os gestores   fazem  de tudo para jogar a sociedade contra os médicos,  divulgam estão mais ligados à  pecúnia do que à  saúde. Criam muros, fossos e cercas   entre o povo, o médico e a medicina. Esquecem dos que a exercem com  ética, lisura e compromisso. 

 
Os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos   Municipais, Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos, transformam-se em burocratas, tecnocratas, executivos e políticos descompromissados com a categoria, hoje encontram-se  em segundo plano.  

Forças contrárias aos interesses do povo,  dos médicos e da medicina  incutem que o sistema  conselhal é obsoleto,  corporativo, inerte e prejudicial à classe, e para os médicos  um órgão puramente  punitivo.  os médicos acreditam e passam a não apoiar a sua mais importante instituição. Conselho fraco categoria fraca. Na vacância dos Conselhos, serão os leigos os seus julgadores, isto acontecia da década de 50 para trás. 

Os Conselhos Estaduais e o Federal de Medicina  foram criados pela LEI No 3.268, DE 30 DE SETEMBRO DE 1957, do presidente Juscilino Kubitschek


O prestígio de uma categoria está ligado aos poderes políticos,  econômicos,  sociais  e no  domínio dos conhecimentos, juntas guinam uma categoria ao comando de uma sociedade.

O médico e a  medicina estão em franca decadência. A informática e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos grandes centros, basta entrar numa máquina e apertar um botão, a medicina passou a ser uma ciência exata. 

A soberania da clínica, o toque do seu médico, a semiologia aplicada, a benevolência,  a beneficência,  a generosidade  e a  ética  perdem para a burocracia desumana dos  gestores.

Os poderes (Municipal, Estadual, Federal e Judiciário) retiram continuamente as últimas gotas de sangue da velha medicina com taxas, ditames  e impostos exorbitantes.

O Liberal autônomo, devido a intermediação do sistema médico suplementar, da pejotização e da  terceirização do Sistema  Público,   encontra-se  sem força, fraco e subservientes. 

A medicina( A SAÚDE) e o médico caíram na vala comum. É  uma contenda entre a Medicina e o poder,  na qual um dos lados tem como arma a ética, e a ética  é mansa, educada, paciente, benevolente, caridosa, responsável  e respeitadora, enquanto o outro, tem a força, a truculência, a vontade política, a saga da enganação e um povo propositadamente desprovido de informações, continua a dormir.

A Medicina e o Médico precisam seguir de  mãos dadas, precisam  difundir a humanização, a benevolência, a beneficência e mostrar que são simples, humildes e emanam do povo para o povo.

A medicina é a mais sagrada das ciências, entra na vida de cada um dos cidadãos que a procuram e tem como seu guardião,  o  Médico.

VIVA A MEDICINA E OS SEUS ABNEGADOS

Iderval  Reginaldo Tenório

5 comentários:

iderval.blogspot.com disse...

Dr.Jorge Peregrino escreveu:


O paradoxo é que o governo permite que se abram inúmeras pseudo faculdades de medicina, de direito, pós graduações, etc.. e depois sugerem criar provas para testar os profissionais recém saídos dessas precárias faculdades, para barrar a sua entrada na vida profissional. Não que eu seja contra o teste, mas porque se permite a abertura indiscriminada, custeada pelo governo que já sabe de antemão o resultado dessa avaliação? O certo seria ter critérios rígidos para abertura de faculdades públicas, regras essas de acordo com os órgãos que devem avaliar, no caso de medicina, o CFM (sem critérios bolsonaristas), ABM. O MEC é suspeito por infiltração governamental e do congresso. Mas da maneira que querem fazer, não é honesto para quem foi enganado indo estudar nessas faculdades sem nem hospital escola ter, e ai no final do curso, vamos testar o conhecimento. Advocacia é o mesmo, quase em todo canto tem uma faculdade, com permissão do governo, e ai quando termina o curso, vamos testar. A probabilidade pré-teste de que vai ser ruim é altíssima e todo mundo sabe, testar para saber o que já óbvio?

iderval.blogspot.com disse...

SR.ANTONIOM LINS DE OLIVEIRA FALOU:O senhor já dizia a muito tempo que, quando acabou as Escolas de medicina, tudo seria diferente
Minha família não saberia o que fazer se não tivesse um profissional da qualidade do senhor, um médico amigo e humano!
Por isso que peço a Deus pela sua saúde sempre
Mim manda o número novo do consultório pra ver se tem vaga amanhã!

iderval.blogspot.com disse...

O DR. LUCIANO MENEZES FALOU:Concordo meu amigo. Teremos dias bem complicados nesta área. Se é que não já está acontecendo

iderval.blogspot.com disse...

DR.ILDO SIMÕES, PNEIUMOLOGISTA FALOU: Sua preocupação com o ensino é recorrente, mas o desmanche da escola pública começou com Jarbas Passarinho. A partir daí tudo degringolou e deu no que é hoje. Só uma coisa eu não entendo: todo mundo critica a abertura indiscriminada de faculdades de medicina, enfermagem, Psicologia, etc. Todo mundo crítica, mas quando a Escola abre, todo mundo se oferece pra ensinar mesmo sabendo que a Escola tem baixo nível. Dizer que é falta de emprego é uma balela porque as prefeituras sofrem pra encontrar um médico para um PSF com salário, acho que em torno de 8.000, reais. Uma turma de reclamantes fica chiando de falta de condições de trabalho eu pergunto o que um clínico precisa além de um estetoscópio, tensiômetro, termômetro e abaixador de língua? E ainda os discípulos de Esculápio.
não querem fazer coleta vaginal, mesmo recebendo treinamento. Deixam para as enfermeiras. Outra queixa é a falta de profissionais com carteira assinada nos serviços públicos, mas os proprietários de clínicas só aceitam contratar pessoa jurídica, e, como algumas já me disseram é mais fácil de demitir porque tem uma fila na porta querendo a vaga. Escrevo isto sem medo de algum contestador, porque consegui passar por todas as etapas e estou ainda sobrevivendo. Querer tomografia e ressonância na cidade de LA VEM´UM com 5.000 habitantes é deslavada utopia. Vê sabe que fiz mais de 10.000 visitas como Fiscal do Conselho e este panorama eu conheço muito bem: abandono de plantão, médico recusando-se a fazer parto natural, parto distócico com feto morto acompanhado por atendente enquanto o médico via filme, quadrilha de médico, com estoque de lentes, e armações fazendo exames até em sorveterias, médico plantonista fazendo cirurgia em outro hospital. Tudo isto relatei em sigilo e encaminhei aos Srs. Conselheiros, porque sei que este é o procedimento.
A avalanche de médicos estrangeiros e a proliferação de escolas precisam ter um basta, mas aí os Sindicatos e os Conselhos precisam fazer seu papel: tirar os visgos das cadeiras e rodar as Diretorias e os componentes das Instituições.
Se mais não digo é que não me perguntaram. Sempre respeitei os procedimentos éticos e nunca vou deixar de criticar as pisadas na bola sem me importar o tamanho da Otoridade.
Ildo Simões- no seu octingentésimo nono ano de Vida.

Anônimo disse...

Critérios Bolsonaristas valorizam a competência. Simples assim....