BRASIL, EUA E CHINA.
TRUMP, LULA E XI JINPING.
A BALANÇA COMERCIAL
Hoje, a polêmica que não precisaria ser polêmica, é a respeito da balança comercial destas três nações. O desenrolar, mais uma vez, mostra o viés político da mídia e a intenção de enganar a população, que por motivos diversos não entende o que é a balança, o que é déficit e o que é superávit.
Propaga a mídia, que as medidas tomadas pelo novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem prejudicar algumas nações, porém não seria tão drásticas para o Brasil, pois a nação tem a China como o seu maior parceiro comercial nestes últimos anos e apresenta um saldo de 356 bilhões de dólares a favor do Brasil, enquanto com os EUA apresenta um déficit de 56 bilhões de dólares.
A olhos nus, de imediato, a população deduz: Então é melhor ficar com a China do que com os EUA, uma vez que o Brasil exporta mais do que importa, isto é, vende mais do que compra.
Vamos clarear e oxigenar os fatos, pois existe uma grande diferença nestas relações comerciais.
Farei um preâmbulo, um pré requesito para se entender este teorema, não é o de Pitágoras, porém merece ser conhecido.
Na classificação mundial de desenvolvimento, existe as nações do primeiro mundo e as periféricas. As desenvolvidas, geralmente as do G8: EUA, FRANÇA, ITALIA, ESPANHA, ALEMANHA, CANADA, JAPÃO E INGLATERRA e os cabeças do BRICS : CHINA e RÚSSIA.
As nações citadas têm como característica, nas relações comerciais, apresentar Superávit, isto é: Exportar mais do que importar, porém existe uma que guarda exceção em relação ao Brasil que é a China, e quais os motivos?
O Brasil, por ser uma nação em desenvolvimento e periférica, tem como fontes de renda a exportação de commodities, pois é um país extrativista. É rico em riquezas e recursos naturais: Exporta Minerais, Vegetais e animais, isto é, exporta as matérias naturais e as suas terras em estado bruto.
Como executa este teorema?
Milhares de navios estrangeiros ancoram nos portos brasileiros e são carregados de minérios diversos, ferro, ouro, pedras preciosas e até Petróleo; animais como carnes bovina, suína e frangos; vegetais como soja, frutas, café, milho, palma, cacau e madeiras. Estes produtos saem do Brasil in natura, isto é, em estado bruto, sem acabamento ou refino. Este modu operandis significa que saem a preços baixos, proporcionam a morte da indústria brasileira que poderia transformá-las em manufatura com agregação de valor.
Do ponto de vista geral, torna-se prejudicial ao desenvolvimento nacional, pois mata o Desenvolvimento Regional Endógeno e o setor industrial, este modelo é o aplicado pela China. O Brasil vende commodities e compra produtos acabados, esta balança vai depender do crescimento do continente asiático. A China encontra-se em construção e cresce numa média de 7 a 9% ao ano. Compra matéria prima, mata a indústria brasileira e devolve em forma de objetos com agregação de valor.
O outro modelo é o mantido com a Europa e com os EUA. Geralmente exporta moderadamente produtos animais, como carnes bovina, suína e frangos; vegetais como soja, frutas, café, milho, palma, cacau, madeiras, MANUFATURAS DIVERSAS e importa tecnologias, chips, software, grandes máquinas, serviços e conhecimentos. Apesar de continuarem sendo verdadeiros colonizadores, como no início da exploração territorial do passado, este modelo é mais favorável ao Brasil.
Resumindo: A China está importando, LITERALMENTE, o Brasil em navios cargueiros. Mais de mil unidades saem por mês carregados de commodities e são pulverizados para todo o mundo em caixas super valorizadas, inclusive para o Brasil.
Toneladas ferro por faqueiro, autopeças e outras manufaturas, um navio de café por uma camionete de máquinas e capsulas, um caminhão de palma por uma caixa de sabonete e perfume, uma tonelada de soja e cacau por duas ou três latas de óleo e barras de finos chocolates, um navio tanque de petróleo, de grossa qualidade, por um caminhão tanque de combustíveis para aviões. Na química, exporta milhões de produtos naturais( vegetais, minerais e animais) e voltam processados pela química fina como medicamentos e produtos de beleza.
A balança brasileira deve ser explicada para o povo, a mídia está invertendo o teorema, não se sabe o porquê, porém é um ato prejudicial à nação, estão apagando a cidadania e engabelando o povo.
Este superávit com a China, de 350 bilhões de dólares, é o maior sinal de atraso e de volta a 1954, quando o país era totalmente EXTRATIVISTA.
O Brasil precisa de escolas e tecnologias, não sendo assim continuará na periferia por mais um século, sem desenvolvimento, com o aumento do PIB, da renda Per capta e o empobrecimento do povo, continuará sendo um mero consumidor.
Crescimento econômico não significa desenvolvimento social. A elevação do PIB retrata a subida da Renda Per capta, porém não significa o aumento da renda individual ou familiar, muitas vezes retrata o contrário, uma maior concentração de renda nas mãos de poucos.
O Brasil precisa investir NA ESCOLA, nos recursos humanos e no DESENVOLVIMENTO REGIONAL ENDÓGENO, NA INFORMÁTICA E NO SETOR INDUSTRIAL.
Iderval Reginaldo Tenório
The Best of Vivaldi
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